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Contos-->A confraria da Ira -- 15/06/2005 - 00:26 (Mauro de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A confraria da Ira

Brasilino voltou para o hotel para passar sua última noite em Brasília. Durante sete dias perambulou pela Câmara e pelo Senado, observando as sessões das duas casas. Tomou cafezinho junto com políticos, assessores, e puxa-sacos. Viveu o dia a dia daqueles que se esmeram no nada fazer. Viu deputados e senadores, votando, fingindo que estava votando, oradores falando para uma platéia vazia, somente para cumprir protocolos de sessões, parlamentares marcando presença e em seguida desaparecendo e tudo mais que os congressistas fazem e deixam de fazer contanto que no fim do mês suas verbas de gabinete e seus contra-cheques sejam creditados em suas benditas contas correntes. Viveu nesse meio pútrido onde predomina o poder, a ambição e a corrupção mostra a sua cara duarante toda a semana. Viu e ouviu a boca miúda, os “acordos”, o troca-troca de partidos, o é “dando que se recebe”, as liberações de verbas e nomeações de cargos, versus “voto consciente”, que são trocados por picaretagens explícitas no maior balcão de negócios da democracia. Exausto, atirou-se na cama e dormiu como uma pedra.

Vladimir esperava ansioso a chegada do grupo para última reunião do mês de junho. Normalmente era último a chegar, mas hoje como seria a última seção do mês fez questão de chegar mais cedo para não receber a humilhante saudação: Boa noite deputado! - Há dois anos entrara no grupo que se reunia na Sé de Olinda todas as terças feiras para falar dos políticos corruptos em evidencia. Era gerente de uma empresa de médio porte e o mais moço da turma. Nos seus pensamentos temia pelas decisões que iriam ser tomadas pelo grupo. O Velho, advogado aposentado, radical e com argumentos incontestáveis, destilava uma revolta e um ódio igual ao de Talamanca. Os dois foram os fundadores do grupo ao tempo em que também eram os que tinham maior tempo de sofrimento.
Talamanca recebera esse apelido logo após a redemocratização do país por seus colegas políticos que agora usufruíam o poder e comandavam a corrupção no país. Durante a ditadura fora preso por diversas vezes e quando fugiu da ultima, levou um balaço de lembrança na perna. Acolhido por uma senhora pobre do bairro de Casa Amarela, tratou a fratura exposta com uma tala de compensado e elixir sanativo, sem ir a nenhum hospital ou consultar um médico. Por conta disso, ficou com a perna direita arqueada embora tivesse preservado seu corpo atlético até se tornar um alcoólatra. Quando começou sua luta contra a ditadura fazia seu último ano de engenharia mecânica. Fez parte de todas as forças guerrilheiras que combateram a ditadura. Do Araguaia a São Borja no Rio Grande do Sul, pegou em armas e praticou todos os atos de guerrilhas existentes na época. Finalmente foi dado como morto e sua família o esqueceu. Após a abertura procurou seus amigos, agora deputados ou exercendo cargos públicos misturados em todos os partidos com idéias e ideais diferentes. Pediu trabalho, não queria emprego. A maioria virava-lhe as costas ou fazia que não o conhecia. Cabeludo, barbudo, roupas sujas e na mais completa miséria, ficou esmolando pelas ruas e tomando cachaça até que um ex-colega de colégio o reconheceu. O colega apesar de ter participado ativamente da “redentora” conseguiu junto ao INPS aposenta-lo como débil mental com um salário mínimo. Suas aptidões de exímio atirador e conhecedor profundo de explosivos não lhe dera nenhum trabalho. Como era uma pessoa culta costumava ler os jornais e ver os noticiários da tv em praça pública, via com clareza que seus antigos ìdolos não passavam de canalhas e ladrões do povo. Aos poucos foi nutrindo ódio pelos seus ex-companheiros de luta, à medida que os via usufruindo o poder e se abraçando com velhos inimigos em praça pública.
Numa tarde conheceu o Velho. Ainda estava sóbrio e conseguiu travar uma boa conversa a respeito dos políticos. Embora o velho não tivesse participado da luta armada, também praticou sem pertencer a nenhum partido de atos contra a ditadura. Uma bombinha aqui, um panfletinho aculá, sempre com um ideal de derrubar o poder. Diferentemente de Talamanca, tinha família e já era avô. Entre os dois, no entanto havia uma coincidência de ideais. Acabar com os políticos. Como tinha uma vida financeira equilibrada, procurou ajudar Talamanca, tanto com roupas decentes, comida e livros que o emprestava para ler em seu quarto alugado no Bonsucesso. Aos poucos foi equipando o quarto do amigo com tv, geladeira e uma cama, já que ele dormia numa esteira no chão. Vez por outra Gênio Barba lhe ensinava a navegar na Internet em um computador velho que lhe arranjara ligado a uma linha telefônica pirata em seu quarto.
