UM COMETA USINEIRO
Entre 2001 e 2002 passou pela Usina de Letras um cometa brilhante. Somente com dois trabalhos publicados [Sonho, amor e beijo - O dia seguinte] em 2003 neste site, hoje, foi brilhar em outros saraus o grande poeta GUIDO CARLOS PIVA. Recebi com tristeza a notícia nesta tarde de chuva e neve em pleno coração de Manhattan. Fico feliz ao ver tantas homenagens sendo feitas em diversos sites reconhecendo seu valor literário e reavivando a sua poesia para os que ainda não tiveram o prazer de desfrutá-la. Assim perpetua a poética de uma voz que nasceu para cantar a vida, a morte, a razão de ser, o dia-a-dia de São Paulo, mais precisamente Mooca, dentro de sua própria pessoa ou figurado no PIMPINELLO RIZONI, Poeta macarrónico ítalo-paulista, O poeta da Mooca.
Na sua lírica ele festejou a morte do poeta num belíssimo poema:
A escrivaninha é solitária./Bolotas de papel em solidão./Restos de um poema/abandonado,/escorrem os seus versos pelo chão. Para explodir no final com uma afirmativa certeira: O canto se eterniza./O sonho se ascendeu.O poema é imortal./Só o poeta que morreu! (in A morte do poeta). Mas eu prefiro ler e reler o som repetido, insistente, contundente de: Penso, caminho, penso.../passo a passo, outra praça passo,/barrigas gordas estão em fila,/placentas flácidas estouram fáceis! (in Travessia e funeral) um magnífico poema que faz gente pensar, repensar, rever a vida com outros olhos.
Contudo não foi só de morte que viveu o nosso menestrel. Somente aqui no Usina podemos desfrutrar de uma rica e variada obra em artigos, contos, crónica, frases, erótico e poesia, muita poesia. Vale a pena conferir a página do poeta e curtir com ele a sua filosofia de vida: Não fosse a poesia,/todo amor seria meio!/Nele existiria.../uma dose de receio! (in Não fosse a poesia)
© Fernando Tanajura Menezes
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