Eu tenho da paixão um medo atroz,
Fujo dela, tal satã foge da cruz.;
A paixão cega, rouba da visão a luz
Como aperta a corda da forca o algoz.
A paixão, com abrasiva cauda de ciúme,
Remexe, como vulcão, as emoções,
O carinho fenece, acende o azedume,
Ativando na mente primitivas reações.
O coração apaixonado perde o compasso,
Bate em desvairada disritmia,
Para ele não serve o marca-passo.
Um triste destino a paixão sentencia:
Leva o apaixonado à cruz da agonia,
É a ruína, para o amor cerra-se o espaço. |