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Cronicas-->Segredos do Verbo Clicar -- 02/02/2004 - 11:02 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Mas agora, não. O clique está ficando famoso. E começa, por ironia, a ser clicado; isto é, a ser fotografado - com insistência - pelas càmaras do sucesso; deixou de ser aquele ilustre desconhecido. Mas é preciso reconhecer: muita coisa de errado, que está ocorrendo no mundo da informática, a bem da verdade, não é culpa do Clique. Saio, portanto, em sua defesa.

O fato é que nem todo Clique merece confiança. Entretanto, por detrás do Clique, há sempre a figura do Clicador. Este sim, o comandante geral. Aquele que dá as ordens. E que, quase sempre, vive escondido no anonimato. É ele, em última análise, quem define a hora, a quantidade e o que clicar. E a intenção do clique. Aí mora o perigo.

Há os clicadores compulsivos, que clicam apenas para ouvir o clique, e nada mais; sem saber que este simples gesto está enchendo de orgulho, por exemplo, algum aprendiz de escritor. Que vê, à cada minuto, o número de cliques aumentar em relação aos seus textos, que são divulgados pelos sites da vida virtual. Dando a falsa impressão de que o número de seus leitores estaria aumentando. E mais que isso: que ele estaria escrevendo cada vez melhor.

O clique é cego. Cumpre ordens. E também erra o alvo. E, portanto, pode clicar errado. Basta um escorregão por parte do Clicador e pronto, o falso registro estará formado. É o que poderíamos chamar de clique pelo clique. E há outros cliques mais famosos e perigosos: o clique irresponsável; o clique por engano; o clique do analfabeto; o clique do invejoso; o clique do mentiroso; o clique arrependido; o clique maldoso; o clique curioso; o clique com tique nervoso; o clique estrangeiro; o clique de quem tem dinheiro; o clique do assinante; o clique do pobre errante; o clique latino-americano, enfim.

Há tantos cliques e tantos tiques, que ticá-los todos seria um imenso trabalho. O importante é saber separar o clique do tique. O clique certo do clique errado. Pois o clique bem clicado, deve ser conservado; e apreciado. Eu, por exemplo, tenho meus cliques preferidos. Embora confesso, já tenha errado muitas vezes nos meus cliques. Mas quando encontro uma boa clicada, fico logo seu fã. E passo horas clicando com ela. Lendo seus textos como quem passa as folhas de um livro: com a ponta do dedo indicador, levemente molhada, saboreando o conteúdo daquele texto tão revelador de sua alma.

Aprendi que a pior coisa que pode acontecer com qualquer pessoa é acreditar demais em qualquer clique. Geralmente, essas pessoas são traídas pelos cliques. São os chamados "cornos eletrónicos compulsivos virtuais".











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