Sugestões desgovernamentais (publicada dia 07/11/03 e 16/11/03)
Leonardo Teixeira
escritorleo@ibest.com.br
Como vai a dívida externa? Vai bem, obrigado. Só engordando! O Brasil é campeão em diversas categorias deficitárias. Temos a maior carga tributária da América Latina. Do nosso PIB arrecadado, quase 40% de sua larga fatia é proveniente de impostos. Algumas sugestões são necessárias, principalmente nessa hora em que a realidade do salário minguado e atrasado deixa-me comprar apenas um pão de anteontem amassado.
Você, leitor, certamente contribui para o desgoverno brasileiro bancário, já que a maior parte desse bolo de cifras serve para aumentar o bucho e o estoque dos entes banqueiros. Tributo, taxa, imposto, compensação, juro alto, cheque especial, ao cubo estupendo. Não se iluda: a tarifa não é aquela tão baixa quanto o cara da propaganda.
A cada dez anos a aposentadoria tem aumentado cinco anos de sacrifício ao trabalhador. De 25 passou para 30 e agora já é exigido (dos homens) 35 anos de contribuição. No final das contas o indivíduo vai quase sair do emprego na qualidade de aposentado e vai direto para a cova. O que é conveniente para a previdência, pois, afinal, sustentar idoso é muito doloroso! Essa é a infeliz mentalidade do corrupto político preguiç... digo, custoso (eufemismo à s vezes é bom!).
Ao invés de injetar essa dose que vai nos matando aos poucos, exigindo maior tempo de serviço, aumentando os impostos (todas as reformas só justificaram o crescimento da carga tributária), gerou inflação (ou o seu poder aquisitivo ainda compra os mesmos produtos que antes usufruia?), distribuindo miséria e desemprego à s rajadas.
Sugiro, modéstia à parte, que acabe logo com o engodo e deixe mais claro tudo o que se faz. Assim, o "Provisório" da CPMF será substituído por "Permanente". Nem precisa alterar o nome. Que vantagem! Aumente logo para 50 anos o tempo de contribuição para se aposentar. Assim, haverá pouquíssimos inativos, considerando a média de expectativa de vida do brasileiro. Reduza o tempo de serviço dos políticos, já que são os que mais trabalham nesse país. Aumente logo os juros, que é para o sujeito afundar logo de vez, para poder se situar longe da região do "nem" (nem miserável, nem classe média).
Com essa dose cavalar, a dor é mais rápida, o sofrimento vem de uma vez, desinibindo o pensamento em eutanásia. "Deus nos livre e guarde!". Cada macaco no seu galho espremido. Com tanto macaco para criar, chega desse sentimento sofrido, deixe logo esse galho quebrar, pelos menos o final é um sorriso! Não... você não é bobo, mas eu sim, por amar tanto esse nosso país!
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