Vida, quantos mistérios a envolvem
em desígnios e sofreres insondáveis,
desideratos e calvários intermináveis,
busca frenética e incessante do imponderado.;
inúteis são os desejos e as esperanças,
exaustivas e extenuantes são as andanças
num caminhar rumo ao destino ignorado.;
não vale a pena a cansativa luta,
viver nessa desgastante disputa
contra um inimigo inidentificado.
Vida, uma janela aberta para o nada,
de onde se tem uma infinita visão,
dela vê-se muito, mas é tudo em vão,
o pensamento voa, vôo inconcluso.;
a natureza, dizem, tem muitas cores.;
daqui não se distingue os teores,
tudo é preto e branco, o céu incluso.;
o ar é inodor, o sabor é insosso,
quando não azedo, amargo, e nesse fosso
entre o belo e o feio queda-se confuso.
Vida, indistinto é o seu real sentido,
invonvincentes são suas definições,
inaceitáveis são suas convenções,
sufocantes as ordenações impositivas.;
não é fácil romper suas amarras apertadas,
livrar-se das pressões descarregadas
por via de estruturas restritivas.;
então fica-se com a íntima sensação
de que tudo é fatal, à vista não há solução
para a vida e suas redomas normativas.
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