Usina de Letras
Usina de Letras
54 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62247 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10372)

Erótico (13571)

Frases (50643)

Humor (20034)

Infantil (5442)

Infanto Juvenil (4771)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140812)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6199)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Janeira -- 31/01/2004 - 07:38 (Luciene Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Janeira

Janeira

O nome de minha madre é setembro. Colhe flores o ano todo. Meu pai, dezembro. Forte como um jatobá no meio da mata dos meses. Os dois me deram no ano de janeiro. E por isso sou janeiro inteiro. Renasço-me. Refloresço-me. E decido cuidar de plantas que, durante os transcorreres dos meses, não planto.

Sou janeiro desde o dia primeiro. Tento marcar a vida pela euforia desse dia. E, combatente, venço cada guerra em que me meto. Ou, pelo menos, penso.
Se desisto, lavo a cara nas águas do aguadeiro que tão bem me definem. E retomo, mesmo as dores e os prazeres.

Meu inferno astral, se isso há, acontece em janeiro. E nele também acaba. Por isso há em minha janela um girassol teimoso em sorrir p ra vida. Ganho de alguém que mo deu também no mês dos recomeços.

Os outros períodos são mormaços, como uma menstruação que se decanta, fazendo caminho para uma menopausa certa, indicando finais de ciclo e obediência à Mãe das naturezas plenas.

Se pudesse escolher, morreria em fevereiro, atada à essa terra brasileira de carnavais purificatórios. E, em havendo reencarnação, e em podendo escolher, seria uma árvore. Plena, frondosa, nascida em setembro, talhada em dezembro, maturando-me em todos os outros meses de meus irmãos vários.
E assim seria eternamente.
Até que felicidade não fosse mais uma palavra solta no vocabulário dessa surrealidade.

L.Lima
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui