162 usuários online |
| |
|
Poesias-->Amar -- 06/09/2006 - 00:38 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
|
|
| |
talvez por tola me faça
nessa medida em que me paraliso
quedo-me apenas nas coisas outras
quieta e muda
distante
provavelmente estejas tonto
sem entender esse silêncio
essa aparente calma
- logo eu, sempre incisiva e pronta
confesso-te que as tempestades não cessam
serão sempre as mesmas tormentas
a rodear-me
serão sempre esses murmúrios quentes
atravessando as horas todas
durmo pouco
guardo os recados
releio letra por letra
lambuzo-me,alegro-me
por vezes umedeço os olhos
- resisto sempre
não há o que fazer
não há o que fazer
é como um cansaço
um tédio
quero que escrevas, ligues
mas em seguida me vem esse mormaço
e eu desisto
literalmente, desisto
por vezes me vêem as coisas todas
fogueiras, taças
noites em claro
tentativas de poemas
me vêem lembranças do pé pisado
os lumes na sala e o sofá
- ah, o sofá me encanta
exponho as fotos,ainda
enchem a sala, o quarto
e os perfumes são os mesmos
- rosas vermelhas, canela
raramente escrevo, agora
mas quando escrevo
tu me vens
ainda que seja na forma destes versos
entendiados
de mim
|
|