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Teses_Monologos-->A Propósito da Violência -- 21/03/2003 - 20:58 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Propósito da Violência e do Crime Organizado
(por Domingos Oliveira Medeiros)

A mídia, impressa e televisada, de modo geral, já se posicionou a favor da medida que pretende proibir a posse de armas de fogo. Mas o assunto não é tão simples como parece. É bem mais complexo. Tanto que, até agora, não se chegou a um consenso.Talvez até semelhante ao tema da pena de morte. Há prós e contras. Haja vista a posição contrária à aprovação da medida, manifestada pelo senador Íris Rezende, presidente da comissão mista de segurança pública que examina as várias propostas de desarmamento. Há interesses em jogo, também. Difusos e nem sempre reconhecidos pela população que, na sua maioria, leva em conta os argumentos utilizados pela imprensa.

Não acredito que a medida virá resolver ou minimizar, de forma significativa, o problema da violência. Aliás, não é de hoje que autoridades, governantes e políticos tentam resolver os problemas pelas folhas, sem ir às suas raízes.

A bem da verdade, a maioria dos crimes que são praticados neste país o são através de armamento pesado, armas de guerra, como as metralhadoras, os fuzis e as granadas. Além do mais existem outros armamentos, não menos importantes, que ficaram de fora dos anteprojetos de lei que tramitam no Congresso Nacional: são as chamadas armas brancas, as facas, as navalhas, os punhais e tantos outros instrumentos que se utilizam os marginais para ferir e matar. Sem falar nas pedradas, nas pauladas e até nas vítimas que são enterradas vivas conforme foram aqueles executivos portugueses, mortos no litoral cearense, na praia, ironicamente, chamada de Praia do Futuro.

Alegar, em favor da aprovação da medida, que em sete anos de envolvimento na guerra do Vietnã, os Estados Unidos perderam mais de cinqüenta mil, soldados, enquanto no Brasil, nesse mesmo espaço de tempo, foram trucidadas cerca de 280 mil pessoas é, no mínimo, distorcer a questão para angariar simpatizantes à causa. Primeiro porque, sabidamente, este rol de mortandade brasileira não se deu, única e exclusivamente, a partir de armas de cidadãos pacatos, as quais, por um motivo ou outro, foram parar nas mãos dos marginais.

Evidentemente, as várias chacinas que ocorrem nos grandes centros e nas grandes capitais, onde são mortas dezenas e dezenas de pessoas em questão de minutos, é um trabalho que conta, sempre, com armas pesadas, com metralhadoras e fuzis, quando não granadas. Depois, aquele total de mortes deve incluir, naturalmente, mortes por armas brancas, por estrangulamento, facadas, etc.

Retirar a arma de um cidadão pacato, cuidadoso com sua guarda e manutenção, e que a possui, muitas das vezes, para espantar animais ou ladrões de galinha próximo à sua residência ou chácara de veraneio, é o mesmo que deixar a pena de morte válida, tão-somente, para os bandidos. Tal como está hoje, ou seja, o bandido é quem dá a sentença e decide quem vai morrer, como e quando. E não se preocupa com eventuais “erros judiciais”.
Só acredito no combate à violência quando ele for precedido de um levantamento geral dos vários fatores que contribuem para os vários tipos de violência que, infelizmente, graçam neste país.
A partir deste grande diagnóstico, governo, classe política e sociedade organizada poderão implementar uma série de ações integradas e interligadas, de forma gradual e permanente, onde nada poderá ficar de fora, por qualquer motivo que seja, doa a quem doer.. Só dessa maneira, muitas cabeças deverão rolar, para que outras deixem de cair,impunemente. Domingos Oliveira Medeiros 26 de fevereiro de 2002



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