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Textos_Religiosos-->Ainda a visita do Papa: por um Brasil mais Bento -- 14/05/2007 - 11:29 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
--- Especial: Papa no Brasil ---

Bento XVI pede «testemunho de um sacerdócio bem vivido» durante Rosário em Aparecida
Padre agradece acolhida e hospitalidade do povo brasileiro
Santo Padre pede que fiéis permaneçam na «escola de Maria»
Papa adverte sobre comércio de drogas em encontro com recuperandos do vício no Brasil
Jovens dão testemunho de vida em frente ao Papa na Fazenda da Esperança
Jovens recuperandos de drogas festejam com Papa na Fazenda da Esperança
Bento XVI incentiva no Brasil promoção de um dos «deveres» do cristão: a caridade
Protagonista do milagre que levou Frei Galvão aos altares fez 1ª comunhão com Papa
Não só brasileiros participaram do Encontro do Papa com a Juventude

--- Conferência de Aparecida ---
O perfil do «servidor» da Conferência do Episcopado Latino-Americano

--- Documentação ---
Discurso de Bento XVI após a oração do Santo Rosário com os sacerdotes e religiosos
Discurso do Papa na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá
Saudação do Papa às irmãs Clarissas em sua chegada à Fazenda da Esperança, em Guarantiguetá


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--- Especial: Papa no Brasil ---

Bento XVI pede «testemunho de um sacerdócio bem vivido» durante Rosário em Aparecida
Papa dedicou encontro aos padres, religiosos, religiosas e seminaristas

APARECIDA, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- «O testemunho de um sacerdócio bem vivido dignifica a Igreja, suscita admiração nos fiéis, é fonte de bênçãos para a Comunidade», destacou o Papa perante cerca de 35 mil membros do clero, da vida consagrada e seminaristas, esse sábado, na Basílica do Santuário de Aparecida.

O encontro deste início de noite foi dedicado especialmente a esses membros da Igreja, que formaram filas nas entradas da Basílica desde o início da manhã.

E eles ouviram o Papa dizer que o sacerdócio bem vivido é também «a melhor promoção vocacional», «o mais autêntico convite para que outros jovens também respondam positivamente aos apelos do Senhor». «É a verdadeira colaboração para a construção do Reino de Deus.»

Bento XVI afirmou que pensa e ora por todos os sacerdotes espalhados pelo mundo inteiro, de modo particular pelos da América Latina e do Caribe. Incluiu na saudação especial os que são fidei donum. «Quantos desafios, quantas situações difíceis enfrentais, quanta generosidade, quanta doação, sacrifícios e renúncias», disse.

O Papa destacou ainda que «fala fortemente ao meu coração de Pastor» «a fidelidade no exercício do ministério e na vida de oração, a busca da santidade, a entrega total a Deus a serviço dos irmãos e irmãs, gastando vossas vidas e energias, promovendo a justiça, a fraternidade, a solidariedade, a partilha».

«Agradeço-vos sinceramente e vos exorto a que continueis a viver de modo digno a vocação que recebestes», acrescentou.

Afirmou em seguida aos diáconos e seminaristas que eles também ocupam «um lugar especial no coração do Papa». Destacou «a jovialidade, o entusiasmo, o idealismo, o ânimo em enfrentar com audácia os novos desafios» destes membros da Igreja.

Indicou que eles tenham «sempre diante dos olhos a figura de Jesus, o Bom Pastor, que "veio não para ser servido, mas para servir e dar sua vida para resgatar a multidão"». «Sede como os primeiros diáconos da Igreja» --disse--, «homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo, de sabedoria e de fé».

Bento XVI pediu aos seminaristas que agradeçam a Deus pelo chamado vocacional. «Rezo para que sejais, se Deus quiser, sacerdotes santos, fiéis e felizes em servir a Igreja», disse.

Aos consagrados e consagradas, afirmou que eles são «uma dádiva, um presente, um dom divino que a Igreja recebeu do seu Senhor». Agradeceu por seu testemunho ao mundo «de um amor fiel a Deus e aos irmãos».

«Esse amor sem reservas, total, definitivo, incondicional e apaixonado se expressa no silêncio, na contemplação, na oração e nas atividades mais diversas que realizais, em vossas famílias religiosas, em favor da humanidade e principalmente dos mais pobres e abandonados», referiu.

O pontífice afirmou ainda que «vale à pena deixar-se cativar e fascinar para dedicar-se exclusivamente» a Deus.

Após rezar o Rosário na Basílica de Aparecida, Bento XVI retirou-se para passar a noite no Seminário Bom Jesus. Este domingo terá uma longa jornada, com a celebração da missa e a abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribe.

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Padre agradece acolhida e hospitalidade do povo brasileiro

APARECIDA, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Durante a oração do Rosário no início de noite deste sábado, Bento XVI agradeceu calorosamente o povo brasileiro por sua acolhida e hospitalidade.

«Desde que aqui cheguei fui recebido com muito carinho», disse o pontífice. «As várias manifestações de apreço e saudações demonstram o quanto vós quereis bem, estimais e respeitais o Sucessor do Apóstolo Pedro».

Bento XVI confessou que o Papa João Paulo II já tinha se referido a ele diversas vezes sobre a «simpatia e espírito de acolhida fraterna» dos brasileiros. «Ele tinha toda razão», acrescentou o pontífice.

«Sinto-me muito feliz em estar aqui convosco, em vosso meio. O Papa vos ama», disse o Santo Padre, que por onde passou nesses dias no Brasil foi recebido por uma multidão de pessoas que se aglomeravam nas ruas ou faziam vigília em frente ao local de sua hospedagem.

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Santo Padre pede que fiéis permaneçam na «escola de Maria»
Durante oração do Rosário no Santuário de Aparecida

APARECIDA, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI indicou aos fiéis católicos este sábado, durante oração do Rosário na Basílica de Aparecida, que eles permaneçam na «escola de Maria».

O pontífice confessou que veio a Aparecida «com viva alegria para vos dizer primeiramente: "Permanecei na escola de Maria". Inspirai-vos nos seus ensinamentos, procurai acolher e guardar dentro do coração as luzes que Ela, por mandato divino, vos envia lá do alto.»

Ouviam-no 35 mil membros do clero, da vida consagrada e seminaristas, que lotaram a Basílica.

Segundo o Papa, é Maria «que orienta a nossa meditação».«Ela nos ensina a rezar. É Ela que nos mostra o modo como abrir nossas mentes e os nossos corações ao poder do Espírito Santo, que vem para ser transmitido ao mundo inteiro».

Em seguida explicou que, através do Rosário, «o Divino Consolador quer nos introduzir no conhecimento de um Cristo que brota da fonte límpida do texto evangélico».

«Maria Santíssima, a Virgem Pura e sem Mancha é para nós escola de fé destinada a conduzir-nos e a fortalecer-nos no caminho que leva ao encontro com o Criador do Céu e da Terra», disse.

«Como é bom estarmos aqui reunidos em nome de Cristo, na fé, na fraternidade, na alegria, na paz, “na oração com Maria, a Mãe de Jesus”», confessou o Papa.

«Como é bom, queridos Presbíteros, Diáconos, Consagrados e Consagradas, Seminaristas e Famílias Cristãs, estarmos aqui no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que é Morada de Deus, Casa de Maria e Casa de Irmãos e que nesses dias se transforma também em Sede da V Conferência Episcopal Latino-Americana e Caribenha.»

«Como é bom estarmos aqui nesta Basílica Mariana para onde, neste tempo, convergem os olhares e as esperanças do mundo cristão, de modo especial da América Latina e do Caribe!», afirmou o Papa.

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Papa adverte sobre comércio de drogas em encontro com recuperandos do vício no Brasil
Pontífice visitou a Fazenda Esperança na manhã deste sábado, em Guaratinguetá

GUARATINGUETÁ, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI fez uma advertência aos que comercializam drogas no mundo e pediu aos jovens abertura de coração à mensagem de Cristo, no encontro que manteve com recuperandos do vício, na manhã deste sábado, na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá (180km São Paulo).

O pontífice aludiu a «uma estatística, das mais relevantes» no Brasil, «no que diz respeito à dependência química de drogas e entorpecentes», e destacou ainda que «a América Latina não fica atrás».

«Por isso, digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai-lhes exigir satisfações», afirmou o Papa.

E enfatizou que «a dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira. O mal provocado recebe a mesma reprovação dada por Jesus aos que escandalizavam os "pequeninos", os preferidos de Deus».

O Papa desejou «paz e bem» a todos que se encontram em fase de recuperação, «bem como aos reabilitados, voluntários, famílias, ex-internos e benfeitores» de todas as Fazendas da Esperança (42 no mundo).

«A Igreja de hoje deve reavivar em si mesma a consciência da tarefa de repropor ao mundo a voz d Aquele que disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida"», disse o pontífice.

E afirmou que «a tarefa do Papa é renovar nos corações essa luz que não ofusca, pois quer iluminar o íntimo das almas que buscam o verdadeiro bem e a paz, que o mundo não pode dar».

«Um fulgor como este só necessita de um coração aberto aos anseios divinos. Deus não força, não oprime a liberdade individual; pede só abertura daquele sacrário da nossa consciência por donde passam todas as aspirações mais nobres, mas também afetos e paixões desordenadas que ofuscam a mensagem do Altíssimo», disse.

O pontífice afirmou aos jovens que «Jesus vem e toca, com suaves batidas, no fundo dos corações bem dispostos». Destacou aos recuperandos que o Senhor colocou «uma pessoa amiga», «um sacerdote» ou «providenciou uma série de coincidências» unicamente para manifestar sua «predileção divina».

Destacou ainda que «o que mais chama atenção, e confirma a validade do trabalho, são as conversões, o reencontro com Deus e a participação ativa na vida da Igreja».

«Não basta curar o corpo, é preciso adornar a alma com os mais preciosos dons divinos conquistados através do batismo», disse.

Ao final de sua alocução, dirigiu seu pensamento «a muitas outras instituições do mundo inteiro que trabalham para restituir a vida, e vida nova, a estes nossos irmãos presentes na nossa sociedade, e que Deus ama com um amor preferencial».

Após o encontro com os jovens, Bento XVI se dirigiu ao Seminário Bom Jesus, em Aparecida, para descansar antes do seu próximo compromisso do dia, rezar o rosário com os seminaristas, sacerdotes e religiosos neste final de tarde, na Basílica do Santuário de Aparecida.

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Jovens dão testemunho de vida em frente ao Papa na Fazenda da Esperança


GUARATINGUETÁ, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Cinco jovens se aproximaram do Papa, na manhã deste sábado, na Fazenda da Esperança, para dar seu testemunho de vida na luta da recuperação do vício das drogas.

Frei Hans, fundador da instituição caritativa, apresentou primeiramente Antônio, hoje adulto casado e pai de seis filhos. Era o primeiro personagem da história da Fazenda da Esperança.

Antônio confessou que experimentou drogas pela primeira vez aos 12 anos. Um certo dia, na esquina onde ele costumava comprar e usar drogas em Guaratinguetá (São Paulo), aproximou-se o jovem Nélson Giovanelli dos Santos.

Ali Nélson travou amizade com os usuários de drogas, mas não para buscar entorpecentes. Queria resgatá-los. Contatou então o Frei Hans Stapel e juntos iniciaram o que se tornaria a Fazenda da Esperança.

Antônio foi o primeiro a se tratar. Contou das dificuldades que teve no início, mas o «amor» e a «amizade verdadeira» o fizeram mudar de vida.

Um jovem russo falou em seguida. Afirmou que sua «vida era um pesadelo». Ingressou na Fazenda porque aquela lhe parecia sua «última esperança». Depois de uma primeira fase muito difícil de tratamento, destacou que conseguiu superar o vício.

«A coisa mais importante era ter encontrado Deus. Todos diziam que Deus não existia, mas Ele existe», disse.