Gênio Barba trabalhava na implantação do sistema Linux no Estado como terceirizado. Era um o cão do segundo livro na informática. Invadia sistemas no Brasil e no exterior só para mostrar que a segurança era falha. Embora cometesse esse delito, nunca se locupletou de um centavo de sua radical e perigosa brincadeira. Além de professor de Talamanca, trouxera para o grupo Ali Chacal, um primo da cunhada de Abin Laden que era filha do Maranhão como ele.ali Chacal fora bancário por quase toda vida e aos 55 anos fora demitido porque o salário era alto e já estava velho. Como tinha plano de aposentadoria complementar, aproveitou o dinheiro da demissão para pagar a previdência até aos 58 anos quando se aposentou com um beneficio razoável. Sua última pousada no banco foi em Recife.Tinha um apartamento de três cômodos e como era solteiro vivia uma vida a procura de aventuras radicais. Conhecera Gênio Barba num curso de rede de computação. Fizeram uma grande amizade, embora Gênio Barba fosse vinte anos mais moço. Gênio Barba era casado e tinha dois filhos. O mais novo de 5 anos era afilhado de Ali Chacal. Nos anos noventa, Ali Chacal era gerente de uma agencia no Bairro do Recife que fazia pagamento do pessoal graduado da Aeronáutica. Lá ele conheceu Aviador, coronel reformado da aeronáutica, que durante a redentora sofreu a maior das humilhações que um homem pode ter. Agüentou tudo calado e na base do Sim, Senhor! - Por muitos anos agüentou firme até chegar o tempo para se reformar como coronel aviador da aeronáutica. Casara-se ainda quando era tenente e antes que chegasse a capitão já havia se separado da mulher. Ela era filha de um general do exercito e vibradora da “redentora”. Por essa razão, o casamento desandou rápido e siquer, tiveram filhos. Vivia atualmente, como instrutor de vôo no aeroclube e fazendo bico como piloto em companhias de táxi aéreo. Exímio piloto, com cursos no exterior em avião supersônico da FAB. Certa vez conheceu Mentor, funcionário de carreira do Tesouro Nacional, poliglota, que estava tentando se brevetar no aeroclube. Estava perto da aposentadoria e descasado ainda moço, como Aviador, queria após a aposentadoria se tornar piloto de pequenos aviões para exercer o seu grande sonho de menino, que fora impedido primeiro por seus pais, e depois por falta de recursos quando se tornara adulto e órfão. Seu casamento também fora uma lástima face aos desencontros de ideais com a mulher que era sua colega no Tesouro. Como Aviador, morava solitário em seu apartamento beira mar em Olinda. Vez por outra arranjava uma mulher com prazo bancário. Em noventa dias se desvencilhava dela como se fosse uma nota promissória liquidada.
Mentor dirigia seu carro vagarosamente pela avenida Getulio Vargas em direção a Sé. Nos seus pensamentos relembrava a primeira reunião do grupo em seu apartamento.Naquela noite, haviam se reunido todos pela primeira vez em recinto fechado para discutir a proposta que os governantes e políticos dos últimos 40 anos faziam, quando ninguém no poder sabia o que fazer com o país: “A sociedade tem que colaborar e se sacrificar pelos erros do passado, para que as próximas gerações tenham um futuro mais digno e menos miserável”. Lembrava o semblante do Velho, rosto vermelho e olhos aguçados como possuído pelo demônio, afirmando em voz histérica: “- tenho 65 anos e desde os vinte me decepciono a cada governo. No princípio ainda tinha alguma esperança, a medida que os anos passaram, cheguei a conclusão que tudo não passa de mentiras e falsidades e todos políticos querem apenas o poder e encher o bolso do dinheiro que nos roubam através de impostos cada dia mais insuportáveis. Paguei durante 38 anos a previdência pelo teto máximo. Pelas regras do jogo na época deveria me aposentar com 10 salários mínimos e assim permanecer até o final da vida. Se não houvesse feito uma previdência privada, hoje estaria ganhando 2 salários mínimos. Enquanto isso, os bastardos da política se aposentaram e se aposentam pelo último salário em cada uma das aposentadorias. Tem políticos que tem cinco, seis aposentadorias. Esses