ACARICIANTE
Durante a tarde medito rezando
Uma prece silenciosa,
Quando o sol dourado se põe por cima da colina,
A pobre capela, cor de rosa,
Sempre uma fonte de luz suave e cristalina.
Sua forma humilde e portando a cruz graciosa
Suplica a pobre gente campesina
Que à noite, unida e fervorosa
Ouve o hino de fé que o Cristo ensina.
Dá gosto quando se vê as árvores
De frondes verdejantes,
Ao lado da singela igrejinha
Tal guardiãs de paz que ali se aninha.
Sob os tufos das folhas à tardinha,
Pássaros emitindo gorjeios acariciante,
Elevam aos céus uma suave ladainha.
Quanto sonhos, que mistério inexplicável,
São todas as tardes de sol no sertão,
Gostaria de decifrar esse enlevo imensurável,
Que acompanha a nossa mente
E vive conosco de maneira indecifrável.