Uma jovem alemã confessou que chegou à Fazenda depois ter tentado o suicídio. «Somente o amor do próximo pôde me transformar», disse. Ela teve de parar o seu depoimento mais de uma vez por causa das lágrimas e afirmou, ao final, «não existe felicidade maior do que dar a vida pelos irmãos».

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Jovens recuperandos de drogas festejam com Papa na Fazenda da Esperança
Pontífice acompanhou cânticos e levou palavra de alento às pessoas em tratamento

APARECIDA, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Cerca de 2 mil jovens de diferentes partes do mundo acolheram com muita festa Bento XVI na manhã deste sábado, na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá (180km de São Paulo).

Recuperandos do vício das drogas, os jovens cantaram e dançaram para o pontífice; deram depoimentos sobre sua vida e se emocionaram.

O Papa saiu às 9h40 em carro fechado do Seminário Bom Jesus, em Aparecida, onde está hospedado, para percorrer em comitiva os cerca de 30 quilômetros que o separavam da Fazenda.

Mas o primeiro compromisso do pontífice já tinha acontecido nos primeiros momentos da manhã, quando o ele celebrou a missa na capela privativa ao lado de seu dormitório.

Os 2 mil jovens em tratamento esperavam desde a manhã ao som de música e pregações. Uma banda tocava no palco da grande tenda rústica de características indígenas.

O Papa chegou às 10h30, acompanhado do arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis. Entre as autoridades eclesiásticas presentes, via-se o ministro geral dos franciscanos, padre José Rodríguez Carballo, e o cardeal primaz do Brasil, Geraldo Majella Agnelo.

Na capela em homenagem a Santo Frei Galvão e Santa Crescência, o Papa fez sua saudação aos presentes, dedicando uma palavra especial às Irmãs Clarissas, que têm um mosteiro na Fazenda.

O Papa abençoou a capela, inaugurada oficialmente nesta ocasião, que está dedicada ao primeiro santo brasileiro e à santa muito venerada na terra do pontífice.

Então o Papa seguiu para o palco principal e foi saudado pelas pelos milhares de jovens vestidos de branco e que acenavam com bandeiras.

Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda, fez a saudação oficial ao pontífice. Narrou a trajetória da obra caritativa, iniciada a há 24 anos, e agradeceu o Papa por sua presença.

Em seguida um grupo de jovens fez uma encenação alusiva ao seu esforço para superar o vício. O Papa assistiu com simpatia e ao final aplaudiu e deu sua bênção. Cinco jovens deram seu testemunho em frente a Bento XVI, em momentos de forte emoção.

Em seu discurso oficial, o Papa afirmou aos recuperandos que Deus providenciou uma «série de coincidências», colocando em seu caminho pessoas amigas para demonstrar sua predileção.

O Papa ainda presenteou à Fazenda da Esperança uma imagem da Virgem Maria e fez uma doação pessoal de 100 mil dólares. Jovens representando diferentes países onde a Fazenda tem unidades presentearam ao pontífice, em contrapartida, artigos por eles confeccionados.

Após dar a bênção final, Bento XVI circulou entre os presentes por longos momentos, o que provocou um atraso de 40 minutos em sua agenda oficial.

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Bento XVI incentiva no Brasil promoção de um dos «deveres» do cristão: a caridade
Pontífice visita centro que já recuperou mais de 10 mil jovens do vício das drogas

APARECIDA, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI incentivou no Brasil na manhã deste sábado a promoção de mais um dos «deveres» da Igreja assinalados por ele mesmo em sua encíclica Deus caritas est.

«A natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia)», assinala o Papa, no número 25 de sua encíclica.

«Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência», ensina o pontífice na encíclica.

Nesta sua viagem à América Latina, o pontífice anunciou a Palavra de Deus e a beleza do seguimento de Cristo aos jovens, no Estádio do Pacaembu, na quinta-feira. Ainda em São Paulo, na sexta-feira, celebrou a eucaristia no aeroporto Campo de Marte junto a 1,2 milhão de fiéis, na canonização de Frei Galvão.

Agora, na manhã deste sábado, seguiu para a Fazenda da Esperança, a cerca de 30 quilômetros do local onde está hospedado, o Seminário Bom Jesus, em Aparecida. Ali promoverá o serviço da caridade, ao visitar o centro de tratamento que já recuperou mais de 10 mil jovens em seus 24 anos de existência.

Fundada pelo frade alemão Hans Stapel, as 42 unidades das Fazendas da Esperança espalhadas pelo mundo (sendo 32 no Brasil), tratam atualmente cerca de 2 mil jovens. Há comunidades na Europa, Ásia, África e América Latina.

As Fazendas recebem normalmente homens e mulheres entre 15 a 45 anos. Ali eles têm um ambiente de oração, lazer e muito trabalho, já que os centros se auto-sustentam com a venda dos próprios produtos.

De acordo com estudo realizado no Brasil pela Faculdade São Francisco, entre 75% a 83% dos jovens que se internam nas Fazendas da Esperança se recuperam do vício. Na Alemanha, um estudo encomendado pelo Ministério da Família revela que o índice de recuperação também ultrapassa os 70%.

Convite ao Papa

A visita do Papa à instituição é fruto da perseverança de Frei Hans. O franciscano, conterrâneo do pontífice, fora chamado ao Vaticano pelo Papa na ocasião do lançamento de Deus caritas est, em janeiro de 2006.

Naquela ocasião, o frade deu testemunho de seu trabalho apostólico de caridade cristã junto aos alcoólatras e viciados em drogas. Seu depoimento situava-se no contexto da segunda parte da encíclica, que se dedica ao tema da prática do amor pela Igreja.

Ao abordar o Papa, Frei Hans Stapel disse: «o senhor vai inaugurar a V Conferência do Episcopado Latino-Americano no ano que vem, em Aparecida, isso é um pulinho para Guaratinguetá, a cidade ao lado, onde eu tenho 2 mil jovens o esperando».

A partir desse convite inicial, os jovens recuperandos, junto ao frei, pediram a todos os bispos conhecidos no Brasil e na América Latina para escrever ao Papa formalizando o pedido.