mesmos quando estão no poder dizem que a previdência está quebrada, e a cada reforma vão matando o direito adquirido daqueles que realmente contribuíram. Falam em sonegação, corrupção e aposentadorias fantasmas, como se as deles não fossem fruto de tudo que eles da boca para fora condenam. Pela Tv assistimos a passeata de miseráveis nas filas da previdência, esperando meses por um simples atendimento médico. Na mesma TV o governo gasta uma fortuna para mostrar Agencias de mentira atendendo os segurados como reis. Toda semana vemos casos de pessoas que morrem antes de conseguir se aposentar. Enquanto isso os proprietários da previdência pública aposentam afilhados e apaniguados em 24 horas. Quando algum miserável consegue ir até a justiça, gasta os últimos tostões com advogados e seu processo entrava na burocracia e na leniência, incompetência e irresponsabilidade dos juízes. Pobre ir a justiça é meio mais fácil de perder o direito assegurado em lei. Se temos juizes corruptos a culpa é do governo corrupto. Todo mal que existe na sociedade é culpa daqueles que têm o poder. A sociedade elege esses cachorros para que governem, exerçam a autoridade e minorem o sofrimento do povo. A sociedade não é candidata a nada, ela não tem que colaborar com sacrifícios intermitentes a cada governo que chega. Se eles se propuseram em suas campanhas a resolver os problemas, cabe a eles resolverem. Cabe a sociedade, cobrar os seus direitos baseados em suas promessas, não se tornar cúmplice da corrupção e das safadezas, sejam elas de continuo de cartório ao Presidente da República. Com a minha experiência, convoco vocês para ajudar o governo. Aquele político que tiver conta no exterior, vamos rouba-la, porque esse dinheiro é nosso. E vamos avisa-lo depois do saque. Exigiremos a renuncia, se abrir a boca vamos executa-lo. Não precisaremos de juizes, nem advogados nem de justiça. Faremos nossa justiça particular. Todo dinheiro arrecadado, usaremos para eliminarmos os seguintes da lista. Um dia não haverá mais ninguém. Vamos fazer um juramento agora, que nenhum de nós descansará até que o último político esteja fora de combate.Vivo ou morto. Os meios para isso, nós estudaremos, temos capacidade e cérebros brilhantes em nossa confraria. Vamos a partir desta noite criar a Confraria da Ira. Essa sociedade é secreta, e todos os presentes nas suas especialidades deverão colocar seus pensamentos em um só objetivo: Eliminar a classe política brasileira. Para próxima reunião, precisamos que cada um traga uma lista dos principais responsáveis, para a partir dessa lista com votação escolhermos os dez primeiros a ser justiçados”.
Ao chegar na Sé já encontram todos amigos reunidos.Antes mesmo dos cumprimentos, o Velho disse: Precisamos fazer outra reunião em sua casa. Hoje! Agora! – Tudo bem, então vamos.- disse Mentor.Vladimir, Ali Chacal, e Gênio Barba foram em um carro e o Velho e Aviador no carro de Mentor. Durante o curto percurso, apenas Mentor falou. – Qual é problema Velho? – Temos que agir mais depressa, quando chegar lá conversaremos.
Na sala os cinco ainda surpresos da convocação intempestiva do Velho, começaram a ouvi-lo atentamente. – Meus amigos chegou a hora de tirarmos de nossas cabeças as nossas idéias e realiza-las imediatamente. Na minha planilha, os casos de corrupção ultrapassaram a linha amarela. Estamos com uma média de dois escândalos por semana. Mesadas para deputados, compra de licitações. Enquanto eles brigam pelas propinas, o Brasil pára, e nós pagamos. Não há a menor possibilidade de ser uma bolha. Temos que agir em nome da sociedade e a pedido dos donos do poder. Vamos ajudar esse país! Vamos livra-lo dessa cruz que ele carrega desde o descobrimento.Para tanto precisamos de dinheiro, coragem e audácia. Os impostos ultrapassaram os limites possíveis que a sociedade pode pagar. Os ladrões do dinheiro público estão insaciáveis, perderam toda a compostura, quanto mais se arrecada menos é investido no bem estar social. Os “Sem terra” se organizam para tudo, menos para conseguir a terra e ainda com a ajuda do desgoverno que financia o caos. O judiciário o mais injusto dos poderes aderiu a corrupção, ao nepotismo. Está na hora de assumirmos nossas responsabilidades como sociedade. As ações têm que ser rápidas, violentas e definitivas.
