ÚLTIMO ATO
Desce a cortina do meu ato,
termina assim a farsa
deste amor barato
Todos os palhaços sorridentes,
sinto a humilhação
a me ranger nos dentes
Junto, uma platéia derradeira
sempre gargalhando
a levantar bandeira
Vou me liberando deste laço,
vejo a liberdade aparecer,
surgindo passo a passo
Luzes se apagando pelo palco,
sobra retirar a maquiagem
e o resto deste talco
Lá no camarim rosas vermelhas
chovem me lembrando o passado,
correndo pelas telhas
Tango ecoando em voz airosa,
triste, alto e desalmado,
falando de rosa, rosa, rosa...
© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 )
(in Cântico das rosas - Editora Scortecci
São Paulo/SP - 1997)
http://tanajura.cjb.net
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