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Artigos-->As Paixôes de Hemingway -- 12/09/2002 - 10:53 (Felipe de Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Amante de box e guerras, caçadas e sangrentas touradas, Ernest Hemingway, sò escrevia sobre aquilo que conhecia. Viver era experimentar, mergulhar na açâo com a mesma volùpia com que se enamorava das mulheres. Ele desejava a imersâo total na experiência sensual de viver : uma mulher, outra mulher, vàrias mulheres, mas uma sò mulher realmente. Tâo sedutor quanto capaz de fazer inimigos, o escritor americano, usava e abusava da mentira e do exagero.

Hemingway foi casado quatro vezes e tentado por vàrias outras mulheres que encontramos, quase sempre, dentro da sua obra literària. Uma das màximas dele era de que “tudo o que acontece a um escritor lhe serà ùtil mais tarde. O melhor que se tem a fazer, quando se passa um mau bocado, é encontrar uma maneira de dar utilidade a este mal.”



Tudo é possìvel numa guerra, até mesmo o amor. Num hospital em Milâo, ferido na perna, com apenas 19 anos, três semanas depois de ter desembarcado no solo italiano como voluntàrio de uma unidade de ambulância, Hemingway, encontra-se jà no palco da I Guerra Mundial. Pela primeira vez, ele estava apaixonado, por uma enfermeira americana, Agnes von Kurowski, e chega mesmo a prevenir a sua mâe -uma mâe perfeccionista e exigente- que ele havia encontrado uma “garota formidàvel.”



Agnes prefere um jovem tenente-italiano e Hemingway tem a sua primeira verdadeira decepçâo sentimental. Ele retorna aos Estados Unidos e nos seus pesadelos o rosto da primeira mulher que o abandona. Mais tarde, depois da decepçâo amorosa com o italiano, Agnes, encontra-se nos E.U.A com Hemingway : “ Quando ela penetrou na peça, um sentimento intenso submerge-me, eu compreendi num instante, que ela era essa que eu queria casar.” Incapaz de resistir as paixôes, aos avanços intempestivos do amor, sua correspondência é repleta dessas emoçôes à flor da pele.



PARIS É UMA FESTA



Seu sonho era voltar à Itàlia para reencontrar Agnes, mas seu sonho foi protelado ao encontrar Hadley Richardson. Ernest decide entâo de morar em Paris, demite-se do emprego, casa-se com Hadley e no natal de 1921, desembarca em Montparnasse, onde jà se encontravam Scott Fitzgerald, James Joyce, Gertrude Stein, Ezra Pound.

Nesta época, a margem esquerda do Sena, parecia um local adequado para um artista criar e passar fome moderadamente. Nâo sò Hemingway, mas tantos outros, estavam tentando sair deste buraco fundo e degradante que se chama anônimato.



Neste perìodo parisiense que viveu com Hadley, ela nunca o decepcionou, Hemingway fala de sua esposa como alguém : apaixonada, compassiva, leal, desinteressada e terna. Estava sempre atenta para que o marido desenvolvesse seu trabalho literàrio.

Estavam juntos a seis anos quando aparece na sua vida, Pauline Pfeiffer, um belo espécime de fêmea. O escritor dirà mais tarde, insinuando-se como vìtima : “ Pauline lançou mâo de um dos truques mais banais que se conhece; fica amiga de uma mulher casada, passa a viver na companhia do casal e começa, talvez sem saber, inocentemente, mas com perseverança, a conquista do marido.”

A separaçâo com Hadley foi dolorosa para Ernest e os remorsos o atormentava : “Talvez fosse melhor que tivesse morrido antes de me interessar por alguém além dela.” No começo com Hadley ele tinha também escrito : “ Nòs nâo amaremos nunca uma outra pessoa que nâo seja eu e você.”



A MULHER IDEAL



Dez anos depois serà a vez de Pauline, Hemingway, aparece com uma mulher alta e loura, Martha Gelhorn, uma escritora em inìcio de carreira. Martha parecia a mulher ideal para ele : solteira, sadia, esportiva, psicologicamente estàvel e acima de tudo adorava açâo. Pauline decide salvar o seu casamento, mas Hemingway jà havia decidido : casa-se com Martha em 1940. A uniâo nâo durou longo tempo. Ela era uma mulher independente e tinha um projeto impossìvel : colocar Ernest na linha.



Em Londres ele encontra a jornalista Mary Welsh e lhe diz a queima-roupa: “Eu nâo lhe conheço, mas eu quero me casar com você.” È com Mary que Hemingway entra em Paris em 1944 e “libera” o bar do Ritz.



Em 1948 ele descobre os encantos de Veneza e o romantismo e a juventude de Adriana Ivanchich com seus 18 anos. “Escreverei para você os mais belos romances.” Confessa entusiasmado no Harry’s bar de Veneza. Mary lhe escreverà : “Nòs somos pessoas honestas, acabemos rapidamente com isto.”



Hemingway pensa duas vezes antes de embarcar com a “pequena condessa” Adriana. Talvez estivesse impregnado pelo sentimento de culpa ou talvez estivesse velho e cansado de deixar tantas mulheres no meio do caminho. El Papa prefere ficar ao lado de Mary.



Adriana e a sua juventude seria o ùltimo demônio que seduziu um Hemingway declinante. As forças começaram a abandonà-lo, seu coraçâo e sua cabeça nâo respondia mais. Jà no final da vida, num dos momentos de lucidez confessa : “O que é que você acha que acontece a um homem que vai completar 62 anos e percebe que jamais poderà escrever os livros e os contos que prometeu a si mesmo.”

Hemingway havia decidido. Na manhâ de 2 de julho de 1961, Mary foi acordado por um disparo violento. Era o final. Ninguém estava presente para recolher as suas ùltimas palavras que talvez tenham sido para Agnes ou Hadley.











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