– Gênio Barba, qual a possibilidade de entrarmos no sistema bancário e pegarmos de volta o que esses políticos roubaram e estão roubando? – A lei ! Velho. Aqui não existe lei do mesmo modo que do lado deles não há. Vamos pagar com a mesma moeda. Vamos entrar nos conta correntes e sacar tudo que for necessário para a limpeza do sistema. Não estamos roubando estamos pegando de volta o que nos roubaram. Tenho aqui um cd com todas as Declarações de Imposto de Renda que comprei na Praça do Patriarca em São Paulo, nelas você encontrará na declaração de bens os respectivos números de contas e bancos de todos congressistas, ministros e apaniguados. O outro CD tem contas e bancos no exterior, conseguido no Ministério Público Federal que trava essa luta inglória para colocar esses safados na cadeia. Faça bom uso e credite na conta fantasma que o Ali Chacal mandou abrir no Maranhão em nome de Alchatar Quelesa Bim Laden. Depois abriremos outra conta em Brasília e transferiremos todo dinheiro recuperado menos, o que gastarmos na limpeza da imoralidade. Ele se encarregará de remeter o numerário necessário. - Aviador, veja onde pode conseguir explosivo plástico.
- Talamanca, calcule quanto precisa para fazermos inicialmente vinte bombas para destruir automóveis e não sobrar nada. Quero que as espoletas sejam acionadas por telefone celular. Compre seis celulares pré-pagos no mercado negro.Consiga também dois fuzis com luneta noturna, silenciador e alcance de mil e quinhentos metros.
- Vladimir, você que tem parente em Brasília, consiga umas férias de quinze dias e vá para o Congresso. Anote a placa dos carros dos dez primeiros da lista. Veja que hora chega, que hora sai, com quem, onde costuma almoçar, jantar e sair a noite. Cada dia siga um e faça a ficha. Mande por Sedex com uma planta dos itinerários e descubra qual o lugar mais propício para colocar uma bomba com ímã. O local deverá ser escolhido de maneira que não pegue nenhum inocente.
- Mentor você vai para Anápoles levantar preço de ultraleves que carregue até 200 quilos. Verificar pontos de pouso fora dos aeroportos. Procure ver preço de aluguel de sítios planos ao redor de Brasília no máximo a vinte minutos de vôo do Congresso. Ali Chacal, Aviador e eu vamos fazer um robô a partir de um controle remoto de aeromodelo. Vamos precisar de outro ultraleve para manobrar o robotizado até o alvo. As cartas para as vítimas serão jogadas perto dos “acidentes”. Serão escritas e digitadas por mim e Alchatar Quelesa Bim Laden se encarregará que seus amigos deixem em lugar apropriado.
- Vladimir diga o nome de seus três indicados. – Paulo Maluf, Roberto Jéferson e Delúbio Soares. Ok. Respondeu o velho.
- Os meus são: Jucá, Valdomiro Diniz e Severino Cavalcanti. – Adiantou Mentor.
- Adiante Aviador! Falou o Velho. – Mauricio Marinho,Silvio Pereira e Henrique Brandão.
- Os meus são: Pedro Correia, Valdemar da Costa Neto e Joaquim Roriz. -
Falou o Velho.
- - Gênio Barba mostre o seus: disse Mentor. – Jader Barbalho, Orestes Quércia e Renan Calheiros, respondeu Gênio Barba
- - Só falta você Talamanca, falou o Velho novamente – Garotinho, Luis Antonio Fleury, e Pedro Stedile.
- - O Velho tomou a palavra: Gênio Barba qual é a primeira conta a ser recuperada ? Vou tentar a de Maluf, pois já temos os dados remetidos pelo Promotor a revista Veja. – Quanto tempo vai precisar para transferir os primeiros $ 100.000,00 para conta de Alchatar Quelesa. – Cinco dias respondeu Barba. Ótimo replicou o Velho. - Com a palavra Aviador. – Acho que 200 quilos de explosível plástico não dá para nada. As construções de Brasília, são muito sólidas. Precisamos de algo mais que um ultraleve não pode carregar. – Qual é a sua idéia Aviador ? – Posso ir para Anápoles e roubar F16 e fazer um serviço perfeito. – Não! Assim nossa confraria vai ser descoberta.Precisamos fazer de um jeito que continuemos soltos e assim que a fumaça baixar, mandar cartas para os sobreviventes avisando que terão o mesmo fim se não renunciarem e proibirem seus familiares até o terceiro grau a se candidatarem. – Quem foi que disse que eu vou delatar depois do serviço ! – Não precisa, todo pessoal da Base verá que foi você quem roubou o caça. – Vão ver, mas não vão me achar. Logo depois da operação vou pular de paraquedas e pego um ultraleve que deverá está pronto para minha fuga. O perigo é que seja seguido por outros caças e seja derrubado. Para isso, vou sabotar os três que restam para que não possam decolar. De Anápoles para o alvo são 15 minutos. Meus ex-colegas vão pensar que fui apenas matar as saudades. Quando suspeitarem, já será tarde demais.
- - São Paulo 24 de Agosto de 2006 – 20:00
- Paulo Maluf e entrando em sua casa no Morumbi seguido do carro de segurança. De repente seu BMW estancou.Quando religou a ignição, um clarão iluminou o céu de São Paulo. Correrias, pânico, ambulâncias, bombeiros, polícia, era tarde demais. Não sobrara nada. Duzentos metros adiante foi encontrado um envelope pardo médio com um bilhete impresso em computador dizendo o seguinte: “ Devolvam o dinheiro que roubaram dos contribuintes até amanhã as 20:00. Se não estiver na conta única do Banco Central, um a um da família morrerá, esteja onde estiver, em qualquer parte do planeta. Ele foi o primeiro. Antes que o galo cante muitos julgados por nós terão o mesmo destino. Ass.– Confraria da Ira em nome do povo brasileiro e na ausência da justiça incompetente e omissa.
- - Brasília 24 de Agosto de 2005 20:10
- Roberto Jéferson dirigia seu carro pela Avenida Monumental em direção a seu apartamento, depois de ser absolvido do processo de cassação. De repente um clarão. Na chegada da polícia ao local foi cercada a área. No limite dos duzentos metros um envelope igual e com os mesmos dizeres do de São Paulo.
- Brasília 24 de Agosto de 2005 20:15
- A Rádio CBN recebe um telefonema avisando que tem uma fita gravada na portaria junto a guarita dirigida a Heródoto Barbeiro. A programação de todas emissoras de TV do pais foram trocadas por edições extraordinárias. Transmitindo ao vivo os dois atentados simultaneamente. A Rede Globo coloca no ar a fita gravada com uma mensagem ao povo brasileiro: “Povo Brasileiro! A Confraria da Ira cansada de ver o direito do povo ser desrespeitado pelos donos do poder, pelas mentiras cínicas, mentiras criminosas, mentiras idiotas, mentiras de promessas, mentiras de realizações. Mentiras masculinas, femininas e gays. Mentiras passada, mentiras presente e mentiras futura. Aumentam as próprias mentiras para diminuir a mentira dos outros. Mentem de manhã, à tarde e à noite. Mentem os que querem ficar, mentem os querem chegar. Mentem os que vão sair, mentem os que vão substituir. Mentem os da direita, os da esquerda, os do centro e os sem partido. São mentiras federais, estaduais e municipais. São mentirosos profissionais, mentirosos amadores e mentirosos idiotas. Tudo é uma verdadeira mentira.
Na mentira dos partidos, os grandes mentirosos convocam os pequenos idiotas para mentirem em conjunto, para arrebanharem votos pingados aqui e ali que servirão para os grandes mentirosos se elegerem. Incompetentes, despreparados e analfabetos, formam um exercito de ladrões, que gastam o que não tem mas roubam o que é nosso para sentir o cheiro do sovaco do poder. Aparecem abraçados com um grande enganador, se rebaixam, perdem a personalidade, brigam, se arrebentam e até matam, pelas grandes e pequenas mentiras.
Antigos e ferrenhos inimigos, se amigam, se abraçam. Defendem posições que antes condenavam, aplaudem agora o que antes vaiavam, assassinam idéias antigas e ressuscitam mentiras novas. A ambição do poder renega os valores morais, transformam homens em bandidos, honestos em corruptos. Estupram os sentimentos do povo, com promessas vazias e como uma boiada pisoteia sem piedade a ignorância dos fracos, pobres e desesperançados com a propaganda enganosa paga por nós. Anistiam bandidos, soltam criminosos, dilapidam o dinheiro público em nome da democracia e em troca do apoio ilegal e irrestrito. Queimam dinheiro nas televisões, rádios, revistas e jornais. Gastam mais dinheiro para dizer o que foi realizado do que a própria obra executada. Corruptos formados, ladrões de gravata, enganadores profissionais em conjunto ou separadamente, desfilam impunes e pregam a “moralidade” que só eles conhecem.
O interminável desfile dos escândalos, da corrupção, da roubalheira, dos hospitais sem médicos, sem medicamentos e sem equipamentos, das obras inacabadas, das estradas esburacadas, das filas intermináveis da previdência, da aposentadoria miserável, da impunidade, da violência, e do desemprego em nada abalam os mentirosos em “reprometer” as promessas prometidas.
Tendo em vista o país viver sobre o véu da mentira, a Confraria da Ira resolveu julgar condenar e executar todos os políticos participantes, ajudantes e omissos das falcatruas que são do domínio público. Não queremos o poder, nem nos candidataremos a nada, seremos apenas uma organização vigilante acima de todas as leis para que as mesmas leis sejam respeitadas.
Ass: Confraria da Ira
Apoio: Alquaeda

Campinas 24 de Agosto de 2005 20:30

- Orestes Quércia é explodido em seu carro dentro da garagem de sua casa. Outro envelope pardo médio é deixado nas proximidades.

Recife 24 de Agosto de 2005 20:40

- Vladimir observava na janela de seu apartamento as pessoas que faziam cooper na Avenida Boa Viagem. Em suas mãos um fuzil AK47 com silenciador esperava a passagem de Pedro Correia. Como era seu costume o deputado aproveitava aquela hora da noite para fazer seu cooper quando estava em Recife. Devido aos acontecimentos Vladimir achava que sua tarefa estava perdida. Telefonou para Talamanca em Brasília.- Acho que o homem não vai passar. Todo mundo está com as TVs. ligadas. Ele deve está torando aço não vai aparecer. – Vá a casa dele – Disse autoritário Talamanca. – Você é louco! Quer que sejamos descobertos. – Use plano B. Não podemos falhar.
- Vladimir pegou o carro e saiu até a rua do deputado. Estava repleta de políticos e puxa-sacos. Olhou o carro do homem, estava com a porta aberta e ele sentado no banco dianteiro ainda com as pernas de fora. Pegou o celular e ligou . Em seguida o clarão. Estava cumprida a etapa das 20,40.

Brasilia 24 de Agosto de 2005 21:00

Joaquim Roriz havia desligado a TV da sua sala na residência oficial. Foi até a varanda do terraço e ficou olhando para o céu como costumava fazer sempre todas as noites que estava em casa. A mil metros, Talamanca em uma árvore olhava pela luneta do seu AK47. Estava mais magro e cabelos mais brancos. Apertou o silenciador, voltou a luneta novamente e apertou o gatilho.Mirou o chão da varanda e viu o corpo caído com a cabeça espatifada. Amarrou o fuzil na árvore, desceu calmamente, pegou o carro e se afastou do local.
No Palácio do Planalto o Presidente Lula estava reunido com todos os Ministros e queria convocar o Congresso para manhã afim de decretar o Estado de Emergência com o apoio de todos os congressistas. O Exercito, a Marinha e Aeronáutica ficaram de prontidão.Após a reunião, resolveu fazer um pronunciamento a nação as 10:00 pedindo a população que se mantivessem em suas casas até a Policia Federal descobrir os autores ou a Organização Terrorista que estava por traz dos atentados.Na mesma fala solicitou a todos parlamentares que estivessem em Brasília no Congresso as 9:00 da manhã.
Enquanto as emissoras de TV cobriam a chacina, outros atentados foram se sucedendo. Até a meia noite o serviço de limpeza da Confraria havia faturado: Garotinho no Rio de Janeiro, Jader Barbalho no Pará, Jucá foi explodido quando saiu da reunião do Palácio do Planalto. No último o envelope pardo médio deixou a seguinte mensagem: “Por hoje está encerrada a operação. Amanhã continuaremos a limpeza. Todos aqueles que têm culpa no cartório, renunciem aos seus mandatos. Mesmo aqueles que ainda não foram descobertos. Fiquem informados que nós temos todas as fichas. Quem recebeu mensalão, quem vendeu voto, quem recebeu propina em licitações, quem desviou dinheiro para o exterior. A vida e os costumes de cada um estão catalogadas nos arquivo de nossa organização. O espetáculo desta noite foi só um aperitivo. Amanhã será muito mais animado. ASS: Confraria da Ira – Apoio: Alquaeda.
