Conscientização e ética
Não mais estranho, o caminho em que muitas balas perdidas encontram seus alvos diretos ou indiretos. Porque pelas mãos de quem atira, o alvo é sempre alguém que o desprezou, o desacreditou ou o abandonou, deixando-o à margem da aceitação.
Não mais estranho os que desrespeitam os direitos dos idosos. Os que maltratam as crianças... Os que judiam dos animais...Os que destroem a natureza a seu bel-prazer, os que não obedecem a seus pais e os fazem de chacota!
Aos que não observam os que por um motivo ou outro, dispõem de seu tempo para amenizar a dor do outro, sendo com uma palavra de carinho ou doando algo material.
Entretanto, tudo segue de forma adversa porque assim o somos!
Não mais estranho aos que foram assassinados, lutando para criar condições justas àqueles que nunca foram considerados participantes da sociedade...
Não estranho mais, os que utilizam as palavras da Bíblia, menosprezando o que Jesus pregou, para assim, empanturrarem seus bolsos, criando dízimos, que garantem aos ignorantes à aquisição de seus emergentes pedidos...
Não mais estranho crianças não poderem sorrir, justificando-se, assim, que elas deixam de levar a vida a sério!
Não mais estranho os governantes com seus privilégios e salários altos, decidirem em 365 dias, uma ínfima porcentagem de acréscimo, àqueles que acordam de madrugada, carregando suas marmitas frias, exatamente idêntica às suas esperanças...
Não mais estranho à ausência de lágrimas furtadas por um sistema, que nos pressiona, tornando-nos passivos e temerosos a cada dia. Coibindo-nos de qualquer insatisfação, tendo como punição à perda de nossos empregos.
Não mais estranho à valorização de pessoas, que dizimaram tantas outras, e agora, são cultuadas como exemplos de força e poder!
Não mais estranho pleitearmos a paz, quando músicas, novelas e filmes criados, aludem à violência e ao sexo sem amor!
Estranho-me, mediante a tanta mediocridade e individualismo em que me coloco. E, num instante, de não-passividade _ grito!
Não!
Pois chega! de não mais estranhar: indiferenças, injustiças, covardia, ignorância, competitividade negativa, discriminação racial ou social, impaciência com o outro.Com a total falta de solidariedade, atitudes individualistas e, _ a repetida frase: não tenho nada com isso!_ e a qualquer atitude, que não reflita as conseqüências de nossos atos em relação ao outro.
Quero poder acordar e, ao olhar meu filho, vizinho, amigo, ou àquele a quem desconheço o nome e ver em cada um, a esperança de que podemos contar uns com os outros. Certos de que sozinhos não conseguiremos construir nenhum segmento.Que qualquer crítica e oração sem ação perdem seus significados. Que mesmo assustados, tenhamos força para banir definitivamente _ o câncer da submissão_ que nos acorrenta e nos impede de lutarmos por nossos direitos, sonhos e principalmente, impedindo-nos de sermos pessoas mais humanas. Portanto, o que realmente nos é relevante neste momento, é o de sermos pessoas capazes de fazer prevalecer a verdade e o real motivo pelo qual adquirimos o mérito de aqui estar.
Há de se saber viver, doando-se a cada dia, sem a prévia de cálculos em ganhos futuros. Há de se valorizar _ A ÉTICA_! E, só assim, estaremos compromissados com a integridade. E merecedores dessa tão extraordinária caminhada a que chamamos_ VIDA!
Isabel Benedito dos Santos 03/07/06
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