Hoje recordo os quase dois anos que passei em São Luís do Maranhão, entre 1952 e 1954, quando trabalhei no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, graças a emprego conseguido por meu saudoso pai junto a Dr. Manuel Sobral Neto, na época Diretor do Ginásio Santa Teresinha, onde estudei. É que, naquele tempo, o Inspetor do IBGE em São Luís, era o Dr. Adolfo Frejat, parente do Dr. Sobral.
Assim que terminei o curso ginasial, fiz concurso para o Banco do Brasil,em Floriano-PI, nas próprias dependências do GST e só tirei 0,5 (meio) em Matemática. Disseram-me, então, que o Inspetor do Banco falou para Dr. Sobral: "É uma pena que esse rapaz tenha se saído tão mal em Matemática, pois, fez uma boa prova de Português."
Em São Luís, enquanto trabalhava na Estatística, mfrequentei o Cursinho de Iran Salazar(na rua de São Pantaleão), para o BB.
Depois que Adolfo Frejat foi transferido para Fortaleza-CE e o inimigo dele Arthur Dias de Paiva assumiu, passou a perseguir-me e me demitiu.
Consegui, na oportunidade, um "bico" na União Maranhense de Estudantes-UME, com seu presidente José de Ribamar Dominici. Com pouco tempo, porém, solicitei-lhe uma carta (que fiz e ele assinou), me apresentando ao presidente da Casa do Estudante de Pernambuco - CEPE.
Quando cheguei no Recife, o Marcelo (caruaruense que era o presidente e foi substituído por Paulo Viana de Queiroz, de saudosa memória), disse-me que não havia vaga, que procurasse onde morar e ficasse fazendo refeições na CEP. Fui para a Pensão Auriverde, depois de apresentado por meu irmão José ao estudante de Medicina potiguar João Paulo; e lá conheci Obede e Bezerra, maranhenses e fiquei numa vaga com o pernambucano José Figueiroa Neto.
Como trouxera os pontos do Cursinho do Iran Salazar, sempre os relia e revisava o livro Problemas de Aritmética, de A. Tenório de Albuquerque(quando tinha dificuldade na resolução de algum problema, procurava algum estudante bom em matemática, para me ajudar).
De modo que, em novembro de 1954, fiz meu terceiro concurso para o BB e fui classificado em vigésimo quinto(25) lugar entre os 36 (trinta e seis) aprovados, de cerca de oitocentos(800) que prestaram exames no antigo Colégio Estadual de Pernambuco ou Ginásio Pernambucano, na rua da Aurora(ora restaurado).
Quem me deu a notícia de minha aprovação foi o Obede: cheguei à Pensão Auriverde cansado do meu trabalho como cobrador do Sindicato dos Comerciários, quando ele me abraçou e deu parabens, dizendo:"Sua tia Maria veio aqui comunicar!"
Fui, com outros aprovados ao Cursinho do Lessa e este disse aos presentes que o único que não frequentara o curso dele, dentre os que ali se encontravam, era o Geraldo. Levantei-me e disse ter sido aluno de outro funcionário do BB, mas, em São Luís-MA.
Como me saíra bem em Português nos dois concursos anteriores(tirei só 4,5 em Matemática, em 1952, em São Luís); e sabia que Francês e Inglês seriam provas fáceis;como estudara bem Contabilidade(efeitos a cobrança, a cobrança entre agências; mandatários por cobrança, a cobrança entre agências, etc.). a preocupação maior era com meu "Calcanhar de Aquiles" - Matemática. Daí, tirei apenas 6(seis) em Português e 7,5(sete e meio) em Matemática. |
