PAIXÃO E LOUCURA
Então... está combinado:
eu não telefono,
você não me procura...
Deixa com está.
Deixa como deve ser...
Sem angústias,
sem brigas, sem medo,
sem rancor!
Deixe que o amor fale
por si só...
Deixe que a paixão
estacione nesse ponto
de onde parou...
Sigamos nossas vidas...
Não vamos parar no tempo
e viver só de lembranças!
Eu não cobro a sua presença
ao meu lado.
Você não reclama a minha ausência
quando eu estiver distante.
E... num repente de segundo,
quando nossos corações
se cansarem da solidão...
Quando, sozinhos em nossos leitos,
a simples lembrança
de nossas loucas noites de amor,
nos fizer gritar de saudade.
Fizer estremecer nossos corpos.
Nos causar um aperto
enorme no coração...
E, a perda total dos sentidos,
Não mais nos permitirem raciocinar...
Os gritos desesperados de paixão
Ecoarem em nosso quarto solitário!
Nossos sussuros...
Nossa respiração ofegante,
invadirem nossa mente!
Quando o calor da vontade,
o fogo do desejo,
gritar nossos nomes no vazio...
Quando já nada mais nos interessar
senão o abraço apertado
até nos sufocar de prazer,
até nos dilacerar a alma...
Então... é hora de você voltar!
É hora de, novamente,
Nos perdermos
no calor da paixão.
É hora de você
me pegar de qualquer jeito,
me jogar na cama, no chão,
na mesinha pequena, no corredor
nas escadas, no elevador!
Em qualquer lugar,
onde pudermos extravasar a paixão
e matar a louca saudade.
A necessidade doída
do toque gostoso,
de suas mãos deslizando
em mim
e das minhas passeando
por seu corpo!
Onde der pra rolarmos,
Pra nos beijarmos...
Pra nos engolirmos!
Para expulsar de dentro
de nós dois
tudo o que ficou guardado,
esperando a hora de explodir
em loucura, em insanidade,
em louca paixão!..
Você me ama...
Eu me dou inteirinha.
Você me abocanha.
Eu me entrego sem apelos.
Sem timidez!
Tudo se transforma!
Então... pra matar a vontade,
Você me amassa, me sacode,
Me abraça...
Me pega pelos cabelos...
O amor grita dentro de nós!
Sobra paixão!
Sobra ternura!
Não tem saudade...
Só tem loucura!
Depois, nossos corpos trêmulos,
exaustos de tanto amar,
se separam novamente
sem nada pedir...
sem nada falar!
Até que a necessidade,
premente, indulgente
de completar nosso íntimo,
nos fale mais alto!
Nos chame ansiosamente.
Para novamente o amor brotar!
Você vai voltar outra vez,
entrar por aquela porta
e, de novo a gente vai se amar!
Com loucura!
Do mesmo jeito!
Tudo de novo...
Autora: Milla Pereira
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