Todos os 2 mil jovens das Fazendas do mundo também escreveram a Bento XVI solicitando a visita. Esse pedido gigantesco foi dado a Dom Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico no Brasil, que o entregou pessoalmente a Bento XVI.

A visita do Papa foi confirmada em dezembro de 2006. No dia 15 de janeiro passado, Alberto Gasbarri, encarregado da preparação das viagens papais, esteve na Fazenda de Pedrinhas, núcleo que Bento XVI visita em Guaratinguetá, e disse: «O Papa vem especialmente para vê-los».

*

Protagonista do milagre que levou Frei Galvão aos altares fez 1ª comunhão com Papa
Enzo de Almeida Gallafassi, hoje com 8 anos, nasceu sob intercessão do santo

SÃO PAULO, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Durante a missa de canonização do então beato Frei Antônio de Sant Anna Galvão, um menino que recebia sua Primeira Comunhão das mãos de Bento XVI chamou a atenção por ser a prova viva do milagre que possibilitou a canonização do Frei Franciscano.

Sua mãe, Sandra Grossi de Almeida, 37 anos, sofria de uma má-formação no útero, conhecida como útero bicorne, o que a impossibilitava de levar uma gestação até o fim, tendo passado por dois abortos espontâneos anteriormente. Durante a terceira gravidez, ela tomou as «pílulas do Frei Galvão» e recorreu à intercessão do Beato.

A gestação chegou a trinta e duas semanas e nasceu Enzo, no dia 11 de dezembro de 1999. O caso foi considerado como cientificamente inexplicável em seu conjunto, segundo os conhecimentos científicos atuais, sendo reconhecido miraculoso pela comissão médica e pela comissão de teólogos da Santa Sé.

Esse foi considerado o segundo milagre atribuído à intercessão do primeiro santo brasileiro, já que a primeira santa brasileira canonizada, Santa Paulina do Coração Agonizante (Madre Paulina), havia nascido na Itália.

Dessa forma, na manhã de ontem, no aeroporto do Campo de Marte, em São Paulo, o reconhecimento desse milagre tornou Antônio de Sant Anna Galvão o primeiro santo nascido em solo brasileiro.

As chamadas «pílulas do Frei Galvão» são pequenos pedaços de papel, nos quais encontra-se escrito um trecho do Ofício de Nossa Senhora que diz «Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus, intercede por nós»

Segundo o costume, um homem que se debatia com fortes dores provocadas por cálculos renais pediu a Frei Galvão que o abençoasse para ficar livre da dor. Compadecido, Frei Galvão toma um pequeno pedaço de papel, nele escreve as palavras do Ofício de Nossa Senhora, em seguida, enrolou o papel na forma de pílulas, e mandou o homem ingeri-lo. O homem expeliu os cálculos sem dificuldade e ficou curado. Originando assim a tradição que é até hoje continuada pelas freiras do Mosteiro da Luz, fundado pelo Santo na região central de São Paulo.

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Não só brasileiros participaram do Encontro do Papa com a Juventude
No Estádio do Pacaembu, diversos países da América Latina representados

SÃO PAULO, sexta-feira, 11 de maio de 2007 (ZENIT.org).- As arquibancadas do Estádio do Pacaembu demonstravam essa quinta-feira, no Encontro de Bento XVI com a juventude, que não só o Brasil estava representado no evento com o pontífice.

Bandeiras da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, entre outros países, marcavam a presença dos jovens latino-americanos.

«É que o Papa vem não só para o Brasil, mas para toda a América Latina», disse a Zenit Rodrigo de Casas, 20 anos, que veio de Buenos Aires (Argentina), com um grupo de cerca de 100 universitários.

«Eu estive em Colônia, em 2005, na Jornada Mundial da Juventude. O que se sente aqui é o mesmo. Onde o Papa está, respira-se um ar diferente», disse Diego.

O jovem contou a Zenit que em Colônia recebeu pessoalmente do Papa um rosário, já que era seu aniversário e o bispo responsável o levou até o pontífice.

Sobre o encontro no Brasil, o jovem argentino acrescentou: «vamos levar importantes frutos espirituais daqui».

Já Diego Pérez, 22 anos, do Paraguai, veio com um grupo de jovens da capital, Assunção. Afirmou que os jovens têm muito a aprender do pontífice.

«O Papa vem para nos orientar em como viver melhor a nossa juventude como cristãos», disse. «É uma grande alegria participar de um encontro como este», acrescentou o jovem paraguaio.


***

--- Conferência de Aparecida ---

O perfil do «servidor» da Conferência do Episcopado Latino-Americano
Segundo seu secretário-geral, Dom Andrés Stanovnik, bispo de Reconquista

APARECIDA, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- O secretário-geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), Dom Andrés Stanovnik, bispo de Reconquista (Argentina), presidiu essa sexta-feira uma missa no Santuário de Aparecida, Brasil, em cuja homilia traçou o perfil dos servidores —pessoal do Santuário, sacerdotes, religiosos(as) e leigos voluntários— que auxiliarão os participantes da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, que começará este domingo.

O prelado argentino destacou com alegria como eles «não somente mostram que são eficientes nos serviços vários de preparação da V Conferência, mas transmitem que são testemunha da presença do Espírito em seus corações».

Dom Stanovnik convidou depois a todos os servidores, entre os que se encontravam também os operários, porteiros e varredores, a continuar com este mesmo espírito de fraternidade que caracterizou a preparação: «Estamos convidados a viver juntos os grandes acontecimentos que terão lugar dentro de poucos dias aqui em Aparecida».

O secretário considerou que o primeiro traço a destacar foi a compenetração com Jesus a partir de uma atitude de discipulado, isto é, de obediência a sua Palavra: «O evangelho, que é Palavra de Vida, sublinha a compenetração dos discípulos e das discípulas com Jesus. Esta compenetração faz de seus discípulos testemunhas do querer de Deus. Esta compenetração é o que o evangelho chama ‘obedecer seus mandamentos’».

