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Artigos-->O HOMEM DA PROXIMA EDIÇÃO -- 05/09/2002 - 17:28 (Bruce Green) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








Capricho, Toda Teen, Querida, Atrevida, Contigo, Marie Claire, Cláudia, Criativa, Elle, Mulher Atual, Prática, Nova Mulher, Ùnica.



VIP, Playboy, Sexy, Private.



Vocês já perceberam o vácuo editorial existente quando se trata de revistas masculinas? Não temos uma publicação que trate de relacionamentos e sentimentos do homem moderno - não que o homem seja um aborígene insensível, mas é que o mercado editorial é um reflexo de uma postura antiga da própria sociedade. Aliás, Quatro Rodas e Grace Magazine nem de longe propiciam amadurecimento por estas vias. Eu explico.



Nas sociedades patriarcais os homens vivem sob o terror constante de serem rotulados de bichinhas, covardes, fracotes... Vivem sob pressão, sob tensão e sob a necessidade de se afirmar, estabelecendo seus domínios nas arenas da guerra, do trabalho e das mulheres, credo quase universal que liga a virilidade às atividades socialmente necessárias de proteger, prover e procriar. Resumindo: macho que é macho dá porrada, ganha dinheiro suficiente para ele, a mulé e as crianças e gosta tanto de trepar que pula a cerca como troca de roupa.



Mas agora, tudo aquilo que seus pais, avós e ancestrais mais remotos fizeram com naturalidade virou um problemaço. Pela cartilha atual, nada de usar a força. Dividir as despesas e as tarefas de casa é o mais justo. Ao invés de vangloriar-se das aventuras extras-conjugais, concentre-se em satisfazer a sua mulher, senão, ela é quem vai pular a cerca!



Tudo isso teve início no final do século XIX até agora, o papel da mulher passou por transformações muito mais profundas. Quando surgiu a pílula anticoncepcional e os tabus sexuais caíram por terra, mulheres do mundo inteiro comemoraram a possibilidade de vivenciar romances leves, prazerosos e descompromissados, como os homens vinham fazendo por séculos. De meras esposas parideiras, passaram a gerar trabalho, gerar idéias; sustentar empresas, sustentar bancos; e em muitos casos, são pai e mãe, empresárias, donas de casa e amantes! Para o homem a conta, no entanto, não tardou a chegar: o convívio com a rejeição. Nós transávamos com uma mulher numa noite e na manhã seguinte partir sem deixar o número do telefone, e as mulheres aceitavam isso como parte do jogo. Uns ficavam, tantos outros sumiam. Elas lutaram muito para ter o direito de tirar os homens para dançar. Agora nós os homens, temos que aprender a ouvir “Não”, "Não, obrigada" “Não é não mesmo!”, “Sai daqui seu bêbado!”, “Nem moorrrta!” e não deixar que isso estrague o baile.



Para os homens mais atentos – sensíveis, é o que eu quero dizer -, a mulher virou um sujeito nonsense. "Como faço para satisfazer essa nova mulher sem abrir mão da minha satisfação?", "Será que dou conta?" Para os abruptos: “O quê? A mulher quer um homem aboiolado? Porra, mas eu não sou xibungo, não fui educado para ser um cara toloba! Ô Garçom...Me dá mais cerva!"



Estamos num momento em que o homem tem de correr atrás do prejuízo. Não abrindo mão do seu prazer e se apresentar como outra pessoa só para satisfazer uma mulher. Daí você vira joguete de mulheres falsas, manipuladoras, e se anula. Esta repetição, quase autista, dos mesmos procedimentos te leva a outra mulher falsa e manipuladora. Esta repetição, quase autista, dos mesmos procedimentos te leva a outra mulher falsa, manipuladora. Tá vendo a bola de neve?



A língua francesa tem uma expressão “l’inteligence du coeur” para definir o tipo de pessoa que, sendo inteligente, ousam pôr nessa inteligência as suas emoções. Trata-se assim de um algo a mais, juntando o intelectual e o emocional. Não tem, pois, nada que ver com a idéia de emoções desordenadas que para tantos caracteriza o emocional, versus o intelectual ou racional, representando um paradigma de equilíbrio.



Assim, o novo homem deve ser capaz, responsável, competente, credível, fiável, apto a desenvolver tarefas complexas, terá de ter a capacidade para entender as suas emoções, compreender os sentimentos dos outros, controlar os impulsos, raciocinar, manter-se tranqüilo e otimista perante as dificuldades e ter uma extrema atenção a tudo e todos os que o rodeiam. Ou seja juntar uma mente aberta a um coração aberto, como se estas fossem as duas janelas indispensáveis para perceber a realidade. Em poucas palavras: Quem não sente não percebe. Quem elimina a emoção fica autista.



Dá para ser diferente sem abrir mão do jeito como você é, das coisas em que acredita. Aceitar o fato de que a mulher espera dele outros atributos. Um homem que a agrade sexualmente leva vantagem, desde que seja também sensível e compreensivo, encare seus medos e esteja disposto a dividir tarefas, inclusive as domésticas. Ao invés da inveja, manifestar enorme admiração em relação à emancipação e ao sucesso feminino.



Esse homem existe, está sendo publicado, primeiro em pequenas tiragens. Mas com grandes possibilidades de se tornar um sucesso editorial. Assim num futuro próximo, as bancas de revistas estarão abarrotadas de revistas do tipo: Cláudio, Querido, Abusado, Criativo, Homem Atual, Prático, Novo Homem, Único.



Tá certo, não com esses títulos... mas é por aí.









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