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Artigos-->SETE DE SETEMBRO? -- 10/09/2002 - 12:44 (Rose de Castro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


07 DE SETEMBRO?





Nunca vi. Jamais ouvi falar fato parecido ao longo da nossa história. Completamente inusitado. Como poderia eu chegar a ver, um dia, a falta da marcha no Rio. Desproporcionalmente aceitável. O que pode haver gerado tal fato? Claro. A natureza... Se fosse aceitável, intelectualmente, diria que foi... a revolta da natureza à hipocrisia. Castigo. Há quem não acredite. Mas, que parece... parece!.



A chuva torrencial não nos deu um segundo de trégua. O vento parecia ultrajado e arrebatou-se numa fúria mortal, numa raiva impiedosa, muito mais fatal que os ódios dos mortais. Tudo isso diante dos meus olhos incrédulos. Uma imperialidade vingativa. Destruindo como louco tudo que estava em seu caminho. Prosseguia sem dó nem piedade. Procurava algo. E eu, procurava minhas perguntas e eu mesma sabia de minhas respostas

filósoficas.



Lembrei-me do tempo de Escola. Escola Pública Primária. Cursei muito bem. Nada à reclamar. E havia o Sete de Setembro, a obrigatoriedade de se cantar o Hino Nacional antes de entrar na sala. Todos os dias. A mesma hora. E o Sete de Setembro? Desfilar era uma glória! Preparatórios para o dia. Treinar a marcha naquele pátio imenso e repleto de árvores. Cheiro de mata. Cheiro de ar. Acreditava piamente no que me ensinavam. Lembro-me bem: Moral e Cívica. Havia o respeito (pelo menos da maioria) de ambas as partes. Da Pátria e o do Patriótico. Ordem e Progresso! Mãe Gentil!...



Aos poucos vou relembrando a marcha na Avenida. Sentia-me uma bela filha da Pátria! Ouvia com o coração o som forte dos instrumentos. Magnânimos. Perfeitos. O sol à pino dava retoques em nossa bandeira, onde o verde brilhava mais verde. Onde o amarelo reluzia ouro brilhante. Hoje opaco. Ouropel.



Marchava... Marchava... Mão no peito. Brilho nos olhos. Espadas. Pé firme na cadencia da banda. Acreditante. Orgulhosa de Minha Pátria. Pátria! Pátria! Amada.



Suspirei um suspiro profundo e deparei-me com o pensamento repleto de nostalgias. Me dei conta de que tudo mudou. Hoje assisto o tumulto dos céus e o silêncio no meu coração. Não há bandeiras alegres e tremulantes no vento da minha emoção. Só um silêncio. Mais uma vez suspirei. Um silêncio macabro dos feitos na Pátria, filhos abandonados e lançados à esse mesmo temporal de ventos...



Na televisão as notícias de um nada ou de um tudo desfeito. A Avenida alagada. Bandeira destruída e destituída de sonhos. Atordoada. Desarrumada. Esperando pés marchantes...



Em minha realidade, só encontro a resposta do vento e da chuva. Um Rio afogado em água e repleto de árvores decepadas.



... e a minha filosofia barata! Será que setembro é o mês da vingança?





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rose de castro

A ‘POETA’











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