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Cronicas-->Esoterismo no século 21 -- 15/01/2004 - 15:07 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estava eu posta em sossego, numa rede gostosa, lendo um conto engraçado, ouvindo música de violão no CD... e, de repente, salta diante de mim um homem. Nunca o tinha visto antes. Era esquisito. Mas não saberia descrevê-lo por que razão eu o achava esquisito, eu que sou das mais tolerantes pessoas em relação a todas esquisitices possíveis neste mundão. Então, ele falou:
- Moça, me escute.
- Pois não. - Fechei o livro, me aprumei na rede, escorreguei, ele me ajudou, puxando-me pela mão.

A mão dele também era meio esquisita. Leve demais. Mas com uma energia tal que só com um toque me retirou da concavidade da hamaca e me pousou na beirada franjada.

- O que é? - lhe perguntei.

Ele, ali de pé, me olhou firme e começou:

_ Olha, não se assuste com o que vou dizer. Eu não sou daqui. - Bom, até aí deu para entender. Nunca tinha visto o homem e ele era bem diferente dos que eu já tinha visto na minha vida. - Eu não sou daqui - ele continuou. Sou do lugar que vocês chamam de "Marte".

Aí engasguei. O homem devia ter escapado de um "asilo para pessoas em repouso" ou coisa que o valha. Enfim para os senis que a família não quer por perto e enfia lá no casarão estalado no alto da colina. Olhei para os lados, para ver se alguém ali por perto poderia vir me dar um apoio. Eu não saberia lidar com a cabeça daquele sujeito. E ele foi falando:
- Pois é, não se assuste. Eu sou de lá mesmo. E entrei aqui por acaso. Qualquer lugar serviria para eu pousar, contanto que minha mensagem chegasse para alguém. Eu lhe peço, por favor, que vá dizer para este pessoal que mandou um trator lá na nossa superfície, que o retire de lá enquanto há tempo. Porque não estamos nada felizes com o barulho e nem com as insinuações de que somos um deserto, e com as especulações se há ou não há vida por lá, e coisas deste teor. E não existe o que vocês chamam "Marte". Como é que se atrevem a ir dando nomes a lugares assim, sem mais nem menos, só porque vocês não vêem gente como vocês? E por quê "Marte"? Nome beligerante como este. Nós ... nós já aprendemos demais com guerras. Estamos muito além da Trapobana com isto de guerras. Não adiantam coisa nenhuma. E pagamos caríssimo este aprendizado. Acabamos com nossa estrutura atmosférica. Agora vivemos embaixo daquele lençol de areia avermelhada, embaixo, como as minhocas aqui do planeta Terra. Eu lhe peço, por favor, passe este recado para quem mandou aquele trator que anda pra cá e pra lá tirando fotografias da areia - que o retire. Porque não o queremos lá, porque não queremos vocês, porque não nos chamamos "Marte" e tampouco somos marcianos . E eu tenho mais uns segundos terrestres para lhe dizer outra coisa: [pausa] Não, é melhor não dizer. Acabo de receber mensagem cerebral de que ainda não chegou a hora. - Pois bem, é tudo o que eu tinha a dizer. Tenha uma boa tarde e desculpe o incómodo.

E desceu as escadinhas, saiu andando pelo caminho de terra batida, foi andando sem olhar para trás, até que o perdi de vista. Ou ele desapareceu, obedecendo alguma ordem cerebral.

Como a Usina é lida por pessoas influentes nos setores político-administrativos do nosso mundão, resolvi registrar a tal mensagem do tal marci... epa! homem-de-algum-lugar, aqui mesmo. Passem adiante. Alguém haverá de ler e tomar alguma providência. Ou não. Fiz minha obrigação.
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