MISTÉRIOS DA MEIA NOITE
Tereza da Praia/magno
Corre por aí, não sei quem disse,
Pitaram como um quadro de Matisse,
Com todos os detalhes e relevos,
Que depois de uma noite no frevo
Tu resolvestes me abandonar.
Como inventam as candinhas de plantão!
Jogam e brincam com nosso coração.
Espalharam que eu era tua propriedade.
Um homem sem liberdade, nem para respirar.
Falaram tanto, que nem te conto,
Sem ao menos me consultar.
Apregoaram aos quatro ventos
Que eu não te queria mais,
Que era só uma questão de tempo,
Mais algumas ondas e vendavais,
Para nosso relacionamento se acabar.
Falaram da minha fidelidade,
Disseram que eu era de Zeus a encarnação.;
Que por causa de uma ninfeta qualquer
Eu descia do Olimpo para viver nova ilusão,
E não te valorizava como mulher.
“A maldade nesta gente é uma arte”,
Já dizia a letra de antiga canção.
Uma arte maléfica e maligna
Que destrói a ilusão e grande parte
Da vida e da dignidade de alguém
Coisa de gente mal amada e indigna.
Maldade de quem, na vida, sabe-se ninguém.
Pois é, falaram tanto...
Que por encanto,
Aumentou meu amor por ti.
Porque eu sei onde canta o meu bem ti vi.
Conheço-te profundamente,
Sei de teus remansos, tua alma.
Por isso não perco minha calma.
Deixem que falem por mil alto-falantes,
Nosso amor segue sempre adiante.
Sempre soube o que quis,
Sempre soube onde colocar o nariz,
Nesta selva, que não passa de chão de giz.
Série:A quatro mãos
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