Almas Perdidas*
®Lílian Maial
Se a noite te serve de manto,
escondendo a mesquinhez e o desencanto,
estás perdoado de tudo,
pensas que não tem retorno.
Ledo engano...
Teus atos sórdidos e incautos
ficam gravados na tua mente
e, mesmo que finjas que não sabes,
sabes muito em que és impuro.
A maldade que brota de ti
não se contém ante a beleza,
não se contenta com a sina,
não se importa com a vida.
A crueldade e a inveja
fazem da alma um purgatório,
e a inquietude da tragédia,
da desdita e solidão,
são as pequenas infâmias
que te congelam o coração.
Se és infeliz e incapaz,
toma tua vida nas mãos
e muda o que não te satisfaz!
Não brinques de deus poderoso,
que decide sobre o bem e o mal,
que tua própria existência inócua
te aponta o Juízo Final.
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*do livro “Enfim, renasci!” – editora Impetus
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