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cronicas-->Vigésimo -- 28/09/2000 - 08:44 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como estava previsto, meu escritório mudou e, naturalmente, eu com ele. Foi no início do ano. Deixei pra trás minha vida de centro e vim viver num espigão, tão ao gosto dos novos executivos. Bem, não chega a ser um espigão, digamos que seja um espigãozinho. Vinte andares.

Nós estamos no vigésimo, portanto na cobertura. Vai-se até o décimo nono e então se sobe um lance de escadas que culmina no vigésimo andar. Esta subida é emocionante por ser feita através de uma escada estreita e em curva. Tem-se a sensação de que se está indo à alguma parte secreta do prédio o que, na realidade, não é de todo mentira. Ocorre que muitos sequer sabem da existência deste vigésimo andar, uma vez que não figura nos elevadores.

Para os padrões de Brasília, é dos mais altos. Melhor assim, vinte andares já são de bom tamanho. Este prédio não tem heliporto, o que o deixa em desvantagem com o prédio vizinho que seguidamente é visitado pelos helicópteros do Corpo de Bombeiros. Não sei bem o que mesmo eles fazem lá, além de um grande barulho. Talvez treinamento. Pra mim, não tem problema, pois eu realmente não tenho usado helicóptero para ir ao escritório.

Estranho isto do elevador não ir até o vigésimo. Talvez ele tenha medo de altura, talvez faltem botões com o número vinte. Talvez o prédio só tivesse dezenove andares mesmo, e aí inventaram mais um para otimizar os ganhos. Talvez ninguém soubesse falar vigésimo e deixaram desta forma. Quem saberá?

Do vigésimo, tem-se uma visão privilegiada. Vê-se o autódromo, torres variadas, o memorial JK, prédios diversos. Carro e gente no chão, um que outro avião. Estes últimos no ar, como alguns balões bissextos. Não tivesse que trabalhar poderia passar horas vendo o desenrolar da vida no chão, aparentemente tão longe.

O horizonte é ainda mais amplo e o por do sol muito interessante, para dizer o mínimo.


Escrito em 03.08.2000
Publicado na Crónica do Fauth em 11.09.2000 (http://planeta.terra.com.br/arte/fauth/)
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