Como Refrão:
Nasci no morro, não meto medo,
Não tenho medo, não peço socorro.
Nasci no morro, aqui me criei,
Aqui viverei e aqui eu morro.
Daqui do morro contemplo
As luzes da cidade acesas
E sei que naquelas casas
Tem farta comida nas mesas.
As pessoas lá trancadas
Sentem suas vidas acuadas,
Reagem como se fossem presas
Das massas por elas rejeitadas.
De lá, apontam seus dedos
Na direção daqui do morro,
Desfiando seu rosário de medos,
A qualquer alarme pedem socorro.
A verdade é que os tubarões
Se guardam sob o manto do sistema
Onde estão os grandes figurões,
Ricos famosos, donos de brasões.
A falsa nobreza é o real problema,
Porque manipula um poderoso esquema
Que duramente castiga os sem-tostões,
Massacrando os humildes escalões.
A culpa é da fina sociedade
Que friamente gera as exclusões,
Que fomenta a social desigualdade
E cassa o direito à sonhada liberdade.
Como refrão:
Nasci no morro, não meto medo,
Não tenho medo, não peço socorro.
Nasci no morro, aqui me criei,
Aqui viverei e aqui eu morro.
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