INTERNO DE MIM
Tanto tempo esperei-te,
por tantas vidas,
sentindo no vento
tua alma querida.
Igual cão de guarda
no quintal, terreiro,
farejando-te cada dia,
o dia inteiro.
Por fim, chegaste
qual sol que invade,
trazendo sorrisos,
também já saudades.
E ficaste tão pouco,
que até hoje estendo
os minutos passados
e, ainda não entendo.
Cegou-me com luz
e foi-se embora.;
chamou-me de filho,
esqueceu-me lá fora.
Orfão deixou-me,
sem nada, ninguém.;
apenas um interno
da minha Febem.
Riva
25/04/06 |