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Cartas-->A voz que fala por dentro XVII - O medo da perda -- 06/07/2003 - 19:20 (DENIS RAFAEL ALBACH) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O medo da perda

Tudo o que sabemos sobre o amor próprio e até sobre o amor para com as outras pessoas é o resultado daquilo que sempre acreditemos sobre nós mesmos.E toda a nossa crença incentivou nossas demonstrações frias ou próximas em nossos relacionamentos e conosco mesmo. Os fantasmas opressores que corroeram nosso coração e atormentaram nossa mente ao longo de nossa vida, foram essas vozes que não limitemos escutá-las. E elas falaram tudo o que tinham direito, no momento que queriam, da forma como queriam para nos frustrar. E é possível que ainda hoje elas estejam no mesmo lugar de sempre só para nos conduzir próximos ao lago da infelicidade.
Analisemos nossos relacionamentos e nossas situações amorosas que temos com os amigos, amantes, trabalhos e em todas as relações. Eles são conduzidos da mesma maneira que viemos conduzindo nossa vida até aqui. Na tentativa absurda, mas fundamental, de superarmos o vazio existencial, colocamos pessoas, projetos, amores, amigos, trabalhos, afazeres para suprir toda essa nossa supérflua carência. Têm pessoas que enchem de fardos sua vida por medo de sentirem-se sozinhas ou desocupadas. E o sintoma de não se sentirem úteis pode surgir ao pensamento a idéia de pouco valor, inconveniência perante a vida e para si mesmas. Em outros casos, na tentativa de preencher o vazio que todos trazemos e formamos nada seria mais justificável que o encontro de um companheiro ou companheira. A presença do outro ser é que vai empolgar esse sintoma de relacionamento. Ter alguém é um bálsamo para sentir-se amado ou protegido. Um estado de conforto e segurança, que por vezes se abala, mas mesmo sofrendo circunstâncias desagradáveis, o outro está ao lado e nada já é melhor. Porém, o mais penoso de tudo isso é o medo de perdê-lo e outra vez sentir-se só, inseguro, sem ninguém...
Sem ninguém para ouvir, para conversar, abraçar, passear, dormir juntos e poder dizer a si mesmo e aos outros que tem alguém. Essa sensação é magnífica quando ocorre tudo bem. Mas por detrás de todos os relacionamentos, mesmo os maduros, atribulam-se os pensamentos inseguros pelo medo da perda que pode ser inevitável. Imagine sentir algo profundamente belo e sincero por uma pessoa a quem você tem atribuído o melhor que há em si. Alguém a quem você tenha depositado seus sonhos futuros, seus planos de vida, seus ideais de amor. Ainda que o relacionamento esteja no começo ou já a longa data, o que uma pessoa apaixonada faria para ter sempre junto a si o ser amado? Quanto uma pessoa passa a sofrer quando sustenta a idéia de que todo castelo de areia de seu sonho pode desabar?
Desde que nascemos passamos por um processo de perda. Quando bebês somos treinados a nos mantermos seguros nos braços de alguém. O medo de cairmos ao chão trouxe todos os medos de não estarmos protegidos. Quando choramos alguém veio e nos pegou no colo. Era uma presença de amor, de um amor que buscaríamos quando adultos. Os adultos não passam na verdade de crianças crescidas, com os medos, as mesmas carências, a mesma tentativa de encontrar amor e de se sentirem protegidos. Quando nascemos fomos empurrados de um lugar maravilhoso e confortável onde recebíamos um amor absoluto. E fomos trazidos a outro lugar totalmente diferente onde nem sempre tinha a presença permanente de alguém que nos assegurasse de todo temor ou nos desse todo conforto. Assim crescemos no instinto de resgatar aquele velho amor perdido que o corte do cordão umbilical nos levou. Crescemos e inconscientemente teríamos que encontrar um amor que nos satisfizesse. Em meio a tantos relacionamentos que pudemos viver, deparamo-nos com pessoas que quem sabe pudessem preencher e trazer de volta aquele sentimento perdido. O processo até o encontro do antigo amor é um percurso que vai seguir até o fim da vida ou até o encontro do amor próprio em que saberemos nos amar incondicionalmente, a nós mesmos, sem a necessidade de que alguém nos ame do jeito que desejamos. E a insegurança da perda de alguém que amamos é a conseqüência do amor própria que ainda não cultivamos dentro de nós. Aos que amam a si mesmos, incondicionalmente, sabem que o amor que vem de fora apenas aquece, mas quem tem amor próprio não tem receio de sentir-se só. Quem se ama tem alguma coisa a mais. Para quem não tem nada, perder o pouco que tem já é uma grande perda.
Nem sempre é justo que as perdas aconteçam, mas muitas vezes é inevitável. Mas se você souber se amar, a si mesmo cem por cento mais do que imagina, poderá descobrir que o amor é na verdade, em qualquer relacionamento, a melhor forma de deixar o outro livre. Livre para ir, livre para ficar, livre para amar ou não amar. Lembre-se e cuide-se: se alguém não te amar como você deseja, você pode ter todo o amor do mundo dentro de você para que ele transborde em sua vida magnificamente.








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