Saudade Insana
Nascem raios que ficaram de nós rompendo,
Infringindo o silêncio que guardei em mim
Em meio as tuas brumas, amanheço saudade
Despontando lembrança no mar que ancorei
Roubam minhas mãos a fragrância do tempo
Para desenhar-te em detalhes ao meu corpo
Que singra aventurando-se em novas rotas...
Beijos suspensos esperam ansiosos por ti
Banhando-se às margens da tua infinita boca
Pretensão de, nos teus desejos, mergulharem
Mas, indiferente, o pôr-do-sol leva-te mais uma vez...
Inconformados, choram-te meus lábios,
E plena de tantos vazios abandona-me a razão:
O teu olhar, já quase esquecido, anoitece-me
Visto-me, então, de lua e debruço-me a uma janela
Espreitando, enciumada, duas almas amantes...
© Amanda Preissler
Em 07.01.01
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