Usina de Letras
Usina de Letras
207 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62272 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50661)

Humor (20039)

Infantil (5452)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6204)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->poemas 2000 -- 14/02/2000 - 20:53 (cONSTANTINO ALVES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu quero o amor







Eu quero o amor



Como ele é, em bruto absoluto



Eu quero o amor



Como ele também é, doce e gozado



Eu quero o amor ,ferozmente...melado



Encolerizdo



Irado



De cor alaranjado



Gozar eternamente amando e amado



E cantar no meio de sexo cantado



E nunca ficar amuado



E ado ..e ado



E chateado



Amordaçado



Por nunca ter amado



E berrar para ser libertado



E suado



Por Ter funcionado



Encantado



Pelo teu penteado



Queimado



Por Ter abusado



Desajustado



Deste mundo terrado



Odiado



Multado



Lancetado



vidrado



estatuatado



Oprimido ,grito pelo teu nome:



Amor

































A liberdade











A liberdade



Ah finalmente a liberdade



O ar



A brisa.....suave......o pôr do sol



Um campo sem fim....um verde prado...um prado...verde sem fim



De repente cá dentro a verdade



Aos solavancos,



Estoirando ....com tudo



O coração salta ....estoira a poesia



E o batimento do amoroso orgão ...ouve-se ao longe



Pum!Pum!Pum!Pum!



E bate !e rebate!



E parte!



Espalha-se pelo corpo



Pum!Pum!Pum!Pum!



Puxa o corpo para cima



O corpo flutua



Ardeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!



Ardeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!



Olhos abertos



Nuvens que passam



Passaritos que cantam: piu,piu,piu,pi,pi



Espreguiço-me!



Bocejo!



Leio: liberdade!



















O buraco







Cavo um buraco



Esburaco



Procuro



Pergunto



Afundo



O assunto.



É de noite no furo



Rodeado de tudo



Reteso, firmo



O medo



Cavo-o no meio, o medo ,o assunto



E repasso-o pra baixo



Pró meio do mundo.



Sem descanso cavo



Encontro o húmido ,o frio, a paz



No meio do buraco ,no meio da Terra ,



Digo, sou capaz!



Obstinadamente continuo



De pá em punho



Faço crateras



Do meu jeito, do meu cunho



A terra molhada, puxo-a



À roldana improvisada



Reteso-me de força, faço mais um esforço...



Enjoo de improdutivo trabalho



E paro, ignorante e ridículo



No fundo da toca , no meio do mundo



E Rio solto, solto , esgotado, escancarado



De Ter passado o último limite



Deito-me no fundo



E miro-me por dentro



Sim agora sou eu, longe de tudo ,depois do medo.



Completo o trabalho mirando a abertura ,pequena, do furo



O dia distante, a vida crepitante longínqua e ínfima...



Agora sim,sou feliz



Pouso a pá



O buraco está feito!



















Manequim







Desfila



Desfolha



Dissolve



Desenvolve



Uaaaaauuu!



Brlhante,



Exuberante,



Formidável,



Admirável,



Uaaaaauuu!



Ela passa, ela é!



O corpo articulado,



Amagrado,



Desnudado,



Mostrado,



Uaaaauuu!



Agora aí vem do fundo...



Do sonho,



É a fantasia que é!



Serena,



Mutante,



Matante



Saia curta,pele de elefante,



Calça e cocteau, very,very beau



Lingerie, trés intime



Sensual,



Muito especial!



Uaaaauuu!



Decoté,



"Saulté",



Moillé,



Uaaaauuu!



-Atenção à maquilhagem!



-Quero-a requintada nesta passagem



E lá vai ela, qual cinderela em noite de baile!



Rafiné, muito femme!



Un chapeau e muito charme...!.



Domina tudo,



A passerelle, a tv



Uaaaauuu!



Agora a final colecção...



Srs e Sras.....



O ...mundo...



Na pele da simples manequim.



Uaaaauuu!







01-02-2000























Retrato







Cabeludo



Mal barbeado



E peludo



De braço forte e armado



Peitudo



E pouco amado



E em baixo sempre pronto o faz- tudo



Cara de chateado



De coração, ossudo



Sempre mal lavado



E quase sempre mudo



Lá está ele deitado



Mal acamado , desnudo



Preso na cela, guardado



A ver a liberdade por um canudo















Amor 4







31-01-2000



Que mais posso dizer de ti?



Que não existes?



Que és um sonho?



Não!



Não te quero negar!



Quero sempre falar de ti!



Exaltar-te!



Louvar-te ! tudo!



Tudo o que tu és. Aquilo que ainda não sabes que és!



Sabes! Quando me lembro de ti, imagino quadros, vejo filmes, leio livros...:



Um longo lençol branco de cetim, esvoaçando ao vento, caído de uma janela, brilhando-lhe uma intensa luz. È primavera. O prado defronte da casa está verde, intenso, polvilhado de cores, de flores. O sol é meigo...



