VEM CÁ
Vem cá, vem ver, vou encher o meu ego.
Vou ignorar o motivo se não quiseres vir.
Sabes por quê?
É a força da ventania que está te chamando,
E está soprando forte dentro do meu eu pedindo
Para escrever, e quero que você veja.
Parece que você anda atarefada...
Então, diga-me o motivo de não quereres está comigo.
Rogo-te apenas mais uma chance de ir aos céus...
Reservo ainda um grande lugar para ti em meu coração.
Às vezes penso se ainda vale fazer esse esforço por ti?
Têm horas que todas as ilusões morrem, e todas as minhas esperanças se vão.
Vem cá vem...
Preciso escrever, sem ti não tenho inspiração...
Meus pobres olhos estão fixos sobre o papel que agora escrevo, e peço aos céus que sobre os meus maduros anos desça sobre mim a grande luz dos meus sonhos e afaste a tua imagem dos meus pensamentos que me faz tanto bem e tanto mal.
Porém, o que importa o desamparo para quem já está só?
Já que você não vem, vou escrever-te assim:
Nada ou quase nada fizemos... Se não houve esforço de nossas partes, não gastamos o tempo em vão.
Palavras são palavras... São ditas e às vezes não.
Podes ficar onde estás se assim for para o teu bem.
Encerro a tua parte com um adeus, e nada mais...
Vou clamar pela chama ardente de todos os mistérios, e se assim ela permitir, vou querer andar lado a lado, mesmo sem compreender seus segredos, mesmo sem saber dos seus desígnios.
Não voltarei mais para ver essa mulher, que de mim, unicamente, arrancou grandes canções de amor que agora jaz.
Não conheço mais a mulher que procurei... Inevitavelmente o poeta continuará falando para si mesmo, e que todos fiquem à vontade.
O mar secou... E a seca não me apavora, porque estamos sujeitos a amar mil vezes cem.
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