No Cassino dos Oficiais da base de Anápoles, Aviador assistia com o comandante Cel. Aviador Helio Lima e Silva as transmissões de Tv. Eles haviam sido companheiros no ITA e fizeram carreira juntos. Foram os primeiros pilotos de Supersônicos no Brasil. Tinha programado com Aviador um vôo pela manhã para matar as saudades. Eles decolariam em dois caças e fariam uma missão de reconhecimento. Devido a prontidão Cel Helio achava temeroso continuar com o plano. Aviador havia feito uma lavagem cerebral no colega. Falou da desconsideração do presidente em negar o aumento aos militares. A falta de verba para trocar as sucatas por equipamentos novos. Deu o cheque-mate quando falou da aquisição do AIR Lula. – Para os que vivem no poder e na fartura tudo. Para aqueles que fazem a segurança e o país andar, sacrifícios. Ora bolas! Será que vamos passar a vida andando em círculos. Esse país estava precisando mesmo de uma limpeza – disse Aviador. – Aqui pra nós Aviador, o Lula que se cuide, a oficialidade está fazendo um zum-zum danado. Vejo a hora de partirem para ignorância. O Exercito e a Marinha nem querem conversa sobre o assunto, mas a Aeronáutica esta praticamente sublevada. O Exercito encolheu, tem menos homens que a Policia Militar de São Paulo. A Marinha nem se fala os cascos velhos estão enferrujando nas portos. Quem tem maior poder de fogo ainda somos nós com essas carcaças voadoras, mas que podem fazer um senhor estrago.- É isso aí Helio, nunca em nossas vidas vimos tanto ladrão, tanto imposto e tanta miséria. O Brasil vai muito bem, mas os brasileiros foram jogados no lixo. Precisamos reagir, vamos conspirar! Ah!Ah! – Saíram e a meio caminho do apartamento onde estavam hospedados, Aviador lhe disse: Hélio, está tudo bagunçado, esqueça a prontidão e deixe eu matar as saudades amanhã! – Vamos ver Aviador. Tudo depende da temperatura política pela manhã. No mínimo eu consigo uma decolagem e um pouso para você. Ok. – Tudo Bem, amigo. Boa noite.
As televisões viraram a noite cobrindo os atentados. A maioria dos Deputados e Senadores foram para o Congresso em “vigília cívica”. Outros aproveitaram a oportunidade para faturar na mídia, dando entrevistas e agredindo a confraria desconhecida. Alguns enaltecendo as figuras corruptas como homens de bem e heróis da democracia. As opiniões favoráveis a limpeza partia de pessoas anônimas, revoltadas com a safadeza generalizada, mas as televisões cortavam tudo que fosse favorável aos conspiradores. No Rio Grande do Sul e em Pernambuco, alguns estudantes foram as ruas comemorar mas foram rechaçados pelas polícias. Houve diversas prisões e já havia no ar uma suspeita dos analistas políticos que os atentados partiram do exterior. Os petistas principalmente, falavam que era a inveja dos programas contra fome que Lula lançou em seus passeios no exterior. Ouve até quem falasse que por conta das criticas de Lula o G7 tomou vergonha e deu o perdão da dívida a vinte paises africanos. O sepultamento das tralhas executadas ficou para o dia seguinte a tarde, porque ficou muito difícil juntar os pedaços. Em alguns casos, sobrou apenas um pedaço de uma perna ou um braço e mesmo aqueles que foram fuzilados o corpo em vida já estava tão podre que tiveram de lacrar logo a urna funerária antes que o fedor começasse a chegar as narinas dos “veloristas”.
Brasilia 25 de Agosto de 2005 8:30