Agora vejo pianos, ouço sonatas, salões repletos de gente dançante...agora é o teu riso, suave,cálido ,centrípto numa mistura de todos os sons do mundo .... e eles,os sons, girando numa enorme espiral, natural,informal. E tu cais do ar, sempre sorrindo, e eu sou Pégaso, voando, com os meus dois braços,abraçando-te....



Agora ainda o lençol é maior, grande, excentricamente enorme, alvo...



Deslizo por ele, afagando-o, beijando-o..... é um quadro repleto de paz....as pombas...todas as pombas do mundo..o espírito santo ...a pomba de Picasso...



E tudo o vento leva, toda esta imagem ,ondula no espaço...e lá em baixo vejo o Mar,intenso e azul,azul, sem fim...



És tudo isto!



"E mais que isto" és tu ao pé de mim...



...colando os lábios aos meus...



e mais que isto...



seremos nós dois para sempre juntos



eternamente.....



....amando...







31-01-2000























"Amor"







E agora vou escrever um poema



Olho o papel branco...



Rasgo-o



Colo-o



Amachuco-o



Desembrulho-o



Agora escrevo-o



Htgdhdjdjhdjdddhdjddreytr



Letras,obstáculos,lixo,linguagem



Decido escrever o amor



E escrevo:







Talvez o melhor sinal para o descrever..



Porque os outros sinais não são



Nada,não são nada



Registo a palavra amor 100 vezes



Bato com ela no papel



Piso-a



Espremo-a



É muda, não grita, não diz nada



Faço-lhe uma festa com a borracha...



Apaga-se... extingue-se



Porque o amor não se descreve...



Farto



Estou farto de encostar ideias aos sinais



Risco a palavra amor



Não ao calígrafo amor



Não!



















A paz







Eh lá homem da metralhadora!



É paz que tu queres?



Nem ouves o que te pergunto.



Tratratretrattratretratratre



O alvo salta,morre um homem,dois ou mais



tratratratretratratratretra



o ruído da arma despedaça-te e tu nem sentes:



tremem-te os braços, batem-te os dentes



solta-se do teu coração o amor por ti, pelos outros,cai no chão



pisas-lo e tu nem reparas



tratretratretratretratre



os segundos são horas, dias ,uma vida



tratretratretratretratre



já não é ódio que sentes



aliás já não sentes nada



o que resta de ti vibra,treme



já não és um homem ,não és nada



ou antes és uma metralhadora, não pensas, disparas.



De repente, páras e perguntas-me:



A paz .... o que é?















Inverno











No inverno engripo



Tolda-se-me tudo



Derrapo



Paro de respirar



Abafo de abafo



Lamento



Choro até de frio



E de isolamento



Da mente.



Enquerquilho num sarilho



Rodopio



Não rio.



Com isto tudo



Aparece o sisudo,



Na máscara da cara,



Cresce-me velhaco o nariz



Que pinga infeliz.



Descai-me a alma



Espirro,



O meu esbirro



Embirro



E embirro



Com tudo, com o frio



E sinto frio



Sinto frio



Frio



de Inverno.



















Uma paixão







Deixa-me amar-te



Deixa-me olhar-te



Adorar-te



Sentir-me em ti



Não tens longos cabelos loiros



Nem lábios carregados de baton



Não tens o corpo torneado



Nem bebes por finas chávenas de chá



Mas tens aquele olhar...



Aquele sorriso guardado



Um coração bem encarnado



De quem sabe amar....



Vejo-te de longe



Não sabes que existo...



Que vale falar mais disto:



Do meu amor e encantamento por ti



Ardo,sofro e não desisto



Da paixão que nasceu logo que te vi



E cá fico dormente e só



Lendo repetidamente na minha mente a tua cálida imagem



Vezes sem conta



Revezes



Ás vezes



Por vezes



A fina dor da impotência de me aproximar de ti



Roe-me



Prosta-me



Revolta-me



Subtrai-me



Dimunui-me



E penso em ti...



Cá...



Do fundo



De



Mim!























versadamente











Falta-me o tempo



O sonho consome-me



O trabalho pesa-me



A noite é noite



O frio que faz arrefece-me



O barulho do modem incomoda-me



O ar é invísivel



A lua está distante



Uivo por dentro a ela-lua



Solta-se-me o espírito



Arrepia-se a mente



Busco,rebusco cá dentro



E não encontro semente



Solta-se-me os versos



Dilacera-me o ego



Trepida-me a alma



Fumo um cigarro



Azeda-se-me a saliva



Engripo os meus olhos



E reolho-os por dentro



Diabólica mente



Demente



Serpente



Sente



Te



Nada



Renada



Deus



Eus



Eu



Pim!























Pedra sobre pedra











Um homem esgotado...



Pedra sobre pedra



O homem consegue



Ergue com esforço



A pedra e outra



Agora ainda outra



É força que tem o homem



Ou é leve a pedra que o homem põe?



Não , não é leve a pedra



É antes a força da inércia em movimento uniformemente acelarado que o homem esgotado tem!



