500 anos de brigas e barrigas,
um poema grávido escandaliza a arte,
assombra os vivos e mortos,
revela um Brasil sem sabor.
Essa estrutura bunda,
leva bem dentro da barriga
uma lombriga solitária,
uma solidão de idéias
que deixa pobre a alma,
esquálido o corpo
e sofrida a palavras.
Bem poderia ser um filho,
fruto dos nossos erros e acertos,
um desses que no final da tarde
deixa de lado as armas
para dar de mamar ao próximo.
Sua cria que o mundo se encarrega de castigar.
Um verso grávido faz nascer a discussão
sobre todos os corpos perdidos
a troco dos ideais dos homens.
Poema Grávido
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