«A V Conferência nos convida a viver com maior autenticidade esta comunhão dos discípulos e discípulas com Jesus». Neste contexto, um servidor da Quinta Conferência está chamado a viver, através de seu trabalho específico, «uma amizade especial com Jesus», enfatizou.

Dom Stanovnik sublinhou como segundo traço a grande dignidade que tem cada serviço, do mais visível até o mais humilde: «Não há trabalhos mais importantes que outros, todos têm a mesma dignidade». E deu um exemplo: «Você já pensou o que aconteceria se falhasse algo, como por exemplo, se os que têm que varrer o piso não o fizessem bem, seria uma catástrofe. Cada serviço é importantíssimo».

A terceira característica é que cada tarefa é um serviço ao Povo de Deus: «A função que foi designada a cada um é realmente um convite do Espírito Santo para servir ao Povo de Deus». «Este Povo de Deus que vai estar reunido aqui estes dias», apontou.

Finalmente, a quarta e a quinta característica do servidor foram resumidos em duas palavras: «A liberdade e a obediência são dois traços importantes do servidor. A obediência faz que a Palavra de Deus seja acolhida na própria vida, é a experiência mais profunda que alguém pode fazer do amor de Jesus. Se a obediência é acolhida, a liberdade é doação. Não é possível desconecta-las. Quem desliga uma, perde a outra».

Dom Stanovnik disse que esta maneira de servir deve ser realmente distintiva de um discípulo de Jesus: «As obras que realizam os amigos e amigas de Jesus terão que ser completamente diferentes das obras de quem não tem esta compenetração de Jesus».

Após colocar uma vez mais nas mãos de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a discípula obediente e livre, as vidas de todos os servidores e o êxito da V Conferência Geral, o secretario geral abençoou uma cruz de madeira que peregrinará em missão por todas as paróquias da arquidiocese de Aparecida.

Além disso, por iniciativa do padre Gilson Maia, secretario executivo do CELAM, o cardeal Francisco Javier Errázuriz, presidente do CELAM, saudou os servidores.


***

--- Documentação ---

Discurso de Bento XVI após a oração do Santo Rosário com os sacerdotes e religiosos
No Santuário de Nossa Senhora Aparecida

APARECIDA, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir o discurso que Bento XVI dirigiu aos sacerdotes, seminaristas e religiosos e representantes dos Movimentos Eclesiais congregados no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na noite deste sábado, após recitação do Santo Rosário.

Senhores Cardeais,
Venerados Irmãos no Episcopado e Presbiterado,
Amados religiosos e todos vós que, impelidos pela voz de Jesus Cristo, O seguistes por amor!
Estimados seminaristas, que vos estais preparando para o ministério sacerdotal!
Queridos representantes dos Movimentos eclesiais, e todos vós leigos que levais a força do Evangelho ao mundo
do trabalho e da cultura, no seio das famílias,
bem como às vossas paróquias!

1. Como os Apóstolos, juntamente com Maria, «subiram para a sala de cima» e ali «unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração» (At 1,13-14), assim também hoje nos reunimos aqui no Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que é para nós nesta hora «a sala de cima», onde Maria, Mãe do Senhor, se encontra no meio de nós. Hoje é Ela que orienta a nossa meditação; Ela nos ensina a rezar. É Ela que nos mostra o modo como abrir nossas mentes e os nossos corações ao poder do Espírito Santo, que vem para ser transmitido ao mundo inteiro.

Acabamos de recitar o Rosário. Através dos seus ciclos meditativos, o Divino Consolador quer nos introduzir no conhecimento de um Cristo que brota da fonte límpida do texto evangélico. Por sua vez, a Igreja do terceiro milênio se propõe dar aos cristãos a capacidade de «conhecerem - com palavras de São Paulo - o mistério de Deus, isto é Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência» (Col 2,2- 3). Maria Santíssima, a Virgem Pura e sem Mancha é para nós escola de fé destinada a conduzir-nos e a fortalecer-nos no caminho que leva ao encontro com o Criador do Céu e da Terra. O Papa veio a Aparecida com viva alegria para vos dizer primeiramente: "Permanecei na escola de Maria". Inspirai-vos nos seus ensinamentos, procurai acolher e guardar dentro do coração as luzes que Ela, por mandato divino, vos envia lá do alto.

Como é bom estarmos aqui reunidos em nome de Cristo, na fé, na fraternidade, na alegria, na paz, «na oração com Maria, a Mãe de Jesus» (At 1,14). Como é bom, queridos Presbíteros, Diáconos, Consagrados e Consagradas, Seminaristas e Famílias Cristãs, estarmos aqui no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que é Morada de Deus, Casa de Maria e Casa de Irmãos e que nesses dias se transforma também em Sede da V Conferência Episcopal Latino-Americana e Caribenha. Como é bom estarmos aqui nesta Basílica Mariana para onde, neste tempo, convergem os olhares e as esperanças do mundo cristão, de modo especial da América Latina e do Caribe!

2. Sinto-me muito feliz em estar aqui convosco, em vosso meio! O Papa vos ama! O Papa vos saúda afetuosamente! Reza por vós! E suplica ao Senhor as mais preciosas bênçãos para os Movimentos, Associações e as novas realidades eclesiais, expressão viva da perene juventude da Igreja! Que sejais muito abençoados! Aqui vai minha saudação muito afetuosa a vós Famílias aqui congregadas e que representais todas as caríssimas Famílias Cristãs presentes no mundo inteiro. Alegro-me de modo especialíssimo convosco e vos envio o meu abraço de paz.

Agradeço a acolhida e a hospitalidade do Povo brasileiro. Desde que aqui cheguei fui recebido com muito carinho! As várias manifestações de apreço e saudações demonstram o quanto vós quereis bem, estimais e respeitais o Sucessor do Apóstolo Pedro. Meu predecessor, o Servo de Deus Papa João Paulo II referiu-se várias vezes à vossa simpatia e espírito de acolhida fraterna. Ele tinha toda razão!

3. Saúdo aos estimados padres, aqui presentes, penso e oro por todos os sacerdotes espalhados pelo mundo inteiro, de modo particular pelos da América Latina e do Caribe, neles incluindo os que são fidei donum. Quantos desafios, quantas situações difíceis enfrentais, quanta generosidade, quanta doação, sacrifícios e renúncias! A fidelidade no exercício do ministério e na vida de oração, a busca da santidade, a entrega total a Deus a serviço dos irmãos e irmãs, gastando vossas vidas e energias, promovendo a justiça, a fraternidade, a solidariedade, a partilha, - tudo isso fala fortemente ao meu coração de Pastor. O testemunho de um sacerdócio bem vivido dignifica a Igreja, suscita admiração nos fiéis, é fonte de bênçãos para a Comunidade, é a melhor promoção vocacional, é o mais autêntico convite para que outros jovens também respondam positivamente aos apelos do Senhor. É a verdadeira colaboração para a construção do Reino de Deus!

Agradeço-vos sinceramente e vos exorto a que continueis a viver de modo digno a vocação que recebestes. Que o ardor missionário, que a vibração por uma evangelização sempre mais atualizada, que o espírito apostólico autêntico e o zelo pelas almas estejam presentes em vossas vidas! O meu afeto, orações e agradecimentos vai também aos sacerdotes idosos e enfermos. A vossa conformação ao Cristo Sofredor e Ressuscitado é o mais fecundo apostolado! Muito obrigado!

4. Queridos Diáconos e Seminaristas, a vós também que ocupais um lugar especial no coração do Papa, uma saudação muito fraterna e cordial. A jovialidade, o entusiasmo, o idealismo, o ânimo em enfrentar com audácia os novos desafios, renovam a disponibilidade do Povo de Deus, tornam os fiéis mais dinâmicos e fazem a Comunidade Cristã crescer, progredir, ser mais confiante, feliz e otimista. Agradeço o testemunho que ofereceis, colaborando com os vossos Bispos nos trabalhos pastorais das dioceses. Tenhais sempre diante dos olhos a figura de Jesus, o Bom Pastor, que "veio não para ser servido, mas para servir e dar sua vida para resgatar a multidão" (Mt 20,28). Sede como os primeiros diáconos da Igreja: homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo, de sabedoria e de fé (cf. At 6, 3-5). E vós, Seminaristas dai graças a Deus pela chamada que Ele vos faz. Lembrai-vos que o Seminário é o "berço da vossa vocação e palco da primeira experiência de comunhão" (Diretório para o Ministério e vida dos Presbíteros, 32). Rezo para que sejais, se Deus quiser, sacerdotes santos, fiéis e felizes em servir a Igreja!

5. Detenho meu olhar e atenção agora sobre vós, estimados Consagrados e Consagradas, aqui reunidos no Santuário da Mãe, Rainha e Padroeira do Povo Brasileiro, e também espalhados por todas as partes do mundo.

Vós, religiosos e religiosas, sois uma dádiva, um presente, um dom divino que a Igreja recebeu do seu Senhor. Agradeço a Deus a vossa vida e o testemunho que dais ao mundo de um amor fiel a Deus e aos irmãos. Esse amor sem reservas, total, definitivo, incondicional e apaixonado se expressa no silêncio, na contemplação, na oração e nas atividades mais diversas que realizais, em vossas famílias religiosas, em favor da humanidade e principalmente dos mais pobres e abandonados. Isso tudo suscita no coração dos jovens o desejo de seguir mais de perto e radicalmente o Cristo Senhor e oferecer a vida para testemunhar aos homens e mulheres do nosso tempo que Deus é Amor e que vale à pena deixar-se cativar e fascinar para dedicar-se exclusivamente a Ele (cf. Exort. ap. Vita Consecrata, 15).

A vida religiosa no Brasil sempre foi marcante e teve um papel de destaque na obra da evangelização, desde os primórdios da colonização. Ontem ainda, tive a grande satisfação de presidir a Celebração Eucarística na qual foi canonizado Santo Antonio de Sant Anna Galvão, presbítero e religioso franciscano, primeiro santo nascido no Brasil. Ao seu lado, um outro testemunho admirável de consagrada é Santa Paulina, fundadora das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Teria muitos outros exemplos para citar. Que todos eles vos sirvam de estímulo para viverdes uma consagração total. Deus vos abençoe!

[Em Português:]

6. Hoje, véspera da abertura da V Conferência geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, que terei o prazer de presidir, sinto o desejo de dizer a todos vós quão importante é o sentido de nossa pertença à Igreja, que faz os cristãos crescerem e amadurecerem como irmãos, filhos de um mesmo Deus e Pai. Queridos homem e mulheres da América Latina sei que tendes uma grande sede de Deus. Sei que seguis Àquele Jesus, que disse «Ninguém vai ao Pai senão por mim» (Jo 14,6). Por isso o Para quer dizer a todos A Igreja é nossa Casa! Esta é nossa Casa! Na Igreja Católica temos tudo o que é bom, tudo o que é motivo de segurança e de consolo! Quem aceita a Cristo: «Caminho, Verdade e Vida», em sua totalidade, tem garantida a paz e a felicidade, nesta e na outra vida! Por isso, o Papa veio aqui para rezar e confessar com todos vós: vale a pena ser fiéis, vale a pena perseverar na própria fé! Mas a coerência na fé necessita também uma sólida formação doutrinal e espiritual, contribuindo assim à construção de uma sociedade mais justa, mais humana e cristã. O Catecismo da Igreja Católica, inclusive em sua versão mais reduzida, publicada com o título de Compêndio, ajudará a ter noções claras sobre nossa fé. Vamos pedir, desde agora, que a vinda do Espírito Santo seja para todos como um novo Pentecostes, a fim de iluminar com a luz do Alto nossos corações e nossa fé.

7. É com grande esperança que me dirijo a todos vós, que se encontram dentro desta majestosa Basílica, ou que participaram do lado de fora, do Santo Rosário, para convidá-los a se tornarem profundamente missionários e para levar a Boa Nova do Evangelho por todos os pontos cardeais da América Latina e do mundo.

Vamos pedir à Mãe de Deus, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que zele pela vida de todos os cristãos. Ela, que é a Estrela da Evangelização, guie nossos passos no caminho do Reino celestial:

«Mãe nossa, protegei a família brasileira e latino-americana!
Amparai, sob o vosso manto protetor, os filhos dessa Pátria querida que nos acolhe,
Vós que sois a Advogada junto ao vosso Filho Jesus, dai ao Povo brasileiro paz constante e prosperidade completa,
Concedei aos nossos irmãos de toda a geografia latino-americana um verdadeiro ardor missionário
irradiador de fé e de esperança,
Fazei que o vosso clamor de Fátima pela conversão dos pecadores, seja realidade, e transforme a vida
da nossa sociedade,
E vós que, do Santuário de Guadalupe, intercedeis pelo povo do Continente da esperança, abençoai as
suas terras e os seus lares,
Amém».

[© Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana]


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Discurso do Papa na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá

GUARATINGUETÁ, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir o discurso que Bento XVI dirigiu aos recuperandos, ex-recuperandos e familiares, na Fazenda da Esperança — centro de recuperação de toxcômanos e alcoólicos — em Guaratinguetá, cidade próxima a Aparecida, na manhã desse sábado.


Queridos amigos e amigas,

Eis-Me finalmente na Fazenda Esperança!

1. Com particular afeto, saúdo ao Frei Hans Stapel, Fundador da Obra Social Nossa Senhora da Glória, também conhecida como Fazenda da Esperança. Desejo desde já congratular-me com todos vocês, por terem acreditado num ideal de bem e de paz que este lugar significa.

A todos que se encontram em fase de recuperação, bem como aos reabilitados, voluntários, famílias, ex-internos e benfeitores de todas as fazendas representadas nesta ocasião para encontrar-se com o Papa, digo: Paz e Bem!

Sei que aqui se encontram reunidos os representantes de diversos países, onde a Fazenda da Esperança possui sedes. Viestes ver o Papa. Viestes para ouvir e assimilar o que ele vos queria dizer.

2. A Igreja de hoje deve reavivar em si mesma a consciência da tarefa de repropor ao mundo a voz d’Aquele que disse: «Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8,12). Por sua vez, a tarefa do Papa é renovar nos corações essa luz que não ofusca, pois quer iluminar o íntimo das almas que buscam o verdadeiro bem e a paz, que o mundo não pode dar. Um fulgor como este, só necessita de um coração aberto aos anseios divinos. Deus não força, não oprime a liberdade individual; pede só abertura daquele sacrário da nossa consciência por donde passam todas as aspirações mais nobres, mas também afetos e paixões desordenadas que ofuscam a mensagem do Altíssimo.

3. «Eis que estou à porta, e bato: Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo» (Ap 3,20). São palavras divinas que tocam o fundo da alma e que removem até as suas raízes mais profundas.

A um certo momento da vida, Jesus vem e toca, com suaves batidas, no fundo dos corações bem dispostos. A vocês, Ele o fez através de uma pessoa amiga ou de um sacerdote ou, possivelmente, providenciou uma série de coincidências para dizer que sois objeto de predileção divina. Mediante a instituição que os abriga, o Senhor proporcionou esta experiência de recuperação física e espiritual de vital importância para vocês e seus familiares. Além disso, a sociedade espera que saibam divulgar este bem precioso da saúde entre os amigos e membros de toda a comunidade.

Vocês devem ser os embaixadores da esperança! O Brasil possui uma estatística, das mais relevantes, no que diz respeito à dependência química de drogas e entorpecentes. E a América Latina não fica atrás. Por isso, digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai-lhes exigir satisfações. A dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira. O mal provocado recebe a mesma reprovação dada por Jesus aos que escandalizavam os «pequeninos», os preferidos de Deus (cf. Mt 18, 7-10).

4. Mediante uma terapia, que inclui a assistência médica, psicológica e pedagógica, mas também muita oração, trabalho manual e disciplina, já são numerosas as pessoas, sobretudo jovens, que conseguiram livrar-se da dependência química e do álcool e recuperar o sentido da vida.

Desejo manifestar o meu apreço por esta Obra, que tem como alicerce espiritual o carisma de São Francisco e a espiritualidade do Movimento dos Focolares.

A reinserção na sociedade constitui, sem dúvida, uma prova da eficácia da iniciativa de vocês. Mas o que mais chama atenção, e confirma a validade do trabalho, são as conversões, o reencontro com Deus e a participação ativa na vida da Igreja. Não basta curar o corpo, é preciso adornar a alma com os mais preciosos dons divinos conquistados através do Batismo.

Vamos agradecer a Deus por ter querido colocar tantas almas no caminho de uma esperança renovada, com o auxílio do Sacramento do perdão e da celebração da Eucaristia.

5. Queridos amigos, não poderia deixar passar esta oportunidade para agradecer também a todos os que colaboram material ou espiritualmente para dar continuidade à Obra Social Nossa Senhora da Glória. Que Deus abençoe Frei Hans Stapel e Nelson Giovanelli Ros por terem acolhido o convite d Ele para dedicarem sua vida a vocês. Abençoe também todos os que trabalham nesta Obra: os consagrados e as consagradas; os voluntários e as voluntárias. Uma Bênção especial vai para todas as pessoas amigas que a sustentam: autoridades, grupos de apoio e todos que amam a Cristo presente nestes seus filhos prediletos.

Meu pensamento vai agora a muitas outras instituições do mundo inteiro que trabalham para restituir a vida, e vida nova, a estes nossos irmãos presentes na nossa sociedade, e que Deus ama com um amor preferencial. Penso também nos muitos grupos de Alcoólicos Anônimos e de Narcóticos Anônimos, e na Pastoral da Sobriedade que já trabalha em muitas comunidades, prestando seus generosos auxílios em favor da vida.