É a réstia última de um ser parado,chupado,sugado, passado...



Passado ....não tem



Levaram-lhe com a alma



Como sempre acontece ,a quem?



Áqueles



(quem havia de ser)



A quem fez bem!























Isto é sexo











Os dedos no teu corpo



O toque das nossas pernas ,escorregando



As cabeças cruzadas



Os teus cabelos molhados



A luz do sol desce até nós, agarrados



Os teus lábios ,onde estão os teus lábios?



Continuo a esculpir-te...



Com as mãos



Com os pés



Com os meus olhos



Com amor



Com dor



Porque amor é dor...



E os nossos corpos gritam



Arrepiam-se



Vejo no espelho em frente de nós...uma



Imagem serena de dois corpos entrelaçados



Molhados



Pintados pela luz tépida e colorida do sol



Que quadro fazemos nós!



Como gostaria que Picasso nos visse daquela janela defronte e nos ..



...redesenhasse



e nos



torcesse



Agora gosto mais de ti...



Ainda mais..



Digo-te isto,tu ris-te



Ou melhor, sorris-te



Vem a alma...



Beijamo-nos



Beijamo-nos,



Beijamo-nos!















Natureza morta I











Está morta a natureza



Triste cor a pinta



É da luz ou da beleza



Ou da falecida tinta







Ou



Vejo-a triste a natureza



Naquele quadro não luta



Será da luz ou da beleza



Ou da falecida fruta











Natureza morta II











Sigo linhas distantes



raios de imensa luz



que pousam nos quadros gritantes



na natureza morta de sus...



sus...realismos psicóticos



lágrimas de uvas partidas



peras em magros sonhos ópticos



melancias em talhadas sofridas



perspectivas oníricas



vidas divididas



sem emoções maricas



de Dalis de ricas vidas



é forte o quadro que sonho



da vida real que vivo



porque afinal a natureza não é morta



nem eu sou um poeta/pintor de lugar certo ,inerte e cativo















Natureza morta III











Rasgo telas



Parto pincéis



Louvo , forte e alto, pinturas



Encanto-me muito com elas



As imóveis naturezas mortas



É o brilho, a luz



Que cai lenta,lentamente



Na calma, naqueles calmos nus



Os frutos sem roupa



Pousam ingénuos e santos



São o resto da vida



Da semente que Deus deixou



Agora coloco o quadro



Como um belo relicário



No meu quarto que agora é um adro



Da sé que o mundo para mim agora é!



























Cortejo















Multidão



Rebanhos besourados por cantigas lancinadas



Pés descalços



Suores frios



Sol torrado



Crenças sacrificantes



Cruzes por todo o lado



E mais cruzes



E padres



Forasteiros tristes



Tubas doentes



Anjos podres



Corações mirrados



E a multidão continua...



Nua...























Capitalismo







A mais valia vale



À custa de um mal



A venda e compra de um corpo



De um corpo....que rola no ar



Há sempre um corpo entre nós.. aqui no bar:



Eu (um pobre professor) vazio a dar,



Tu (patrão de empresa de electrodomésticos)teso e direito a receber



150.000 anos disto....



desta porcaria de dar o corpo



desta espécie de prostituição



de dores ,de guerras, de ódios



é uma doença, sem cura até então.



Olha velho patrão! Viro-te as costas ao balcão!



E tomo atenção para a pequena televisão



Um jornalista faz uma reportagem – fala do 25 de Abril e da liberdade!



Contente e ainda de costas para ti lanço-te uns gases intestinais



Para ti e outros que tais!



























Com as mãos











Com as mãos eu desloco o ar que respiro



Faço gestos á lua distante



E num instante



Abro a noite aos meus olhos



E olho



De frente



A noite do medo



Há uma luz que começa a brilhar



Há uma estrela que cai de repente



E me diz que sente



A minha coragem a palpitar



O corpo pr’a frente , as mãos a ladear



O vento que ergue o cabelo pr’o ar



É a minha estátua



É a minha alma



É a minha coragem



Erecta a amar



Amar o quê?



O mundo!



E tudo isso que é fundo!



Tudo o que é feito para um homem lutar !

















Prostituta 1











Vende-te e luta



Torna-te bela e prostituta



Não fiques a comer o ranho dos teus filhos



Não cases, não cries sarilhos



Torna-te puta



E labuta



Na pedra fria da calçada



De perna alçada



Bebe e "chuta"



Lá dentro é que se faz a "truta"



Rebenta-te, consome-te mas não desistas



Torna-te a fria e nua raínha das pistas



Ri-te , gargalha



Chupa toda a canalha!



Engorda! Rebola , agora és mais velha que a cicuta



Beija e rouba o chalupa



És a megera do mundo, a raínha do mundo



Vejo-te deitada na Terra, por cima, enorme



Agora babas-te . sempre rindo com aquele horrível riso que faz andar o mundo



Rebentas de dinheiro, apodreces...



Apodreces-me



Vai-te puta!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui