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Artigos-->FOGO MORTO DE LINS DO REGO -- 23/02/2001 - 21:29 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








PLANO DE UM CURSO SOBRE LITERATURA E SOCIEDADE

Texto escolhido: "Fogo Morto" de José Lins do Rego





João Ferreira

Brasília-DF





Objetivo geral



Propiciar a um grupo de leitores e pesquisadores de textos literários condições de pensar a literatura como um “mundo” e levá-los a situar-se perante ele na qualidade de estudiosos e pensadores.



Objetivo específico



*Oferecer conhecimentos teóricos sobre a relação entre texto literário e sociedade;

*Empreender novas estratégias de leitura para apreensão desta relação, de modo a compreender melhor o papel da literatura na evolução da comunidade social;

*Oferecer um texto brasileiro que possa ser avaliado pelo aluno no duplo sentido da estética literária e da cultura, possibilitando-lhe a orientação da leitura a fim de habilitá-lo a descobrir e se apropriar das matrizes culturais que caracterizam, de uma maneira original, o mais forte sinal da criação na utilização literária da multicultura que distingue uma boa parte da população brasileira.

*Contribuir para que o aluno do curso se atualize e forme uma consciência cada vez mais crítica na avaliação da problemática social e literária no contexto de seu país.



PROGRAMA





I. Avaliação inicial do fenômeno literário.

A literatura. O lado imanente e o lado social do texto. O texto e seus códigos. O sub-código ideológico e sociológico. As matrizes culturais das sociedades. A Literatura no entranhamento das matrizes culturais comunitárias. O lado sociológico da produção e da recepção do texto. O papel das linguagens do texto. Estruturas previstas e estruturas “abstratas” revitalizadas na leitura. A dinâmica da informação e da textualidade na formação de novas estruturas e linguagens no plano do imaginário e da crítica.

II. Literatura e sociedade. Estudo de um texto teórico de René Wellek/Austin Warren.

III. A problemática da recepção nos textos ficcionais e a presença das “vozes sociais” e da “problemática sociológica” em personagens de “Fogo morto”(1943) de José Lins do Rego(1901-1957).

IV. A pressão do sub-texto ideológico e sociológico no discurso literário. O caso de O Fogo Morto(1943) de José Lins do Rego (1901-1957)

V. Análise do discurso ficcional de O Fogo Morto de José Lins do Rego sob o ponto de vista do sub-texto sociológico;

VI. A força das superestruturas sociais das oligarquias rurais da Paraíba, da violência do poder dominante, do anti-poder do cangaço, da manipulação eleitoral, da mitologia popular, das formas da criação fantástica, do misticismo e outras formas na vivificação da forma romanesca brasileira e na transformação da literatura em forma de luta e de denúncia e instrumento de critica política dirigida aos analistas e detentores do poder.

VII. Encerramento do curso. Reavaliação metodológica e conteudística.



II – METODOLOGIA E PLANO PEDAGÓGICO DE CONDUÇÃO DO CURSO



2.1.O curso terá uma primeira parte constituída por explanações teóricas sobre Literatura e sociedade, intercaladas com leitura de textos, explicação e debate.

2.2.Numa segunda parte, os conceitos teóricos serão analisados e aplicados no texto de ficção O Fogo Morto(1943) de José Lins do Rego.

2.3.O Curso proporcionará duas sessões finais com o objetivo de os alunos poderem mostrar sua leitura e pesquisa em torno do texto oficial do curso, expondo e debatendo, em seminários apropriados, os conteúdos estudados.

2.4.A participação nas exposições teóricas, a leitura de texto, participação em debates e na elaboração do texto a ser apresentado em seminários, serão a base da avaliação do curso,



III- BIBLIOGRAFIA

Para o questionamento básico da relação entre Literatura e Sociedade



ADORNO, Theodor W. “Discurso sobre lírica e sociedade”. In: LIMA, Luiz Costa. Teoria da literatura em suas fontes. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975, pp. 343-354.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do Mundo. Rio de Janeiro: Editora Record, 1993.

BACCEGA, Maria Aparecida. Palavra e Discurso. História e Literatura. São Paulo: Ática, 1995.

BAKHTINE, Mikhail. “O Problema do conteúdo”. In: Esthétique et théorie générale. Paris: Gallimard, 1978.

BARBÉRIS, Pierre - “ A sociocrítica”. In: BERGEZ, Daniel. Métodos críticos para a análise literária, São Paulo: Martins Fontes, 1997, pp.143-182;

BLEICHER, Josef. “A historicidade da compreensão na hermenêutica filosófica””. In: Hermenêutica contemporânea. Lisboa: Edições 70, 1992, pp. 153-159;

BRUNEL, P. et alii. “História das Idéias”. In: Que é Literatura Comparada? São Paulo: Editora Perspectiva, 1995, pp. 73-86;

CÂNDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. 5ª edição. São Paulo: Editora Nacional, 1976.

ESCARPIT, Robert et alii. Le littéraire et le social. Éléments pour une sociologie de la littérature. Paris: Flammarion, 1970.

ESSLIN, Martins. “O drama e a sociedade”. In: Uma anatomia do drama. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977, pp.104-115 [fala da arte politicamente engajada e mostra o drama como “instrumento” de mudanças sociais e políticas].

FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. 2@ ed. São Paulo: Ática, 1990.

GIASSON, Jocelyne. “Um modelo de compreensão na leitura” [ a variável leitor, a variável texto, a variável contexto]. In: A Compreensão na leitura. Porto: Edições Asa, 1993, pp. 15-43.

GOLDMAN, Lucien. Pour une sociologie du roman. Paris: Gallimard, 1970. Trad. port. José Aguiar. Sociologia da Literatura. Lisboa: Editorial Estampa, 1972.

GOLDMANN, LEENHARDT et alii. Sociologia da literatura. [Pesquisas recentes e debates]. Trad. Lisboa: Editorial Estampa, 1972

“LITTÉRATURE,société,idéologie”. Nº 1 da revista Littérature, Paris: Larousse, 1972;

GRAMSCI, Antonio. Literatura e vida nacional. Trad. Carlos Nelson Coutinho. 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1978.

GREIMAS, Algirdas Julien. Semiótica e ciências sociais. Trad. Álvaro Lorencini/Sandra Nitrini. São Paulo: Cultrix, 1981.

HAUSER, Arnold. História social da literatura e da arte. Trad. 4ª ed. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1982, 2 vols.

HOGGART, Richard. “Los estudios culturales contemporaneos: literatura y sociedad”. In: BRADBURY, Malcom/PALMER, David. Critica contemporanea. Madrid: Catedra, 1974, pp. 187-208;

HOHFELDT, Antônio. Literatura e vida social. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1996.

IGLESIAS, Francisco. História e Ideologia. São Paulo: Editora Perspectiva, 1981.

ISER, Wolfgang. “A interação do texto com o leitor”. In: Literatura e o leitor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, pp. 83-132.

LEENHARDT, Jacques. “La Sociologie de la littérature: quelques étapes de son histoire”. In: Revue internationale des sciences sociales, n. 4, 1967.

________. “Psicocrítica y sociologia de la literatura”. In: POULET, Georges et alii. Los Caminos actuales de la crítica. Trad. esp. Barcelona: Editorial Planeta, 1969, pp. 293-312.

LIMA, Luiz Costa. “A análise sociológica”. In: Teoria da Literatura em suas fontes. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1975, pp.293-354.

______. Sociedade e discurso ficcional. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

LUCAS, Fábio. O caráter social da Literatura Brasileira. São Paulo: Edições Quíron, 1976.

LYRA, Pedro. Utiludismo. A sociabilidade da arte. Fortaleza: Edições UFC, 1982.

MARINO, Adrian. La critique des idées littéraires. Bruxelles: Éditions Complexe, 1977.Trad. José Caselas. Lisboa: Usus Editora, 1992, pp. 147-149;

MOUNIN, Georges. Poesia e sociedade. Tradução de Manuela Alves. Lisboa: Uinião Gráfica, s.d.

PAGNINI, Marcello. “Literatura y sociologia”. In: Estructura, Literatura y metodo critico. Madrid: Catedra, 1975, pp. 211-213;

PLATÃO E FIORIN. Para entender o texto. Leitura e redação. 12ª ed.. São Paulo: Editora Ática, 1997.

REIS, Carlos. “Intertextualidade e leitura crítica”. In: Construção da Leitura. Coimbra: Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, 1982, pp. 31-40.

________. “A evolução literária”. In: O Conhecimento da Literatura. Coimbra: Almedina: 1995.

________. “Sociologia da literatura”. In: Técnicas de análise textual. Coimbra: Livraria Almedina, 1979, pp.78-91.

RICCIARDI, Giovanni. Sociologia da Literatura. Lisboa: Europa-América, 1971.

ROSENFELD, Anatol. Texto/Contexto. 3@ edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976.

TRILLING, Lionel. Literatura e sociedade. Trad. Rubem Rocha Filho. Rio de Janeiro: Lidador, 1965.

TROTSKI. Literatura e Revolução. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980.

VALETTE, Bernard. “Leituras psicológicas e sociológicas”. In: O Romance. Iniciação aos métodos e técnicas modernas de análise literária. Trad. Luís Serrão. Lisboa: Editorial Inquérito, 1993, pp.52-65.

WELLEK, René-WARREN, Austin. “Literatura e Sociedade”. In: Teoria da Literatura, Trad., Lisboa: Europa-América, pp. 117-138.

ZALBOLCSI, Miklós. “Sociedade de consumo e neovanguarda”. In: Literatura universal do século XX. Principais correntes. Brasília: Editora UnB 1990, pp.191-193

ZÉRAFFA, Michel. Romance e sociedade. Lisboa: Estudios Cor, 1974.



IV. BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA SOBRE JOSÉ LINS DO REGO E ”FOGO MORTO”



ANDRADE, Mário de. Fogo Morto. In: Apêndice da 48ª edição de Fogo Morto. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, pp. XIX-XXII;

CARPEAUX, Otto Maria. O Brasileiríssimo José Lins do Rego. Prefácio à primeira edição de Fogo Morto(1943). Reproduzida na 48ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, pp.XIII-XVIII;

VILAÇA, Antonio Carlos. Fogo Morto. Apêndice da 48ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 199, pp. XXIIIXXVIII;

ALGUNS LIVROS e estudos em livro sobre José Lins do Rego. Bibliografia apensa à 48ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, pp. XI-XII.

Fogo Morto. José Lins do Rego.[Guias de Leitura], Porto Alegre: Mercado Aberto, s.d.



V. ALGUNS TÓPICOS TEMÁTICOS PARA PESQUISA NO ROMANCE “FOGO MORTO” DE LINS DO REGO.



Tópico I . A estrutura romanesca de “Fogo Morto”

Tópico II. A linha narrativa do romance: polifonia e dialogismo em “Fogo Morto”

Tópico 3. A presença do cangaço no romance “Fogo Morto”. Qual a razão do cangaço? Redenção do pobre e do fraco ou rebelião como fim de si mesma?

Tópico 4. A força da religião e do misticismo no romance

Tópico 5. O perfil das várias personagens femininas e sua contribuição para a força do enredo

Tópico 6. Política, poder e exploração dos coronéis em “Fogo Morto”

Tópico 7. A complexa relação de ricos e pobres em “Fogo Morto”

Tópico 8. Personagens negros, escravidão e libertação em “Fogo Morto”

Tópico 9. A presença do fantástico como ideologia e elemento narrativo em “Fogo Morto”

Tópico 10. O retrato do senhor do engenho, da casa-grande, e do poder econômico decadente na narrativa que mostra o coronel Lula de Holanda da Fazenda Santa Fé

Tópico 11. Mestre José Amaro: firmeza, orgulho, machismo, solidão, idéias próprias, oposição ao coronelismo, personalidade e identidade, luta pela mudança, utopia, simpatia pelo cangaço, desengano, impotência e tragédia. Tópico 12.A leitura sócio-econômica do romance



Joâo Ferreira

11 de março de 1998

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