6. A proximidade do Santuário de Aparecida nos assegura que a Fazenda da Esperança nasceu sob as suas bênçãos e o seu olhar maternal. Há muito que venho pedindo à Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil, que estenda seu manto protetor sobre os que participarão na V Conferencia Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. A presença de vocês aqui, supõe uma ajuda considerável para o sucesso desta grande assembléia; ponham suas orações, sacrifícios e renúncias no altar da Capela, certos de que, no Santo Sacrifício do Altar, estas ofertas subirão aos céus como um suave aroma na presença do Altíssimo. Conto com a ajuda de vocês. Que o Santo Frei Galvão e Santa Crescência amparem e protejam a cada um. A todos vocês abençôo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

[© Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana]


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Saudação do Papa às irmãs Clarissas em sua chegada à Fazenda da Esperança, em Guarantiguetá


GUARATINGUETÁ, sábado, 12 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir a saudação proferida por Bento XVI às irmãs Clarissas que ali possuem um convento, em sua chegada à Fazenda da Esperança – centro de recuperação de toxicômanos e alcoólicos –, na manhã desse sábado, na cidade Guaratinguetá, cidade próxima a Aparecida.


«Louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas» - Com esta saudação ao Onipotente e Bom Senhor, o santo Pobrezinho de Assis reconhecia a bondade única do Deus Criador e a doçura, a força e a beleza que serenamente se espalham em todas as criaturas, tornado-as espelho da onipotência do Criador.

Este nosso encontro, queridas irmãs Clarissas, nesta Fazenda da Esperança, quer ser a manifestação de um gesto de carinho do sucessor de Pedro às irmãs de clausura e também um sereno murmúrio de amor que ecoa por estas colinas e vales da Serra da Mantiqueira e ressoe em toda a terra: «Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz» (Sl 18,4-5). Daqui as filhas de santa Clara proclamam; «louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas!».

Onde a sociedade não vê mais futuro ou esperança, são os cristãos chamados a anunciar a força da Ressurreição: justamente aqui nesta Fazenda da Esperança, onde estão tantas pessoas, principalmente jovens, que procuram superar o problema das drogas, do álcool e da dependência química, testemunha-se o Evangelho de Cristo no meio de uma sociedade consumista afastada de Deus. Quão outra é a perspectiva do Criador em sua obra!

As irmãs Clarissas e outros religiosos de clausura - que, na vida contemplativa, perscrutam a grandeza de Deus e descobrem também a beleza das criaturas - podem, com o autor sagrado, contemplar o próprio Deus, embevecido, maravilhado diante de Sua obra, de Sua criatura amada: «Deus contemplou tudo o que tinha feito e eis que estava tudo muito bom!» (Gn 1, 31).

Quando o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte, a criatura amada de Deus - embora ferida - não perdeu totalmente sua beleza: ao contrário, recebeu um amor maior: «Ó feliz culpa que nos mereceu um tão grande Redentor» - proclama a Igreja na noite misteriosa e clara da Páscoa (Exultet). É o Cristo ressuscitado que cura as feridas e salva os filhos e filhas de Deus, salva a humanidade da morte, do pecado e da escravidão das paixões. A Páscoa de Cristo une a terra e o céu. Nesta Fazenda da Esperança unem-se as orações das Clarissas e o trabalho árduo da medicina e da laborterapia para vencer as prisões e quebrar os grilhões das drogas que fazem sofrer os filhos amados de Deus.

Recompõe-se, assim, a beleza das criaturas que encanta e maravilha seu Criador. Este é o Pai todo-poderoso, o único cujo ser é o amor e cuja glória é o ser humano vivo - no dizer de Santo Irineu. Ele «tanto amou o mundo, que enviou o seu Filho» (Jo 3,16) para recolher o caído no caminho, assaltado e ferido pelos ladrões na estrada de Jerusalém a Jericó. Nos caminhos do mundo, Jesus é «a mão que o Pai estende aos pecadores; é o caminho pelo qual nos chega a paz» (anáfora eucarística). Sim, aqui descobrimos que a beleza das criaturas e o amor de Deus são inseparáveis. Francisco e Clara de Assis também descobrem este segredo e propõem aos seus filhos e filhas uma só coisa - e bem simples: viver o Evangelho. Esta é sua norma de conduta e sua regra de vida. Clara o expressou muito bem, quando disse às suas Irmãs: «Tende entre vós, minhas filhas, o mesmo amor com o qual Cristo vos amou» (Testamento).

É neste amor que Frei Hans convidou-as para serem a retaguarda de todo o trabalho desenvolvido na Fazenda da Esperança. Na força da oração silenciosa, nos jejuns e penitências, as filhas de santa Clara vivem o mandamento do amor a Deus e ao próximo, no gesto supremo de amar até o fim.

Isto significa jamais perder a esperança! Donde o nome desta obra de Frei Hans: «Fazenda da Esperança». Pois é preciso edificar, construir a esperança, tecendo a tela de uma sociedade que, no estender-se dos fios da vida, perde o próprio sentimento de esperança. Esta perda - no dizer de Paulo - é como maldição que a pessoa humana impõe a si mesma: «pessoas sem afeto» (Rm 1,31).

Caríssimas irmãs, sejam as proclamadoras de que «a esperança não decepciona (Rm 5,5). A dor do Crucificado, que atravessou a alma de Maria ao pé da cruz, console tantos corações maternos e paternos que choram de dor por seus filhos ainda dependentes de drogas. Anunciem pelo silêncio oferente da oração, silêncio grandiloqüente que o Pai escuta; anunciem a mensagem do amor que vence a dor, as drogas e a morte. Anunciem Jesus Cristo, humano como nós, sofredor como nós, que tomou sobre si os nossos pecados para deles nos libertar!

Estamos para iniciar a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho, no Santuário de Aparecida - tão perto desta Fazenda da Esperança. Confio também em suas orações, para que nossos povos tenham vida em Jesus Cristo e todos nós sejamos seus discípulos e missionários. Rogo a Maria - a Mãe Aparecida, a Virgem de Nazaré - quem, no seguimento de seu Filho, guardava todas as coisas no seu coração, que as guarde no silêncio fecundo da oração.

A todas as irmãs de clausura, de maneira especial às Clarissas presentes a esta obra, minha bênção e afeto

[© Copyright 2007 - Libreria Editrice Vaticana]




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