Preciso já duma graça,
— Dai-me, Deus, por merecer —
Pois preciso arrefecer
Prá suportar a desgraça
De, por mais força que eu faça,
Não conseguir te esquecer...
Confessa-me um passo errado,
Um mal feito abominável,
Alguma coisa execrável
Que tu tenhas praticado,
E que torne vulnerável
Esse amor tão desbragado.
Se, atendido, me levanto
Dessa minha penitência.;
Mas, seu eu não tiver clemência,
Hei de recolher-me a um canto,
A morrer por tua ausência,
Para em ti viver no entanto.
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