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Poesias-->BALADA NAS TERRAS DO LÍBANO -- 21/07/2006 - 14:23 (FRASSINO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O gargalhar das metralhadoras

substituiu pela madrugada

o cantar dos galos

nas encostas do Líbano

e o sol nascente envergonhado

desliza pelas esmeraldinas vertentes

que vão dar ao mar.

Acompanham-no as temerosas e as esguias

sombras dos cedros ancestrais

fazendo as encaracoladas ondas brincar

osculando, sorrateiras e distraídas,

os pardacentos vasos de guerra

que baloiçam impacientes...



Hora a hora o ribombar

das canhoneiras, intermitente e demolidor,

denuncia entre convulsas lágrimas

os gritos lancinantes

das crianças vingativas.

Por entre a terra e as dunas arenosas,

cheirando a oleosas ramas,

emergem de quando em vez

os denegridos e eriçados rostos

sob os quais se esconde

a raiva violenta dos filhos

dos sem-paz nem pão...



Dos esconderijos de Tiro

saem os sanguinários roquetes

que voam na Palestina

sobre as cidades indefesas

e as aldeias inocentes.

E das entranhas escaldantes

dos desertos de Madian

partem os mísseis voadores

que sem piedade nem dor

vão fazer vomitar

sobre as avenidas de Sidon

orgias lentas de destruição ...



Apocalipse now, eis,

mais uma vez distendida

a corda da convivência

entre guerreiros radicais.

A água das cisternas e das fontes

escasseia sem oásis no horizonte

e nem os pipelines insensíveis,

que levam aos Sete Grandes

a sua ingénita opulência,

sustentam o equilíbrio das paixões.



Ó Ugarite longínqua

onde chegam angustiados

os balidos dos anhos e cordeiros,

em vão imolados,

abre as portas salvadoras

dos fugitivos da morte que

por entre os destroços de Beirute,

a ti vão chegando sem cessar !



Ó conservadora Biblos

que já não tens mais

que as ruínas do tesouro

das tuas amuradas

por onde nem o silêncio

poderá um dia com justiça

decretar a sua lei ?



Se as pontes para o mar

já não garantem a sustentação

nem a paz num devir risonho,

leva-me, pelas sendas de Tiberíades,

até aos caminhos de Damasco,

onde poderei uma vez mais ouvir

a decidida voz de um Deus

apaziguador !







Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

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