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cronicas-->Falta de inspiração -- 27/09/2000 - 09:33 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ainda bem que não sou escritor profissional. Fico imaginando se o padeiro largar a mão da massa porque amanheceu indisposto ou se o motorista de ónibus não estiver a fim de trocar as marchas porque seu time perdeu a final do campeonato. A falta absoluta de criatividade ou inspiração deve atormentar alguns profissionais. Já pensou como deve se sentir um cirurgião cardíaco que tenha amanhecido de mau humor, ao ver o paciente moribundo na sala de cirurgia? E o advogado chegando ao fórum de ressaca? Mas o escritor anónimo tem a regalia de só escrever quando se sente plenamente inspirado. Isso se não se propuser a escrever qualquer bobagem simplesmente para cumprir um ritual. Acho que todo autor morre de inveja de J. K. Rowling, célebre criadora de Harry Potter. Eu mesmo queria ver estampado em todas as revistas e jornais glorificando o número de exemplares vendidos. Melhor ainda: "Jovem autor brasileiro fecha contrato milionário com editora e produtora cinematográfica dos Estados Unidos". A melhor parte, no caso, não é a manchete em si, mas o que diz respeito aos dólares depositados na minha conta. Contudo, como estou longe dessa realidade, fico aqui escrevendo o que vem na cabeça, sem muito critério e sem o compromisso de ter que entregar um texto para quem quer que seja.

- Você não vai escrever nada hoje? - pergunta minha mulher.

Marcelo Mirisola é quem está certo! Perguntado sobre o porquê de escrever, respondeu que era para ganhar dinheiro. Reconhecimento? Talvez. Ver estampado seu texto num periódico ou num livro bancado por conta própria deve envaidecer o ego. Ser reconhecido no bairro, deve ser o auge da carreira do jovem autor.

- Ele foi ao Jó! É meu vizinho.

Um sorriso de contentamento deve brotar no peito. Mas depois deve vir um peso danado no coração poético. Que m...! Tive de pagar o livro. O orgulho provavelmente fala mais alto. E a esposa fala mais alto ainda:

- Você torrou todas as nossas economias nesse livro e quanto vendeu?

Aquela expectativa inicial de arrebentar a boca do balão, em questão de poucas semanas vai por água abaixo, ao constatar que até a sua própria mãe comprou por consideração, porque o máximo que ela lê é uma Contigo! Pior ainda. Seus amigos fizeram uma vaquinha e combinaram de comprar dois exemplares para dividir entre a turma. Fora as xerox que, inevitavelmente, pipocaram entre eles. Por essas e outras que ainda continuo aqui, rascunhando algumas palavras soltas ao vento, sem compromisso, sem prazos, sem temas previamente definidos. Recentemente notei que alguns espaços que divulgam lançamentos literários tinham algo em comum. Os autores - sem julgamento da qualificação literária - eram nada mais nada menos do que editores de arte de conceituados meios de comunicação. Quem pode com eles? Eu não posso. Até porque não tenho tanta categoria assim. Não disse que a falta de inspiração é uma m...? Comecei a falar sobre um assunto, enveredei para outro e mal consigo terminar esta crónica.
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