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Poesias-->Sem máscaras (ou eu revisitada) -- 08/05/2006 - 00:07 (Tereza da Praia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sem máscaras (ou eu revisitada)

(baseada no poema de Fernando Pessoa Lisboa Revisitada)

Tereza da Praia



Dizem-me: “não sofra assim”

Por que não hei de sofrer?

Só porque não querem,

Só para aplacar as suas consciências?!

Não me tragam conselhos

Se é tão fácil deixar de sofrer,

Digam-me apenas

Onde está o botão

De of no meu coração.

Se têm conselhos, guardem-nos!

Queriam-me paciente, conivente,

Humilde e silenciosa.

Parecendo que a vida era um mar de rosas.

Aceitando tudo, entendendo tudo...

Passando por cima de coisas, engolindo pedregulhos?

Misturando auto estima com orgulho.

Agora, querem-me ao contrario disto tudo: forte,

fingindo-me superior às humilhações sofridas, resignada!

Fazendo de conta que não houve nada!

Não me venham falar de perdão!

Não tenho perdão para dar.

Quero é vingança!

Quero um mínimo de compensação

E uma boa dose de esperança.

Não me venham com contos da carochinha

De que não se deve arrepender pelo que foi feito...

Pelo que foi vivido...

Pelas horas idas, e pelo tempo perdido!

Não sou assim tão boazinha.

Arrependo-me... !

Já disse arrependo-me de tudo!

Do afeto desperdiçado,

Do grito mudo,

Do silêncio ruidoso

Do carinho jogado ao lixo

Da ternura lançada fora

Do amor idiotizado e fantasioso.

Arrependo-me, sim...

E querem saber de mais?

Vão para o diabo vocês, ou vou eu,

Com esta historia de que amar é melhor que ser amado!

Fazem-me morrer de rir,

Ou transformar-me palhaça de mim.

Bom mesmo é ser amada...

Melhor ainda é fazer o esperto de otário.

Ah, isto não é meritório?

Danem-se!

Estou cansada destas mentiras politicamente corretas:

De não arrepender do passado,

De que amar é melhor que ser amado...

Que mais feliz é dar que receber

Inventem algo mais convincente!

Algo que possa favorecer

Minha combalida crença.

Se ele fosse outra pessoa,

Se eu soubesse que alguma esperança

De encontrar sensibilidade

Naquela alma empedernida,

Eu até lhes faria a vontade.

Mas assim como ele é, tenham paciência!

Ele que vá para o inferno sem mim

Por que havemos de ir juntos?

Por que hei de ficar “amiga”.;

Fingir que perdoei.; que são coisas da vida.;

Que não há mágoa.;

Se sou um poço de sangue,

Cacimba sem água,

Lama de mangue?!

Dêem-me licença,

Posso ter sido tratada como catraia...

Mas não tenho veneno de lacraia

Nem tão pouco sou insana hipócrita...

Ele nada me deu a não ser mágoa e tanto faz.;

Nada me tirou, a não ser o sossego da alma...

A paz e a calma.

Ele não é nada que eu me sinta.

Larguem-me em paz.

Estou lúcida... Com a lucidez dos loucos...

Perplexa, como quem achou e esqueceu!



(Série: Fera Ferida, ou um mar que espera)





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