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Poesias-->ZOÓN POLITIKÓN -- 07/09/2006 - 19:05 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ZOÓN POLITIKÓN



– lição de pai para filho –



Délcio Vieira Salomon



Como é comum dizer: não devemos generalizar...

Mas em se tratando dos nossos políticos, de algum tempo a esta data, são tão poucas as exceções, que é difícil não declarar com Virgílio:

“ ab uno disce omnes” (o que é de um se atribui a todos)

Ou, então: a exceção atingiu o limite e virou regra.





Quero que tenhas

a rapidez do cervo

a bravura do leão

a ferocidade da hiena

a argúcia da águia,

a valentia do galo

a generosidade da galinha.



Mas jamais copiarás

do cervo a concessão

do leão a arrogância

da hiena a sordidez

da águia a ostentação

do galo a esporada mortal

e da galinha a falta de compostura

(embora desta se salva

a postura que tem).



Sobretudo, filho meu,

evitarás te tornares um dia

o pior dos animais:

o zoón politikón.

O mesmo

por Aristóteles

descoberto

mas, ao registrá-lo,

no Index da zootecnia,

se esqueceu de dizer:

- tem tudo de politikón,

mas só o pior do zoón.



Não habita a selva

nem em jaulas,

em viveiros

ou gaiolas

vive.



Não se alimenta

de carne ou de ervas.;

nem bebe

a água cristalina dos rios.



Sim, meu filho

este animal

só mora em palácios

cercado

de pestilentas feras

- outros tantos

corruptos

espertos

e bajuladores

que com ele

formam

especial família

e “sui generis” espécie.



Em vez da admiração

que os animais

de todos nós

arrancam,

ele só provoca

desde o asco

ao ódio mortal.

Banqueteia

da miséria alheia

bebe

até a última gota

o suor

de quem trabalha.

Locupleta-se

das facilidades

conferidas

pelo Poder.



Todos os dias se banha

nas águas de falsos Nilos

e poluídos Ganges.



Sim meu filho

escolhe qualquer animal

e nele te projetes.

Menos no político

que da pura animalidade

nada tem...



Acredita

- teu pai com autoridade

te diz -

diante do político,

porcos

antas

capivaras

rinocerontes

até

as hienas

sentem-se tímidos

e constrangidos

quando com ele

disputam

o lamaçal

da podridão.

É que estes alimento

procuram.

E aquele, o vil metal

que no pantanal

do poder

se oculta.

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