É este o meu 200º. trabalho na USINA DE LETRAS, decorridos 27 dias da minha estreia. Vou parar por aqui em quantidade individual e doravante cuidar do aperfeiçoamento dos já expostos, tentando quanto possível melhorar-lhes perfil, apresentação e objectivos até que deveras os consolide. Um ou outro trabalho novo que pretenda apresentar será sempre em substituíção dalgum que considere ser de retirar, encolher, alongar ou até transferir para dois pseudónimos que habitualmente utilizo. E tenho parra de sobra até que a boa uva se distinga.
Este singelo e pequeno Cordel vem no propósito de amaciar a polémica causada por um outro que gerou alguma celeuma, mas que fica a constituir memória tal qual está: o que muitos não merecem, merecem indelizmente sempre alguns. É de resto quase o mesmo, só que com completa inversão de sentido. Com respeito e admiração, Salvé a língua chã dos cordelistas, poetas e cantadores brasileiros, maná do esplendor da terra à flor da pele!
TOMAI LÁ CORDEL A JEITO
EM REDONDILHA A RIGOR
COM RIMAS DE PÔR AO PEITO
DA USINA E DO LEITOR!
à moda do Alentejo
por onde andou Viriato
vou dar-Vos aqui retrato
do lapidar realejo
que despertou o desejo
de correr o mundo a eito
a demonstrar o efeito
da lusa civilização
e em nome da mãe-nação
TOMAI LÁ CORDEL A JEITO!
em versos e madrigais
com palavras d alma cheia
herdou o povo a ideia
dos poetas geniais
que em obras imortais
legaram verbo a primor
semeando o seu valor
pela gesta secular
que sonha e sabe cantar
em redondilha a rigor
com certos toques de Fado
pelo berço da origem
ainda nos surge virgem
à mão do mestre cotado
que anda de tempo marcado
para lhe dar tom perfeito
que se sente escorreito
passar-nos no coração
ao calor da emoção
com rimas de pôr ao peito
por aqui irei lograr
pano certo à minha vela
nas tormentas da procela
entre o vento a soprar
até que se acalme o mar
dos naufrágios ao sol-pôr
onde o negro Adamastor
assustou os marinheiros
que são hoje os pioneiros
DA USINA E DO LEITOR!
