ESPELHO
Hoje, olhou-me alguém
que eu não queria.;
deu-me a impressão
que de mim sorria.
Fitou-me com olhos
de amedrontar.;
olhou-me calado,
sem nada falar.
O rosto sombrio,
velho e abatido,
transpareceu até
os anos vividos.
Me persegue agora,
se faz presente
por vêzes de lado,
outras de frente.
Prá fugir do rosto,
boca que escancara
e do olhar aflito,
que fita e encara,
não olho no espelho
onde se me depara
os tristes traços
desta minha cara.
Riva
25/05/06 |