Soneto da Flor Tristonha
® Lílian Maial
Quando as asas do amor se abriram vida,
E a plumagem de um anjo foi real,
Fui a eleita do céu e, destemida,
Encontrei-me em suor tão virginal...
Triste flor outra vez estremecida,
Pelas asas zangadas de um pardal,
Nunca ousou ser tão bela e atrevida,
Seu perfume atraía o vendaval.
Passarada de um campo bem verdinho,
Revoando em meu peito, qual num ninho,
Espalhando essas pétalas-sorriso...
Hoje a relva convida para o amor,
Sob os restos daquela mesma flor,
Que agoniza a paixão dos sem juízo!
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