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Artigos-->Crítica ao texto O RISCO PT (Dom Kless) -- 06/09/2002 - 14:35 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caro Dom Kless



Li o seu artigo intitulado “O risco PT” e constatei algumas inverdades em seu texto. Mas antes de qualquer coisa quero deixar bem claro que não sou nenhum petista de carteirinha. Tenho simpatia sim pelo PT, mas é uma simpatia crítica. Pois não fecho os olhos para partido algum. Da mesma forma que critico o PT quando não concordo com suas posições, elogio a oposição quando acerta. Então não quero que me veja como mais um petista.

Logo no primeiro parágrafo do seu artigo, você faz a seguinte afirmação: “Aqui reina a paz dentro da salutar adoção do pluripartidarismo, da liberdade religiosa e da convivência fraterna entre negros, mulatos, brancos... Os eleitores de um partido votam em candidato adversário, homens e mulheres de religiões e seitas diferentes se casam e pretos, mulatos e brancos dividem harmonicamente quaisquer espaços, inclusive os do coração, onde mora o amor simbolicamente”. Até certo ponto sua afirmação é verdadeira, contudo peca num sentido. Você se esquece que a realidade brasileira não é a de homens de diferentes raças dividindo harmonicamente quais espaços. Talvez, no estado em que você mora a coisa seja mais ou menos assim, o negro é discriminado sim no Brasil. Ao contrário do que você afirma, ele não tem as mesmas oportunidades que o branco. O negro não recebe o mesmo salário que o branco ocupando o mesmo cargo. Isso só para citar alguns exemplos entre tantos.

Quanto aos eleitores votar em candidatos de diferentes partidos, isso é reflexo de um povo despolitizado e de uma desorganização político-partidária conseqüente de quase 20 anos de ditadura militar. O brasileiro não vota em partido político, não vota em projeto de governo, como em qualquer país civilizado; vota em um determinado candidato que independe do partido político. Não é por acaso que os nossos representantes trocam de partido como se trocassem de roupa.

No segundo parágrafo, você acusa os petistas de arrogante, prepotente e tudo o mais. Não que não haja alguns indivíduos com afinidades petistas com essas características, mas essas pessoas se encontram em todas as correntes políticas. Não só no PT, como também no PSDB, no PTB, no PL e no PFL (principalmente as regiões Norte e Nordeste do Brasil). Talvez você não conheça o pensamento político dos militantes dessas regiões. Na Bahia, por exemplo, ou você é PFL ou anti-PFL.

No sul, principalmente no RS, há um petismo mais radical. Os petistas dessa região talvez estejam mais próximos daquele que você descreve, contudo, certamente há também aquele petista tolerante. Mas há que se convir que política é que nem futebol, quando se torce por um time, sente certa aversão aos adversários. Não li todos os seus artigos, mas pelo que li você é um anti-PT ferrenho. Isso não é radicalismo e arrogantismo?

No quarto parágrafo, você faz menção a Cuba, dando a entender que, para todo petista, aquela ilha é um paraíso, enquanto a realidade é o oposto. É inegável que Cuba é um país do terceiro mundo, como toda a América Latina, e por isso mesmo é um antro de pobreza. Também há falta de democracia, de liberdade como um todo. Isso tudo são fatos e não se pode negar. Contudo, muitos esquecem que este pequeno país estava na miséria antes de Fidel Castro, que enfrenta um embargo econômico a mais de 30 anos. Mesmo que Cuba fosse uma democracia, seria um país miserável como os visinhos. Você também deveria ter dito que este pequeno país, não fica a mercê dos EUA; possui uma assistência médica de dar inveja a qualquer país de primeiro mundo. É claro que isso não justifica a ditadura fidelista.

Você também fez uma série de comparações entre Brasil e Cuba. Cuba é governada por um ditador cubano, o Brasil é uma democracia onde o FMI diz o que devemos fazer. Em Cuba a liberdade é restringida pelo sistema, no Brasil pelo crime organizado. Outra coisa, não se pode comparar os miseráveis de Cuba - se é que podemos chamá-los de miseráveis – com os miseráveis brasileiros. Lá pelo menos eles têm a assistência do governo, aqui nem isso.

No último parágrafo, você que os problemas brasileiros podem ser solucionados com um governo competente. Isso quer dizer que até agora os nossos governantes foram incompetentes. Se isso é verdadeiro, então porque não experimentar o PT? Vamos ver se realmente sabem governar ou se só servem como oposição!

Quanto aos ataques de 11 de setembro, o que acontece é um fenômeno mundial. Isso se verifica em outros países com maior intensidade. O que acontece é uma aversão aos EUA devido a sua ingerência em assuntos internos de nações autônomas. Os EUA se acham os infalíveis donos da verdade mundial. Os seus interesses são os interesses de todos. Isso não é novidade para ninguém. Por isso, alguns impensadamente podem até ter comemorado os atentados, não pela morte de tantos inocentes, mas por terem atingido o território americano e por terem mostrado que, apesar de toda a tecnologia, não foram capazes de prever tal coisa.

E finalmente, supor que exista uma conspiração terrorista envolvendo Fidel, Chavez, Lula e Hussein é a coisa mais absurda que alguém poderia escrever. Se o governo americano fosse tão bem informado assim, teria previsto os ataques de 11 de setembro. Já que você estava tentando escrever um artigo baseando em fatos – apesar de destorce-los um pouco –, conclui-lo com uma suposição sem a menor prova, é pôr por água abaixo tudo que você afirmou anteriormente. É mostrar que você não está preocupado com a verdade.

A conclusão que se pode chegar ao final do seu artigo, é que você acusa os petistas de colocarem as convicções partidárias acima da verdade, mas o que você no seu artigo? Colocou sua aversão ao petismo acima da verdade. Dessa forma, podemos realmente ver o Brasil dividido entre petistas e antipetistas.



edmar.geudes.correa@bol.com.br

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