Logo cedo a gente parte
Por esse mundo afora
Deixa tudo e vai embora
Na busca dum baluarte.
O pouco a gente reparte
Antes de deixar a serra
Quem quer vencer nunca erra
O rumo da prosperidade
FOI NAS ASAS DA SAUDADE
QUE VOLTEI PRA MINHA TERRA.
Há um grande sofrimento
No momento da partida
E a fraqueza escondida
Tem a capa de alento.
A mala já no jumento
Um novo mundo descerra
Mas um passado soterra
Sem demonstrar piedade
FOI NAS ASAS DA SAUDADE
QUE VOLTEI PRA MINHA TERRA.
Para trás fica a infância
Marcada com alegrias
Traquinagens e folias
Por toda aquela estância.
Sem ter noção da distância
Um período se encerra
Quando um filho se desterra
E vai pra grande cidade
FOI NAS ASAS DA SAUDADE
QUE VOLTEI PRA MINHA TERRA.
Depois de muitas andanças
O caminho é inverso
Embalado por um verso
Como que em águas mansas.
Já se foram as cobranças
E aquele clima de guerra
O peito já não emperra
Com o peso da vaidade
FOI NAS ASAS DA SAUDADE
QUE VOLTEI PRA MINHA TERRA.