Usina de Letras
Usina de Letras
15 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62285 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10388)

Erótico (13574)

Frases (50677)

Humor (20040)

Infantil (5458)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6209)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Eflúvios de Ti -- 29/09/2000 - 03:41 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eflúvios de Ti

A madrugada me acorda, instigando-me às lembranças. O silêncio solto pelo ar musica as letras que embalam o meu cérebro.
Vívidas imagens de ti acorrem-me como num filme. Uma saudade aflita me invade, ancorada em promessas ou pactos que não foram selados.
Apenas deixei meu olhar repousar entre as vagas, na expectativa que elas te trouxessem. Havia o convite das estrelas que brincavam de fazer pulsar mais rápido o meu coração, expondo-o em sons que se faziam ouvir nas calçadas dos sonhos. Era eu de novo, a desfilar meus lábios entre os eflúvios da lua, beijando-te na solidão dos meus pensares que teimavam em te abraçar. Ainda fui buscar àquela música que nos enlaçava ardorosamente em um salão, espalhando os acordes do nosso amor em rodopios e passos que denunciavam a nossa intimidade e cumplicidade. Podia-se sentir o cheiro da minha pele, acenando-te em convites explícitos de entrega. Tuas mãos deslizavam suaves nos contornos do meu corpo, fazendo-me vibrar em arrepios. Levavas-me por caminhos de amor, onde meus olhos ainda que semicerrados, deixavam-se guiar. Meus passos, não hesitavam em abrir as portas que teus desejos sinalizavam. Havia aquiescência em olhares que se fundiam, antecipando o eclodir do vulcão dos nossos corpos. Tudo em ti combinava exatamente com o tudo de mim.
Naquele salão, enquanto a música tocava-nos em carícias, pude perceber que, ainda que o tempo se apressasse em nos desencontrar, jamais te perderia das memórias da combustão do meu corpo. O teu coração, tatuado ao meu, falava-me uma linguagem que o meu tato captava em ondas cósmicas e sensoriais. Impossível ficar impassível ao prazer que tua pele denunciava presa a minha, enquanto tua boca declarava-se em beijos que faziam o coração da lua estremecer. Ali, enleada, pela dança dos teus olhares, desnudaste os segredos encobertos pela seda do meu vestido que teimosamente, ainda nos separava. Não havia limites para o calor que tua proximidade despertava em mim. Deixamo-nos ficar imersos na descoberta preliminar que a dança nos oferecia, esquecidos dos olhares que nos rodeavam.
Sorrio agora em frêmito, enquanto recordo daquela noite. O tic-tac do relógio me avisa insistentemente que já passam das 03:30 da madrugada...adormeço meus pensamentos, levando-me para longe do álbum das minhas saudades, porque ao contrário daquela dança, essa história precisa terminar por aqui.

© Nandinha Guimarães
Em 29.09.00
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui