A minha sala com paredes brancas Ostenta o seu retrato, pintado à óleo Num passado bem distante. Quisera saber quem foi o autor, Talvez tenha sido Renoir... Quem sabe?... Rembrandt, Rafael, Roney, Ou talvez Van Gohg... Grandes mestres da pintura. Eu só sei dizer que essa tela eu amei, Tenho muito carinho por ela, Guardei-a durante muito tempo, Guardei-a com ternura!
Na época da pintura desse retrato, Aparentava-a ser uma feliz amante, Pois mostrava um sorriso meigo, E um olhar penetrante... O brilho do seu olhar Parecia de origem divina. A sua face demonstrando ternura Era na pintura quase uma realidade, E não o que se via apenas na tela. Você para mim não era uma desconhecida, De um remoto passado... há séculos atrás Trata-se de uma criatura presente na alma Fluindo a cantar, fluindo a sorrir... Sua simpatia trazendo-me alegria sem par, Nunca houve como também não há, Amargura em seu semblante, Ou em nosso conviver. Lembro-me com que carinho, Com que ternura, senti o seu afeto, O seu perfume, o seu cheiro natural, Recordo-me dos seus cabelos... do seu olhar!... Tudo isso retratado numa pintura??!!... É algo divinal!... Talvez sim... talvez não!... Oh! Quanto amor! Numa vida vivida, Vida sólida que o amor edificou, Com cores vivas do passado, Que não esmaeceram com o passar do tempo, Este retrato é a imagem dum amor sincero, É amor verdadeiro que solidificou.