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Artigos-->Cordel Em Cores -- 14/09/2002 - 19:37 (Domingos Oliveira Medeiros)
CORDEL EM CORES (por Domingos Oliveira Medeiros) Homenagem aos mestres Daniel Fiuza e Mestre Egídio, que me lançaram neste aprendizado e neste belo vício. Aproveitando a republicação para fazer coro com os versos do Mestre Egídio dando as boas vindas aos Mestres Almir e Rubenio. Eu hoje estive pensando Que o nosso cordel poderia A exemplo da capoeira Ter graus que a pista daria O tempo que o cordelista Levou prá chegar na lista Dos mestres da poesia O iniciante da arte A faixa teria cor branca Primeiro grau no terreiro A rima bastante franca O seu batismo primeiro O seu cordel verdadeiro A porta faltando a tranca A entrada do aprendiz Com garra e muita humildade Treinando bastante a harmonia Primando pela amizade Dos mestres recebe o conselho Palavras que se faz espelho Imita com sinceridade E assim vai se desenvolvendo Até que um dia a criança Que começou na cor branca A faixa verde alcança Cresce em verso e harmonia Faz parte da confraria Com a faixa da esperança E o aprendiz de cordel Rimando as coisas da vida Falando de amor e de paz Prá essa gente sofrida Com graça e muito talento Jogando esperanças ao vento Vai galgando a subida Avança cada vez mais Já conhece o caminho Acumulou sentimentos Já anda quase sozinho A caminhada é comprida Leva quase toda a vida Entre rosas e espinho Passado um bom pedaço A cor agora é celeste Azul é seu novo grau Já é bom cabra da peste Já começa a fazer frente Com um bocado de gente Gente boa ou que não preste Mas é tudo brincadeira Nada de pessoal A briga é pura troça Vale tudo, isto é normal Aponta o defeito e realça Tira o cinturão da calça Bate no bem e no mal Muito tempo é passado Recebe a faixa amarela A faixa mais preciosa A faixa que é a mais bela O grau que equivale ao ouro A faixa que vale um tesouro A faixa da aquarela A faixa dos mestres e amigos De todas as cores e histórias Daqueles que escrevem na hora Valendo-se de suas memórias Visões alegres e otimistas Sonhadores e realistas Merecem todas as glórias Pois os mestres são perfeitos Ao pintar as aquarelas Não demoram com as rimas Suas faixas amarelas Não permitem mais retoque Fazem versos a reboque Abrem portas e cancelas