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Cordel-->O REI GONZAGA I -- 05/10/2011 - 14:47 (Andarilho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O REI GONZAGA I
Silva Filho
HOMENAGEM PÓSTUMA A
LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO.
“O REI DO BAIÃO”.


Mil novecentos e doze
No dia treze nasceu
Isso no mês de dezembro
Pernambuco recebeu
O eterno GONZAGÃO
Que o cetro mereceu.

Município de EXU
Na FAZENDA CAIÇARA
Junto à Serra de Araripe
Com a luz só da coivara
Neste pedaço de chão
O LUA mostrou a cara.

O seu pai foi JANUÁRIO
Sanfoneiro respeitado
Sua mãe, Dona SANTANA
Um casal abençoado
Que ganhou como presente
Esse filho renomado.

Não tinha dezoito anos
Quando viu a Nazarena
A paixão correu na veia
E logo lhe envenena
Mas a moça tem um pai
Que exagera na pena.

A pena era de morte
Sem qualquer explicação
De Raimundo Deolindo
Um coronel do Sertão
Que não queria a filha
No som do acordeão.

Januário e Santana
Não esperaram o bis
Uma surra aplicaram
No coitado do Luiz
Que escapou de mansinho
Para tentar ser feliz.

Sentou praça no Exército
Em Crato, no Ceará
Como soldado ficou
Indo pra lá e prá cá
Mas o destino traçava
Uma vida de marajá.

Estando em Juiz de Fora
Zona da Mata Mineira
Conheceu um sanfoneiro
Escondido na trincheira
Era Domingos Ambrósio
Bom de fole nas fileiras.

No ano de trinta e nove
Já no Rio de Janeiro
Pede baixa do Exército
Para ser um sanfoneiro
Choros, sambas, foxtrotes
No meretrício, primeiro.

Com a música VIRA-E-MEXE
Programa de Ary Barroso
Gonzagão impressiona
E se sente venturoso
Dando o primeiro passo
Para se tornar famoso.

Na Rádio Nacional
Mais um acordeonista
Chamado Pedro Raimundo
Gaúcho que deu a pista
Figurino de vaqueiro
Pra completar o artista.

Já na R C A VICTOR
Gravou DANÇA MARIQUINHA
Como profissional
Demarcando sua linha
E o futuro bem distante
O presente agora tinha.

Então voltou a EXU
Sem o peso do calvário
Um reencontro marcado
Com “RESPEITA JANUÁRIO”
Música que decolou
Neste seu itinerário.

Depois vem o casamento
Com Helena Cavalcanti
Professora e secretária
Uma mulher cativante
Que deu força ao Gonzaga
Para seguir triunfante.

Dos SUCESSOS que cantou
ASA-BRANCA virou hino
ASSUM-PRETO mui plangente
Revelou um desatino
De quem pratica maldade
Sem pensar no seu destino.

Cantou a DANÇA DA MODA
Também A TRISTE PARTIDA
AVE-MARIA SERTANEJA
E AMOR DA MINHA VIDA
NUMA SALA DE REBOCO
Canção nunca esquecida.

DEZESSETE LÉGUA E MEIA
MORENINHA TENTAÇÃO
LEMBRANÇA DE PRIMAVERA
E Á-BÊ-CÊ DO SERTÃO
FIRIM, FIRIM, FIRIM,
NO CEARÁ NÃO TEM DISSO, NÃO.

MODA DA MULA PRETA
TROPEIROS DA BORBOREMA
Cantou NOITES BRASILEIRAS
Cantou ADEUS IRACEMA
DEZESSETE E SETECENTOS
Com destaque para o tema.

RETRATO DE UM FORRÓ
E FORRÓ DE ZÉ ANTÃO
O FORRÓ DE ZÉ DO BAILE
Cantou BAIÃO e ALGODÃO
Depois vem o SABIÁ
Com o PÁSSARO CARÃO.

Cantou BEATA MOCINHA
Cantou CIGARRO DE PAIA
E SIRI JOGANDO BOLA
Com CALANGO DA LACRAIA
Cantou FORRÓ DE MANÉ
Um forró longe da praia.

Interpretou PAU-DE-ARARA
O CHEIRO DE CAROLINA
Cantou JARDIM DA SAUDADE
E também CINTURA FINA
XOTE DOS CABELUDOS
E O XOTE DAS MENINAS.

O RIACHO DO NAVIO
SANFONEIRO ZÉ TATU
Cantou PADRE SERTANEJO
A FEIRA DE CARUARU
A famosa PAULO AFONSO
E FORRÓ DE ZÉ TATU.

ACAUÃ, FUGA DA ÁFRICA
BOI BUMBÁ e PIAUÍ
OVO AZUL, OLHA PRO CÉU
TÁ BOM DEMAIS, PIRIRI
Ô VÉIO MACHO, VEM MORENA
Que o baião está aqui.

Cantou OU CASA OU MORRE
Cantou ADEUS PERNAMBUCO
JUCA e FEIRA DE GADO
E também QUASE MALUCO
BAIÃO DA PENHA, IMBALANÇA
Se não casar tem trabuco.

OBRIGADO JOÃO PAULO
A VIDA DO VIAJANTE
Cantou PENERÔ XERÉM
LIFORME INSTRAVAGANTE
PERPÉTUA, LOROTA BOA
Nessa história gigante.

Lembrando SÃO-JOÃO NA ROÇA
É lembrar o PÉ DE SERRA
O rincão do Gonzagão
No Sertão, a sua terra
É muita LÉGUA TIRANA
Até NO MEU PÉ DE SERRA.

Inda cantou XANDUZINHA
E também A LETRA “i”
CHOFER DE PRAÇA, cantou
Depois DE FIÁ PAVI
É música pra todo gosto
Para mim e para ti.

CACIMBA NOVA merece
Esse FOLE GEMEDOR
ÓIA EU AQUI DE NOVO
Com O MAIOR TOCADOR
BOIADEIRO, QUERO CHÁ
Mesmo com tanto calor.

Lá no FORRÓ NO ESCURO
Pergunto: QUER IR MAIS EU?
Depois de cantar PÃO-DURO
O salão estremeceu
Digo que AMANHÃ EU VOU
Chegou a HORA DO ADEUS.

PADROEIRA DO BRASIL
E A MORTE DO VAQUEIRO
Haja FOGO SEM FUZIL
Espalhado no terreiro
Com a SANFONA DO POVO
Nunca falta forrozeiro.

Quando O FOLE RONCOU
Começou LASCANDO O CANO
A mulherada ouvia
Ainda CORTANDO PANO
Pra usar vestido novo
No ambiente serrano.

Zabumba, triângulo, sanfona
Baião, xote e xaxado
Ferramenta de um Rei
Que soube fazer reinado
Conquistando os vassalos
Com um som predestinado.

UM – NOVE – OITO – NOVE
Luiz Gonzaga Partia
No dia dois de agosto
Porque tudo tem seu dia
Mas na outra dimensão
Tem muito mais alegria.

/aasf/
05/10/2011

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