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Poesias-->SAUDADE -- 03/09/2006 - 21:16 (Délcio Vieira Salomon) |
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SAUDADE
Délcio Vieira Salomon
Nem pungir
de acerbo espinho
nem palavra triste
carregada de sofrimento
nem asa de dor
do Pensamento
nem gemidos vãos
de canavial ao vento
nem a corrente do rio
qual velho monge
as barbas brancas
alongando
alongando...
muito menos
pedacinho colorido
de papel.
Apenas o perfume
de cabelos soltos
a impregnar o ar
Está escrita
em linhas etéreas
foge do sol
e pinta ao luar
a imagem
na mente transcrita
que o vento leva
traz e desfaz.
Suave aboio
lamento de montanha
pranto de nuvens
frio e quente
amargo e doce
com ternura
a misturar
dia com noite
no mesmo lugar.
Prenhe de lembrança
sentimento que passa
um deixa pra lá
sempre a voltar.
Saudade
quando começo a cismar
sinto a indefinida presença
daquela ausência
que me pega
me pega
me pega
para nunca mais largar.
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