Número do Registro de Direito Autoral:131438349192801600
SAGA DO PEÃO MORDIDO.
Silva Filho
Nós estamos confinados
Confinados na Fazenda
Os dias são conturbados
Com milhões fazendo lenda.
Já tem gente estressada
Tem o choro na calada,
Tristeza, vela e pranto.
Tem confusão toda hora
Mas ninguém quer ir embora
Na base do desencanto.
Quem faz o jogo dum lado
Do outro faz escarcéu
Um jogo bem combinado
Pra ninguém ficar ao léu.
Tem patada e tem mordida
Agredido e agredida
Só beijo não sei se tem.
E entre moções e vetos
Vale mais é o projeto
De ser um rico também.
Gente falando demais
Gente falando tão pouco
No Diário sobram “ais”
(Reminiscências de louco).
Tem nego muito ligado
Sonhando bem acordado
Mentalizando quadril.
O violão dá o tom
Mas fica mesmo no som
E ninguém põe o refil.
O negócio é ter o jogo
Que se chama de cintura
E ficar cuspindo fogo
Para demonstrar bravura.
Vez em quando algum carinho
Para passar por bonzinho
Na visão do mulheril.
O bicho já tá pegando
E quem vai se enrolando
Troca dois milhões... por mil.
Só com sangue de barata
Para agüentar o tranco
Nem campeão de bravata
Escapa dum golpe franco.
A contenda está rolando
Cada grupo maquinando
O que você nunca viu...
Quem partiu pra bofetada
Botou o pé na estrada
E no sonho sucumbiu!