ÍNDIOS URBANOS
Tristes índios hoje,
selvagens urbanos,
com jeitos hostis
e gosto mundano.
Argolas no beiço,
em todo lugar.
Dengosos trejeitos
até no andar.
Tristes índios nossos,
filhos que agora
desnudam o corpo.;
bundas de fora.
Travestidos de tudo,
menos de gente,
furadas orelhas.;
jeito insolente.
Tristes esses índios
à olhar indiscretos
dos cinzentos prédios,
do mato concreto.
Filhos nascidos,
carentes de tudo.;
olhares imbecis,
corações mudos.
Riva
17/05/06 |