Se eu morrer de amor não me sepultem
Deixem-me apodrecer ao léu, à sua porta.
Nem veras os restos, pouco importa,
Sem ti, pouco sobrará de mim...
Poeta das dores sentidas
Escrever é confortar enfim,
Os tons de cinza da minha vida,
Que soluçam seu pranto por mim.
A falta que me faz tua voz,
No frio que tua ausência traz,
Chora também a noite por nós
Nas gotas que o sereno faz.
(Nem verás os restos)
Dos poemas abandonados,
Largados num caderno qualquer,
Foram sonhos, alucinados,
Ilusões de uma mulher.
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