O presidente chega ao congresso acompanhado dos ministros vivos. Presentes todos Senadores, Deputados, alguns Governadores corruptos, puxa-sacos em geral e demais manda- chuvas do poder. – Discursos inflamados contra os conspiradores internacionais pelos petistas. Discursos de união nacional pela “democracia” pelos representantes da oposição. Discursos puxando o saco das forças armadas. Todos ali estavam falando que o congresso era trincheira da democracia. Apenas uma voz coerente e sensata a Senadora Heloisa Helena. Duvidava que fosse um movimento internacional. Em várias entrevistas disse claramente que esse movimento embora ilegal, partia do povo que estava revoltado com mar de lama que o poder central e os políticos brasileiros implantaram no Brasil.

Anápoles 25 de Agosto de 2005 8:45

Aviador decola solo no F16. O dia estava claro sem nuvens. Céu de brigadeiro. Puxou o manche com vigor e ganhou altura. Em cinco minutos já estava a 11 mil pés.Nivelou e viu Brasília. Calculou a distancia do congresso e em cinco minutos estaria no alvo.Teria que soltar as duas bombas ao mesmo tempo e deveriam cair exatamente no meio da campânula. Ficou fazendo cálculos com o computador e achou que teria poucas possibilidades acertar o alvo com sucesso. A base chamava insistentemente. Ordenava o seu retorno ameaçando derruba-lo. No radar percebeu que duas aeronaves se aproximavam na retaguarda. Passou por cima do congresso a 6 mil pés. Fez uma volta suave como se estivesse retornando para Anápoles. Puxou o manche e seguiu na vertical até o 11 mil pés. Baixou o nariz e na vertical para baixo mirou o Congresso. Armou as bombas e deu todo motor. Ligou o automático em direção com o alvo. O velho F16 mergulhou de bico a 1800 km. por hora contra o congresso. Em 15 segundos Aviador desmaiou. Cinco segundos depois F16 acertou exatamente no alvo. Apenas uma explosão. O congresso virou um monte de concreto e ferro retorcido. As labaredas subiam a mais de trinta metros. Brasília cobriu-se de uma espessa nuvem de fumaça. O cheiro de queimado atingiu toda capital.




Granja do Torto 25 de Agosto de 2005 9:15

Um ultraleve em vôo rasante despeja cem quilos de explosivo plástico com detonador de impacto na casa presidencial. O fogaréu e entulhos deixam os olhos de Mentor deslumbrados. Dá meia volta e passa novamente para ver o estrago. Toma altura e vê numa estrada vicinal o carro de Talamanca. Baixa o nariz e aterrissa suavemente parando atrás do carro. Derrama gasolina no ultraleve e toca fogo. Pega o carro e sai em disparada.
O Velho tranqüilamente saiu de sua casa e foi para Sé. Pegou celular pré-pago e deu a última ordem. Destruam todos os celulares não podemos deixar pistas. Vladimir desligou a televisão, pegou o martelo e acabou com o celular. Juntou tudo em um saco plástico e jogou no coletor de lixo da Praça de Boa Viagem. Gênio Barba após cinco dias ininterruptos fechou seu Lap Top. Tinha limpado a conta da maioria dos corruptos. Todo dinheiro foi depositado em uma conta aberta fraudulentamente no Banco do Brasil em Brasília, com o nome Povo Brasileiro. Um bilhão e meio de dólares haviam regressado para os verdadeiros donos. Ali Chacal pegou o vôo das 10:00 no Galeão com destino a Recife.

As televisões do mundo todo transmitiam ao vivo o inferno de fogo e destruição da capital brasileira. Um novo 11 de setembro! diziam emocionados os comentaristas. Entre os escombros Heloisa Helena e Eduardo Suplicy, cobertos de pó davam entrevista para o resto do mundo. Apenas os dois escaparam.A Confraria da Ira comemorou. Em fita deixada na TV Cultura no Rio deixou o seguinte recado: “A limpeza está feita. Podem começar de novo. Democraticamente e honestamente. Caso contrário, voltaremos”.

Brasilino Pátria Amada acordou atordoado. Correu para janela para ver o ”fumacê” de políticos. Tudo tranqüilo. O céu estava azul sem nenhuma nuvem. – Que merda ! Foi um sonho!

Mauro de Oliveira
14/06/05

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