Usina de Letras
Usina de Letras
195 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140786)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->O rio Guaíba -- 13/05/2011 - 11:39 (Carlos Alê) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Onde trabalho o Guaíba
é a minha paisagem
Tem dias que esse rio
com sua mansa passagem
parece uma estrada azul
convidando a uma viagem

Se minha sala não tem
de Monet nenhuma tela
eu posso ver navegar
um suave barco a vela
que aparece de repente
na moldura da janela

No fim da tarde o sol
espraia a sua beleza
quando vem se contemplar
no espelho da natureza
e um poente mais bonito
não foi pintado em Veneza

Nossa capital cresceu
sugere a geografia
na banda leste do rio
só pra ver a poesia
dessa luz crepuscular
diferente a cada dia

É o pôr-do-sol no Guaíba
um momento especial
Eu não me canso de ver
no cenário fluvial
um matiz alaranjado
que nem parece real

Mas passou o rio do tempo
numa corrente furiosa
trazendo a degradação
de maneira vergonhosa
e a água que era doce
foi ficando amargosa

Quando ainda era limpo
naqueles tempos de antanho
as suas águas saudáveis
eram próprias para o banho
e a vazão de poluentes
foi um erro sem tamanho

Afluentes de detrito
nosso rio agora tem
Jacuí, Gravataí,
Sinos e Caí também
desembocam no Guaíba
os rejeitos que contém

Esgotos são o veneno
injetado em sua veia
Na vazante o rio fede
ficando escuro na cheia
e nas margens onde passa
devolve o lixo na areia

E esse lixo derramado
no seu curso caudaloso
vai deixando o pescador
cada vez mais mentiroso
o seu peixe mais escasso
e o povo mais saudoso

E devido a nosso rio
reter a cada momento
avalanches de sujeira
sem que haja escoamento
é chamado pelo povo
de esgoto ao relento

Diverso daqueles mares
que desde remotas datas
esconderam no seu leito
os tesouros dos piratas
nosso rio só acumula
pneus, garrafas e latas

Estudiosos discutem
se o Guaíba é rio ou lago
No campo da hidrologia
meu conhecimento é vago
Não aceito é que tenha
esse destino aziago

No entanto estamos vendo
que indústrias da capital
não resolveram problemas
de impacto ambiental
e a cidade está perdendo
o seu belo manancial

As águas são balneáveis
somente em Itapuã
As iniciativas são
Pró-Guaíba e Fepam
mas sem controle na fonte
toda esperança é vã

Um limpando e dez sujando
é agora um triste fato
Vamos ver se não houver
um controle imediato
se transformar o Guaíba
em um caldo putrefato

A cidade Porto Alegre
abraçada em sua curva
no caos da modernidade
deixa sua água turva
e diante do progresso
a capital se recurva

A cidade está matando
o seu primeiro amigo
Nosso rio está morrendo
sem merecer o castigo
e o curso das suas águas
transformado em seu jazigo

As garças passam voando
serenas e elegantes
e descendo vão pousar
lá nos aguapés distantes
sem saber que o Guaíba
já não é mais como antes

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui