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Humor-->Caso de Polícia -- 15/10/2003 - 09:59 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

CASO DE POLÍCIA
(por Domingos Oliveira Medeiros)

No Brasil, o presidente sempre governou com o apoio de gente muito poderosa e bastante competente. Houve época, e não faz muito tempo, que até Deus, de tanto ajudar este país, recebeu nacionalidade dupla e passou a ser brasileiro.

Época em que éramos reconhecidos no mundo inteiro como os melhores jogadores de futebol. Chegamos, inclusive, ao tetracampeonato mundial. Tínhamos os melhores jogadores do mundo, de Pelé até Ronaldinho.

Tivemos uma época de ouro na fase da Bossa Nova, onde poetas - como Vinícius de Morais e tantos outros - compunham belas músicas que encantavam o mundo inteiro, inclusive o país do Tio Sam.

Mas – e sempre tem um mas -, o tempo foi passando, os políticos foram envelhecendo, o povo também, e todos começaram a esquecer das coisas. Esquecemos de jogar futebol. O Ronaldinho anda com problemas no joelho; o Guga com problemas na virilha; e o presidente com problemas de esquecimento. Resultado: tivemos que apelar para nosso assessor maior, Deus; que de tanto ajudar e não ver resultado passou a bola para São Pedro, logo acolhido e nomeado pelo presidente.

Estávamos na época das secas; de quebra de safras, aumento de preços, aumento da inflação, fome no nordeste e, finalmente, o fantasma do apagão. O presidente tinha esquecido de investir no setor energético.

Mas, pela graça divina, São Pedro chegou e com ele vieram as chuvas. E o fantasma do apagão, depois de causar tanto prejuízo à população, e tanto lucro as empresas distribuidoras, passou a assustar menos. Muita água, muita geração de energia.

Aí vieram as quedas de barreiras. Na região serrana do Rio de Janeiro, na Região Sul, Minas Gerais, e assim por diante. Milhares de desabrigados. Alguns óbitos. E o governo sempre dando a desculpa do mau tempo. No Brasil inteiro, as estradas ficaram intransitáveis. Culpa das chuvas, que tanto serviram para diminuir o sofrimento do apagão.

E a chuva continuou. Encheu pneus, garrafas e cisternas descobertas. Vieram os mosquitos da dengue. De repente, em todo o território nacional, a doença reaparece. Nunca vi mosquitos tão organizados. Suspeita-se, até, de que eles estejam utilizando telefones celulares, pré-pagos, tal a eficácia da operação “dengue”.

E o governo federal responsabilizou, mais uma vez, os municípios de não terem agido preventivamente durante todo o ano passado. Só que o governo, mais uma vez, esqueceu que a SUCAM fora extinta, justamente a Superintendência que tratava de campanhas de saúde pública. E, como é comum nestas ocasiões, começaram as trocas de farpas.

O governador do Rio acusou o governo federal de ter demitido mais de mil funcionários que cuidavam dos equipamentos para eliminar os focos da doença. O Ministério da Saúde, em tom de réplica, acusou o governo do Rio de usar o dinheiro reservado para o combate às epidemias para contratar novos funcionários. De repente, acontece um blecaute na rede elétrica que deixou parte do país às escuras. Toda a assessoria em busca das causas. Ninguém sabia de nada. Nem eu sabia que tinha tanta gente cuidando da energia. Finalmente, descobriram tudo: um parafuso. Um parafuso mal colocado. Que acabou derrubando o terceiro cabo. Já que o segundo caíra por falta de manutenção. E o terceiro, bem, o terceiro é caso para a engenharia elétrica responder. Talvez em cadeia de rádio e televisão. Isto, é bem verdade, se não faltar algum parafuso na cabeça de alguém.

E nós, claro, ficamos lendo os jornais e acompanhando as novelas. As fictícias e as reais. Já estou atrasado para acompanhar a novela da falta de segurança e da violência do crime organizado. É uma novela longa. Já dura, pelo menos, onze anos, que tramitam no Senado projetos para definir o seu final. Até às próximas eleições. Se chover, é claro!...

(Republicado a pedido de uma saudosista da era FHC)

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